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Josh desce as escadas sete horas depois, com uma toalha envolvendo o quadril.

Com o cabelo molhado penteado para trás, revelando as tatuagens à perfeição, definindo o tronco e os braços musculosos. Há bastante pele à mostra.

O homem é um banquete visual. Faço um esforço consciente para manter a língua dentro da boca.
Conseguir apagar o sorriso de boas-vindas do rosto fica além das minhas habilidades.

Eu havia planejado ficar tranquila, só para não o assustar. O plano falhou.

- O que você está fazendo? - ele pergunta

- Nada demais, você recebeu uma entrega - aponto para as sacolas e caixas ao lado da porta.

Durante todo o dia, fiquei refletindo sobre o nosso problema. A única coisa que concluí foi que eu não queria que o nosso tempo juntos acabasse.

Eu não queria assinar os papéis da anulação. Não ainda. Só a ideia de o fazer me fazia querer recomeçar a vomitar.

Eu queria Josh, queria estar com ele, precisava de um plano novo. Meu polegar esfrega meu lábio inferior, de um lado para o outro, de um lado para o outro. Mais cedo, tinha ido caminhar na praia, fiquei olhando as ondas se quebrarem na costa e revivi nosso beijo.

Vezes sem conta, eu o revivi em minha mente. O mesmo aconteceu com as nossas conversas. Na verdade, dissequei cada um dos nossos momentos juntos, explorei cada nuance.

Todos os momentos que conseguia me lembrar, de todo modo, e me esforcei muito para lembrar de tudo.

- Uma entrega? - ele se agacha ao lado do pacote mais próximo e começa a rasgar a embalagem.

Desvio o olhar antes que eu consiga vislumbrar algo toalha acima, apesar de estar tremendamente curiosa.

- Se importa se eu usar o telefone? - pergunto

- Any, não precisa perguntar. Pegue o que precisar

- Obrigada

Hina e meus pais provavelmente estão de cabelos em pé, imaginando o que estaria acontecendo. É hora de enfrentar as repercussões do episódio das nádegas exposta.

Gemi por dentro.

- Este é para você - ele me passa um pacote num papel pardo amarrado com um barbante, além de uma sacola de compras de uma marca da qual nunca ouvi falar - Ah, pela aparência, este também

- Para mim?

- É, pedi a Martha que comprasse algumas coisas para a gente

- Hum

- Hum? Nada disso - Josh balança a cabeça, depois se ajoelha diante de mim e rasga o pacote nas minhas mãos - Nada de "hum", precisamos de roupas, simples assim.

- É muita gentileza sua, Josh, mas estou bem assim.

Ele não presta atenção. Em vez disso, suspende um vestido vermelho que pelo tamanho diminuto caberia em uma de minhas primas de no máximo oito anos.

- Que porra é essa? Você não vai usar isto - o vestido de grife sai voando pelos ares, e ele abre a sacola aos meus pés.

- Josh, você não pode ficar jogando roupas no chão, muito menos decidir o que irei vestir

- Claro que posso jogar as roupas pelo chão, e sobre lhe dizer o que vestir voce está certa, mas olhe, isto é algo melhor.

Uma blusinha preta cai no meu colo. Pelo menos uma que parecia ser do tamanho certo. O vestido vermelho justo fora uma piada com seu tamanho 36. Muito possivelmente uma piada de mau gosto, considerando-se a antipatia de Martha por mim em L.A. Tudo bem. Uma etiqueta pendeu da blusa. O preço. Caramba. Eles não podiam estar falando sério.

Vegas [Beauany] Onde histórias criam vida. Descubra agora