Capitulo 6

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Olho novamente para Carol na intenção de descobrir se o que ela disse era realmente verdade, porém o cartão na minha mão mostrava que realmente era.
A cinco minutos senão mais, minha secretária entrou na minha sala avisando que tinha um buquê enorme na recepção, e que foi deixado por um segurança de Pietro Di Santis, pensei que era uma brincadeira dela, e mesmo agora na recepção da construtora com um buquê de rosas brancas e vermelhas na minha frente e um carta do Pietro me convidando para jantar, não consigo acreditar que ele realmente fez isso.

-Lia? É para fazer o que com o buquê? - olho dela para o bilhete e depois para o buquê, ele só podia estar querendo que eu tenha um infarte, só pode.
-Coloque no meu carro. - viro de costas, mas paro e me volto para o buquê puxando uma rosa vermelha e sentindo seu cheiro.

Sigo para o elevador com a rosa na mão e tentando conter um sorriso que quer aparecer, eu não posso pensar nisso de forma irracional, ele só me mandou o buquê para amaciar e me convidar para jantar que com toda certeza quer dizer ter uma noite regada a um sexo maravilhoso.
As portas do elevador se abrem e para meu total desagrado, Rômulo Miller está dentro dele, entro, aperto o botão e me encosto do outro lado, o mais longe possível, odeio esse homem como jamais odiei alguém, mas preciso me manter aqui por mais um ano, até meu contrato acabar. Rômulo é um ser tão odioso que seus clientes já deixaram claro que estão aceitando a construtora apenas por mim, e que se eu me mudasse eles iriam juntos, o que indica que quando conseguir montar meu escritório terei muitos clientes.

-Não tive a oportunidade de te dizer o quão linda está hoje, Lia. - reviro os olhos e mantenho minha cabeça baixa olhando para a rosa que ganhei do Deus italiano. - Sexy e gostosa como sempre, um dia não resistirei aos seus encantos.
-Eu oro para que não resista e morra logo de infarte ou AVC. - digo e o elevador apita avisando que chegou no meu andar, saio rapidamente e caminho até minha sala.
-Lia? - olho para o estagiário que estou auxiliando de perto.
-Sim?
-Queria saber se você aceita dar uma palestra na minha faculdade. - arqueio as sobrancelhas.
-Eu?
-Sei que é bem ocupada, convivendo com você percebi isso, mas se não puder tudo bem.
-Eu vou, pode deixar, que dia você acha bom?
-O dia que você estiver disponível. - vejo que ele está segurando a animação e dou um sorriso.
-Sexta feira estou livre a tarde. Pede para a Carol anotar na minha agenda por favor?
-Claro, claro, muito obrigado mesmo. - ele puxa o celular e eu sorrio me virando para entrar na minha sala.
Olho para o cartão na minha mão e solto um gritinho igual uma adolescente, respiro fundo e pego minha garrafinha tomando um gole de água e assumo minha postura profissional de novo, foco Lia, Foco!

Olho para meu closet e para as milhares de roupas sem ter nem um pouco de noção de qual vestir

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Olho para meu closet e para as milhares de roupas sem ter nem um pouco de noção de qual vestir. Não gosto de ser chamada para algo em cima da hora, jantares e almoços de negócios, ou eventos sempre fazem com que eu me antecipe em relação a que roupa vou vestir para não acabar igual agora, com banho tomado, depilada, perfumada, maquiada, cabelo feito e só faltando a roupa.
Olho para o saco que contém o vestido novo que Lais me deu no sábado e já se passaram cinco dias e eu ainda não abri para ver qual o modelo maravilhoso como sempre que ela preparou para mim. Coloco o saco com o cuidado em cima do sofá e abro ele encontrando um vestido preto acima do joelho com uma fenda do lado esquerdo, um decote profundo e uma manga até um pouco abaixo do cotovelo. Perfeito! Laís como sempre salvando minha vida sem nem se dar conta, depois de colocar o vestido e os saltos, paro para me admirar no espelho por alguns minutos, depois pego minha bolsa pequena com coisas básica.

 Perfeito! Laís como sempre salvando minha vida sem nem se dar conta, depois de colocar o vestido e os saltos, paro para me admirar no espelho por alguns minutos, depois pego minha bolsa pequena com coisas básica

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Sigo para porta e Bidu corre até mim, me abaixo dando um pouco de carinho a ele. Daqui a pouco terei que morar em uma casa com quintal grande, Bidu está crescendo rápido e apesar do meu apartamento ser considerado grande, para um cachorro não é recomendado, eles precisam de espaço e ar livre.
Saio de casa e desço para a portaria enquanto vejo que meu Uber está chegando, como vou beber vinho ou algo do tipo prefiro não ir com pretinho para não correr riscos. Entro no carro e depois de alguns minutos e uma conversa interessante com o motorista que nas horas vagas trabalhava com mármore e outras pedras do tipo, cheguei ao restaurante luxuoso, dei um pagamento a mais pela corrida por o motorista ser simpático e legal, além de cinco estrelas no aplicativo.
-Boa noite. - digo ao manobrista que abre a porta para mim.
-Boa noite. - ele diz um pouco surpreso, acho que as pessoas não tem o costume de cumprimentá-lo. Sigo para o recepcionista que estava tentando disfarçar que mexia no celular.
-Boa noite, uma reserva no nome de Pietro Di Santis. - ele me olha por um tempo meio perdido.
-Ah...- ele pigarreia. - Boa noite Senhorita...?
-Carter.
-O senhor Di Santis está a sua espera. - ele acena para eu segui-lo até uma parte do restaurante mais reservada e ao ar livre, no lugar vejo apenas uma família e um homem de terno com um copo do que creio que seja Whisky. - Ali, Senhorita.
-Obrigada. - sorrio para ele e me viro para caminhar até o homem que vira o rosto em minha direção e vejo sua expressão até então Serena mudar para uma mistura de desejo e raiva. - Buona notte, Signore Di Santis.
-Porca miseria, sembri sbalorditivo tesoro ( Caramba, você está deslumbrante, querida). - ele se levanta e me puxa delicadamente para ele, da um beijo bem no canto dos meus lábios e sorri para mim.
-Lugar bonito.
-Sim, gosto daqui. - me sento na cadeira e vejo seu olhar ir para os meus seios.
-Espero que a comida seja agradável igual o lugar...
-Acho que apesar de te conhecer a pouco tempo sei que está enrolando para falar algo, tesoro. - engulo em seco e pego a taça com água dando um gole, eu só quero entender o que é tudo isso, porque ele quer tanto me conhecer? Eu sei que sou uma mulher interessante, inteligente, gostosa, mas ao mesmo tempo sou arrogante, estressada, não dependo de ninguém e para muitos homens que tem o mesmo nível social que Pietro ou só são idiotas mesmo, meu peso é um defeito. A outra parte se assusta com os meus outros "defeitos" e não passam apenas de um sexo casual.
-O que você quer com tudo isso? Eu disse que o que tivemos foi uma noite muito boa mas que não vai se repetir. - vejo um sorriso convencido aparecer em seus lábios.
-Quase se repetiu amore mio, se não fosse sua madre ligar. - reviro os olhos e desvio o olhar, eu transaria com ele agora mesmo, mas ainda não passei no cardiologista.
-Talvez seja Deus querendo nos alertar.
-Ou o Diabo a nos atrapalhar. - o sorriso dele se aumenta e acaba arrancando uma risada de mim.
-Você é convencido.
-E você é linda. - lá vai a dorzinha no peito e as baratas voando no meu estômago tentando sair. Por que barata? Dizem que enquanto dormimos corremos sérios riscos de engolir baratas e aranhas, e dada a situação do meu estômago creio que eu tenha engolido muitas baratas que estão tentando não ser digeridas.
-Com licença, desejam pedir?. - o garçom que tinha se aproximado sem eu perceber diz me fazendo desviar o olhar do homem a minha frente.
-Obrigada. Um penne com salmão ao molho branco e limão-siciliano e um vinho de Pinot Noir por favor. - devolvo o cardápio para o garçom.
-Filé mignon com batatas rústica e molho de gorgonzola, por favor. - Pietro diz e devolve o seu cardápio.
-O mesmo vinho senhor?
-Pode trazer a melhor garrafa.
-Com licença. - ele acena e volta pelas portas.
-Você é o italiano e eu que peço penne. - digo arrancando uma risada dele.
-Faz trinta e um anos que como comida italiana, me dê um crédito essa noite.
-Posso relevar se você me acompanhar no Tiramisú mais tarde.
-Acompanho você no que quiser. - a voz dele está baixa e convidativa, me remexo na cadeira sob seu olhar quente.
-Você não me respondeu...
-Não acho relevante. - ele continua a me encarar como se quisesse possuir até minha alma.
-Mas eu acho, gosto que respondam minhas perguntas.
-Gosto quando você está gemendo meu nome. - olho para ele e arregalo levemente meus olhos porque não estamos sozinho no lugar, vejo um sorriso quase imperceptível aparecer no seu rosto.
-Cafajeste!
-Gostosa!
A noite ia ser longa, e eu não tenho a mínima preocupação que amanhã é terça feira

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