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« Arthur O'Donoghue »

Sabe quando você está tendo um pesadelo e tenta fazer de tudo pra acordar e não consegue? Você grita e nenhum som saí de sua garganta. Você força milhões de maneiras de acordar e não tem resultado. Tenta fugir mas sempre acaba sendo pego.
Então você percebe que o único jeito de acordar é deixar que o pior aconteça. Você tem que morrer no pesadelo pra voltar pra realidade...

Mas e quando você está vivendo um pesadelo na vida real? Morrer é a única saída? Quando você se vê encurralado, deixar que o inevitável ocorra é a única opção?

Me vi preso dentro desta questão ao mesmo tempo que estava preso em um pesadelo que não parecia acabar nunca. Destes que você deseja que acabe logo mas não dá pior maneira. Porque é sua vida que está em jogo e não apenas uma noite de sono.

Abri os olhos devagar piscando algumas vezes para tentar recuperar a visão. A má iluminação do local só deixava minha condição pior ainda.
Sentia claramente algo faltando em mim - além da minha saúde mental "bem sucedida".

Quando minha visão finalmente se adaptou a iluminação daquele lugar que não conseguia identificar qual era, percebi o que estava faltando. Minhas lentes de contato. Como elas foram sair tão facilmente??
Talvez por conta da briga fajuta que você travou antes de ser sequestrado, respondi pra mim mesmo.

Mexi o corpo e então senti que eu estava preso. Minhas costas tocavam algo gelado e pela textura, parecia de metal.
Minhas mãos estavam amarradas assim como meus pés. O nó não parecia tão forte. Conseguia deduzir isso apenas pelo fato de não estar sentindo tanto as cordas me apertando.
Se já não bastasse tudo que já estava acontecendo, agora eu havia sido sequestrado e com uma for insuportável por todo o corpo.

Balancei a cabeça tentando afastar a dor que sentia na mesma e respirei fundo. Olhei para o lado e tentei identificar que lugar era aquele. Apesar de ver somente algumas imagens borradas e desfocadas, eu não estava cego.

Conclui que era qualquer lugar que ninguém visitava a um bom tempo. Podia ver as grandes pilastras de metal contratadas com as paredes sujas e os vidros quebrados no teto. Talvez uma fábrica velha e abandonada bem longe do centro da cidade. Assassinos tem essa mania de te levar pra lugares horrendos e longe da civilização para te intimidar.

Já tinha concluído que ele não era tão inteligente assim quando bati de frente com ele na casa de Sabrina, talvez ele nem tenha pegado meu celular. Deixei minha localização ligada então logo nos encontrariam.

Falando em Sabrina, precisava encontrar ela. Precisávamos tentar sair dali o mais rápido possível. Quem iria saber se ele não iria aparecer ali do nada e nos matar?
Tomei fôlego e comecei a falar, não tão alto e nem tão baixo. Suficiente pra Sabrina ouvir se estivesse próxima a mim.

- Sabrina?? Aonde você tá?

Ouvi um barulho baixo de algo se mexendo. Procurei com minha péssima visão pela extensão do local até encontrar uma silhueta não muito longe de onde eu estava.

- O-onde estamos?

Ouvir a voz de Sabrina me tranquilizou.
Engraçado que algumas semanas atrás eu não aguentava nem olhar pra cara dela. Descobrir certos podres de patricinhas sempre que fazem olhar de maneira diferente pra elas... Porém apesar de tudo, no fundo, ainda acreditava que ela poderia se tornar uma pessoa boa.
E agora estávamos juntos, amarrados em uma fábrica abandonada, prestes a morrer.

- Não sei! Minha visão tá totalmente péssima. Mas acho que estamos em uma espécie de fábrica abandonada no meio do nada! - suspirei - Você tá bem? Machucada?

Mᥲᥒᥒᥱrs Mᥲkᥱth Mᥲᥒ - Tom HoᥣᥣᥲᥒdOnde histórias criam vida. Descubra agora