- Nιᥒᥱtᥱᥱᥒ -

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Friday

« Arthur O'Donoghue »

As semanas seguintes ao "atentado foram apreensivas. Todos se perguntavam quando seria a próxima aparição do Serial Killer.
Seguindo minha teoria de que ele gosta de chamar atenção, talvez ele resolvesse sequestrar ou matar alguém no dia da peça. Não sei! A existência dele já está me irritando. A vida era um pouco mais normal quando não se tinha medo de andar sozinho na rua pois nunca se sabe quando um maluco vai te abordar e te assassinar...

Me sinto em uma dessas séries adolescentes que eu tanto assisto e gosto. Talvez ele tenha até se inspirado nelas pra poder tocar o terror em Londres. É uma pena não ser nada parecido com a ficção porque não tem ninguém tentando desvendar esse mistério. Acho que até a polícia já desistiu!

Cogitei a ideia de fazer eu mesmo uma investigação. Comprar um daqueles quadros de detetive e botar em uma das paredes do meu quarto.
Coletar pistas, identificar suspeitos e começar a caça a um Serial Killer maluco... Mas desde quando eu tenho potencial pra Sherlock Holmes do século XXI? Nem pra detetive de quinta categoria...

Harrison foi viajar pra Suécia visitar uns parentes mega distantes dele.
Zendaya e Ben estão vivendo um daqueles romances de filme da Netflix, insuportávelmente apaixonados.
Então tem sido só eu e Thomas nas últimas semanas... Bom, às vezes só eu mesmo já que Tom vem faltando diversas vezes a aula com desculpas péssimas.

Blake não me enche o saco a um bom tempo, acho que ele finalmente superou os desentendimentos do passado e seguiu a vida. Ótimo né? Se não ia ficar nessa de ser babaca pro resto do ensino médio.

Nossa peça, citada anteriormente, evoluiu bem. Conseguimos ensaiar com todo o elenco e a produção andou perfeitamente.
A apresentação já é amanhã e eu estou particularmente surtando por dentro, porque por fora tenho de manter a plenitude.

Combinei de passar minhas falas da peça uma última vez junto com o Tom então fomos pra minha casa depois da aula.

- Meus pais estão trabalhando e o Tyler também. O Josh tá na casa do Ben com o resto da banda louca deles e a Anna saiu com as amigas então a casa é só nossa hoje! - falei assim que entramos em casa.

- Não ficamos sozinhos aqui desde o nosso último ensaio que foi arruinado graças a uma tempestade que acabou com a energia, lembra??

Achei graça.

- Lembro muito bem do meu quase ataque do coração e você fazendo graça com meu medo do escuro!

Larguei minha mochila pelo chão da sala de estar e tirei meus tênis os deixando por ali mesmo.

- Confessa que foi engraçado!

- Não foi, Tom! - ri indiferente - Eu ainda tô meio traumatizado do navio então luzes apagadas estão fora de cogitação, tá ok? Favor respeitar!

Thomas apertava os lábios denunciando sua vontade imensa de soltar as gargalhadas que estava segurando. Minha vontade era de socar a cara dele. Quantas vezes já não tive essa vontade, meu pai...

- Beleza, pode rir! Insensível!

Ele se soltou dando uma risada alta que logo foi controlada após eu o encarar com um olhar mortal. Quem aguenta esse garoto?

- Desculpa! É que eu lembrei de você super apavorado aquele dia! Foi tão bonitinho e engraçado ao mesmo tempo! - ele disse ainda rindo um pouco.

- Vai continuar rindo ou vou ter que te expulsar da minha casa?! - fui até ele e cruzei meus braços acima do peito o encarando.

Ele parou de rir na hora e deixou de lado a expressão sorridente.

Mᥲᥒᥒᥱrs Mᥲkᥱth Mᥲᥒ - Tom HoᥣᥣᥲᥒdOnde histórias criam vida. Descubra agora