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A luz do sol atravessava os freixos da cortina quando acordei na manhã seguinte. Alguém esmurrava a porta com toda força, girando a maçaneta, na tentativa de entrar.

Eu a tranquei depois da discussão com Josh na noite anterior. Para o caso de ele se sentir tentado a voltar para trocar mais uns rounds de insultos comigo.

Levei horas para conseguir dormir por causa da música reverberando pela casa, e das minhas emoções descontroladas .

— Any! Oi! — uma voz feminina gritou no corredor — Você está aí?

Engatinhei em cima da cama gigantesca, puxando a bainha da camiseta que estava vestindo.

— Quem é? — perguntei, bocejando sonoramente. — Martha. Sou a assistente pessoal de Josh

Entreabri a porta e espiei do lado de fora.

A morena elegante da noite anterior me encarou, nem um pouco impressionada, por ter ficado esperando ou por conta do meu cabelo desgrenhado, quem poderia saber.

Será que todos naquela casa tinham a aparência saída da capa da Vogue? Os olhos dela se estreitaram ao ver a bandana de Josh ao lado da cama.

— Os representantes legais dele estão aqui para vê-la. Talvez você queira mexer o seu traseiro logo. — A mulher girou sobre os calcanhares e se afastou pelo corredor, os saltos batendo furiosamente no piso.

— Obrigada — ela me ignora como se não tivesse me ouvido.

Essa parte de Los Angeles é obviamente uma colônia de cretinos mal-educados.

Apressei-me no chuveiro, vesti uma calça jeans e uma camiseta limpa. Era o melhor que podia fazer. A casa estava silenciosa enquanto eu percorria o corredor.

Não havia sinal de vida no segundo andar.

Eu apliquei um pouco de rímel, prendi o cabelo num rabo de cavalo, mas só. Ou fazia as pessoas esperarem ou ia sem maquiagem.

Os bons modos venceram, no entanto, se café estivesse em jogo, eu teria deixado os representantes legais de Josh esperando por, pelo menos, duas xícaras de café.  Funcionar com cafeína zero no sistema parecia suicídio, dadas as circunstâncias. Apressei-me escada abaixo.

— Senhorita Soares — um homem me chamou, saindo de uma sala à esquerda, vestindo jeans e camiseta polo.

No pescoço, ele trazia uma grossa corrente de ouro. Quem era ele? Mais um do círculo de Josh?

— Lamento, estou atrasada

— Está tudo bem — ele sorriu, mas não consegui confiar nele apesar dos grandes dentes brancos.

Estava claro que a natureza não era responsável nem pelo sorriso, tampouco pelo bronzeado.

— Sou Adrian.

— Any, olá.

Ele me levou para dentro da sala.
Três homens de terno estavam sentados, à espera, atrás de uma impressionante longa mesa de jantar.

Acima dela, outro candelabro de cristal refletia a luz da manhã. Nas paredes, estavam lindos quadros coloridos. Originais, é claro.

— Senhores, esta é a senhorita Soares — anunciou Adrian — Scott Baker, Bill Preston e Ted Vaughan são os representantes legais de Josh.

— Por que não se senta aqui, Any? Adrian falava devagar como se eu fosse uma criança tola.

Ele puxa uma cadeira para mim, de frente para o bando de águias legais, depois da a volta e se senta ao lado deles.

Vegas [Beauany] Onde histórias criam vida. Descubra agora