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ATENÇÃO

Esse capítulo contém teor sexual (novamente) caso seja sensível ou não goste de tal conteúdo não leia.

Espero que gostem boa leitura.

Passamos a tarde no estúdio de gravação com Tyler e Noah. Quando Josh não esta tocando, ele me puxa para seu colo. Quando esta ocupado com a guitarra, eu ouço, maravilhada com seu talento. Ele não canta, então fico no escuro quanto às letras. Mas a música era bela em seu estilo pop.

Noah parece satisfeito com o novo material, balançando a cabeça com o ritmo. Tyler estava radiante atrás da esplêndida mesa de botões e indicadores.

— Toca essa frase de novo, Josh.

Meu marido assente e seus dedos se movem pela escala, produzindo mágica.

Pam se manteve ocupada nesse meio-tempo no andar de cima, tendo começado a desembalar algumas das caixas.

Quando ela faz menção de voltar ao trabalho no começo da noite, a acompanho. Não é justo que ela acabe cuidando de toda aquela tarefa sozinha. Sem falar que isso satisfaz o meu senso de organização interior.

De vez em quando escapo para o porão para roubar um beijo, antes de voltar a subir para ajudá-la de novo. Josh e os amigos permaneceram imersos na música. Vez ou outra sobem atrás de comida e bebida, mas logo voltam para o estúdio.

— É sempre assim quando estão gravando. Perdem a noção do tempo de tão envolvidos que ficam com a música. A quantidade de jantares que Tyler perdeu porque simplesmente se esqueceu! — diz Pam, com as mãos ocupadas numa das caixas — É o trabalho deles, mas também seu primeiro amor — prossegue, tirando o pó de uma tigela de estilo oriental — Sabe aquela velha namorada que sempre fica pairando pelos lados, ligando embriagada no meio da noite e pedindo para voltar?

Gargalho.

— Como consegue lidar com o fato de nunca vir em primeiro lugar?

— Você tem que encontrar um equilíbrio. A música é uma parte deles que você tem que aceitar, querida. Lutar contra isso não vai adiantar. Você já se sentiu verdadeiramente apaixonada a respeito de alguma coisa?

— Não — respondo com toda honestidade, observando outro instrumento de cordas que nunca tinha visto antes. Ele tem um entalhe intricado ao redor do buraco na caixa de ressonância — Gosto da faculdade. Adoro ser barista, é um trabalho bem legal. Gosto muito das pessoas de lá. Mas não posso ficar fazendo café pelo resto da vida. — Paro e faço uma careta — Deus, essas são as palavras do meu pai. Esqueça que disse isso.

— Você pode ficar fazendo café pelo resto da vida, se essa for sua escolha — diz ela — Mas, às vezes, leva tempo para descobrir do que gostamos. Não há pressa alguma. Eu nasci e fui criada como fotógrafa.

— Que legal.

Pam sorri, o olhar se perdendo ao longe.

— Foi assim que Tyler e eu nos conhecemos. Saí numa turnê por alguns dias com a banda da qual ele fazia parte. Acabei rodando a Europa com eles. Nós nos casamos em Veneza, no fim da turnê, e estamos juntos desde então.

— Que história linda.

— É, sim — Pam suspira — Foi uma época maravilhosa.

— Você estudou fotografia?

— Não, meu pai me ensinou. Ele trabalhava para a National Geographic. Colocou uma câmera em minhas mãos quando eu tinha seis anos e me recusei a devolvê-la. No dia seguinte, ele me comprou outra, de segunda mão. Eu a carregava para onde quer que fosse. Tudo o que eu via era através das lentes. Bem, entende o que quero dizer… o mundo fazia sentido quando eu o enxergava assim. Melhor ainda, aquilo tornava tudo belo, especial.

Vegas [Beauany] Onde histórias criam vida. Descubra agora