Nada Além de Você

Capítulo 7

Depois de um jantar agradável e de conversas sobre nossas famílias e trabalhos, além de coisas constrangedoras que passamos, Pietro está me levando até em casa, disse que era o mínimo que podia fazer depois de me convidar para jantar, mesmo tendo pago a conta, o que eu não fui contra, afinal, é sempre bom não ter que pagar a conta desses restaurantes luxuosos que são os olhos da cara, não vou mentir. Olho para o prédio que ele está estacionando na frente e depois para ele, talvez eu me arrependa profundamente disso, mas se eu não fizer eu vou me arrepender mais ainda.
-Quer subir? Posso te oferecer alguma coisa para beber depois de me trazer até aqui. - ele olha para mim por alguns segundos e balança a cabeça confirmando. Desço do carro e respiro fundo, nunca trouxe nenhum homem para dentro da minha casa, era sempre em motéis ou na casa deles, e agora lá se vai mais uma das minhas regras: 3ª- Nunca leve uma possível transa para casa.
-Boa noite, Lia. - o porteiro diz ao abrir o portão para mim.
-Boa noite, como estão sua filha e esposa?
-Bem, a pequena está toda feliz com a apresentação que vai fazer.
-Imagino. - dou um sorriso e sigo para o Hall chamando o elevador.
-Você que projetou também? - dou risada e nego com a cabeça.
-Infelizmente não, acho que eu teria ganhado um desconto. - esse apartamento foi um absurdo de caro, mas pelo menos valeu a pena, foi um ótimo investimento. Entramos no elevador e eu aperto o décimo andar, me viro de frente para ele que não perde tempo e me empurra conta a parede do elevador me dando mais um de seus beijos avassaladores. Me afasto quando o elevador apita indicando que chegamos no meu andar, saio pegando a chave e abro  a porta, sinto a mão na minha cintura e meu corpo ser puxado para trás e me prensado contra a porta, lábios atacam os meus, percebo ele procura aonde abre o vestido e dou risada contra seus lábios.
-Você definitivamente colocou essa coisa para me torturar. - ele murmura.
-Eu não tive a mínima...- um latido nos faz pular de susto. - Ei meu amorzinho, você está acordado? -saio dos braços de Pietro e me abaixo fazendo carinho em Bidu que me cheira depois lambe meu rosto.
-É macho ou fêmea? - Pietro abaixa ao meu lado e faz carinho em Bidu que olha para ele desconfiado.
-Esse é o Bidu, né amorzinho da mamãe? Você devia estar dormindo, está com fome? - me levanto e vou até o pote de ração o encontrando quase vazio, essa criaturinha é pior que meus irmãos e sobrinhos juntos, daqui a pouco vou falir de tanto comprar ração, pego e coloco mais, coloco no chão e assovio para ele que sai dos carinhos de Pietro e vem correndo.
-Parece que ele estava com fome.
-É esse pequeno aqui é guloso. - dou um sorriso e faço carinho nele.
-Belo apartamento, esses quadros são bem bonitos, esse grafite também, parece que você gosta de lobos e super heróis, tesoro. - ele está em frente à parede que tem um grafite de um lobo.

-Eu não sei porque, mas tenho uma admiração e paixão por pinturas deles.
-Nunca parei para olhar, quer dizer, nunca vi uma obra de um lobo. - sorrio e paro ao seu lado.
-Bom, está vendo varias agora. E os de super heróis é porque meus irmãos não se interessavam por eles ou por futebol e vendo meu pai insistir para eles compartillharem desse gosto eu acabei me interessando e virando fã. -  dou uma risada lembrando da insistência do meu pai.
-Gosta de futebol? - ele se vira para mim e coloca uma mão na minha cintura.
-Sim, não tenho um time brasileiro que me cative, mas o Barça tem um espaço no meu coração. - ele me olha divertido.
-Jurava que você diria Juventus ou Milan.
-Não me subestime. - dou um selinho e me solto dele indo até a cozinha, eu estou incrivelmente relaxada com a presença dele ali, no meu refúgio. Pego duas taças e uma garrafa de vinho tinto, e me volto para a sala.
-Deixa que eu abro. - ele pega a garrafa da minha mão e eu coloco as taças na mesa de centro. Cruzo as pernas a fim de tirar os saltos que estavam me matando. Um fato importante eu só uso salto quando tenho um dia que só tenho reuniões ou em ocasiões que pedem, mas grande parte do tempo estou descalça, de tênis ou bota. Essas belezinhas podem me deixar sexy e poderosa mas não são coisinhas que me agradam.
-E você? Gosta de futebol? - ele entrega uma taça para mim e se senta ao meu lado.
-Não sou um fã do esporte, prefiro golfe ou musculação. - dou uma risadinha, sei que pode ser preconceito da minha parte, mas golfe é tão coisa de almofadinha.
-Já jogou futebol na rua? - ele me olha como se eu tivesse duas cabeças.
-Não.
-Okay - dou risada enquanto ele me encara. - O que você quer afinal?
-Do que está falando?
-Não se finja de sonso, você entendeu muito bem a pergunta. - ele se vira totalmente de frente para mim e me olha no fundo dos olhos me deixando um pouco desconcertada, não estava acostumada a me olharem assim, sempre é ao contrário.
-O que você quer que eu diga, tesoro? Que eu quero te levar para o quarto e te foder tão gostoso que você vai me sentir entre suas pernas por dias. - ofego com suas palavras e pelo seu olhar mais intenso. - Ou que ao contrário do que você pensa, vamos repetir isso muitas e muitas vezes, e se depender de mim, pelo resto de nossas vidas.
-Pi...- antes que eu consiga terminar, seus lábios pressionam os meus e suas mãos me seguram junto ao seu corpo como uma tentativa de nós fundir.
E Deus me livre, mas quem me dera me fundir a ele.