Lady Detetive - Série Perigos e Romance II

Capítulo 5

Kent, Inglaterra – Propriedade dos Wright.

Depois de um dia todo evitando o quarto do detetive, Jonathan resolveu entrar, ainda inconsciente. Isso era estranho, já deveria ter acordado. Aproximou com cautela e viu o rosto contorcido em dor, as bochechas coradas e o suor escorrendo.

-Não, não. –resmungou consigo mesmo correndo até ela e pousando a mão na testa.

Estava queimando. Tirou a coberta que estava em cima, notando que ela ainda estava usando as mesmas roupas do dia anterior. É claro, ele fora um idiota e mandou todos só entrarem para observar e não mexer nela com medo que descobrissem a verdade. A ferida tinha infeccionado.

-Eu acho que não devia ser médico. –resmungou consigo mesmo ao ver a ferida suturada vermelha e inchada.

Colocou a mão devagar, sentindo pulsar e queimar. Não poderia deixá-la assim, mesmo que tivesse mentido sobre quem era realmente, ainda salvara a vida dele. Ele mesmo preparou as fusões para que tomasse, cuidou dela pessoalmente por três dias até que a febre abaixasse e não saiu do lado em nenhum momento, e assim foi percebendo aos poucos como foi idiota ao não ver. Pequena, mas alta para o padrão de uma mulher, rosto delicado, e se surpreendeu quando soltou o rabo dela, deixando o cabelo espalhar sobre o travesseiro, moldurando o rosto. O corpo cheio de curvas, voluptuosa. Não era atoa que não usava roupas sobe medida. Jonathan se pegou até mesmo pensando o quanto era linda.

Ele mal dormia e quando acontecia apagava completamente, sem os pesadelos espreitando, só a escuridão reconfortante e quando acordava estava preocupado com o estado dela. Então quando a febre passou e o medo da infecção matá-la também, finalmente resolveu dormir em seu próprio quarto, mas quando chegou á porta, virou novamente para ela que começou a se debater. Com medo de uma convulsão ele correu até ela, então ela começou a gritar. Não de dor, de desespero.

-Não! –gritou de novo.

Jonathan a segurou com medo que o ferimento se abrisse.

-Ei, está tudo bem. –disse o mais gentil que conseguiu.

-Por favor. –choramingou.

O braço dela veio com tudo na direção dele, acertando o peito, fazendo o parar de respirar por um instante devido ao impacto forte. Ela se remexeu novamente de modo que poderia romper a sutura, então segurou com mais força, afundando o corpo dela na cama.

-Está tudo bem, detetive. –disse no ouvido dela. –Você está bem.

Por um momento o corpo dela parou, mas então voltou de novo.

-Simon. –ela chamou.

Então realmente existia um Simon, pensou, mas quem ele foi para ela?

-Não me deixe sozinha. –pediu e seu corpo parou de se debater.

Pareceu que ela havia mergulhado no sono novamente. Jonathan ficou ainda em cima dela, segurando os ombros, prendendo as pernas com a dele, sentindo o corpo macio e suave dela embaixo do seu. Ela cheirava a suor, sangue e também, notou finalmente, violeta. Saiu rápido de cima percebendo a onde seus pensamentos estavam sendo levado. Estava prestes a sair quando lembrou que ela pediu para não ser deixada sozinha, mas não foi um pedido para ele, foi para o verdadeiro Simon, quem quer que fosse ele, então virou as costas e foi para o próprio quarto colocar a mente no lugar.

*

Primeiro sentiu que não estava sozinha, depois sentiu os cheiros diferentes e por fim, abriu os olhos. Estava em um quarto estranho e não sabia nem que dia era e nem onde estava. O pavor tomou conta, fazendo a sentar com tudo na cama, sentindo uma pontada de dor na barriga. Olhou para baixo, vendo o ferimento suturado. A facada da senhora Brown, lembrou. Depois viu a faixa nos seios.