Feitos para lutar.

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Henry estava desesperado, eles tinham escapado de alguns zumbis e entrado numa sala meio escura, onde o loiro caminhava de um lado a outro.
A preocupação ia de seu cérebro até atacar seu estômago, trazendo ondas nervosas dentro de si mesmo.

O Capitão Man foi pego e ele sequer tinha visto. Aconteceu sem que ele ao menos percebesse...

E foi por isso que se sentiu péssimo consigo mesmo e como assistente pior ainda.

- Desculpa...-O tom de voz da amiga era suave, mas culpado.- Fui eu que te distraí.- Charlotte, que se sentou no chão apoiando as costas numa caixa jogada por ali, respirou fundo.

O Kid Danger prendeu a atenção nos movimentos da garota, absorvendo seu pedido de desculpas. Na verdade, ela nem tinha motivos para estar se desculpando, a culpa havia sido toda dele.

- Eu que fui muito super-protetor. Se eu tivesse te deixado me ajudar logo, isso não teria acontecido. Você não deveria se desculpar.-Respondeu calmamente, sem encará-la.
Havia se sentado ao lado dela, estavam tão próximos que podia sentir seus braços, joelhos e cotovelos tocando os dela.

- Mas eu... -Começou, mas ele a interrompeu novamente:

- Você me salvou, e agora... Eu não sei se posso fazer o mesmo.- Determinou cabisbaixo.

Provavelmente, Zoombi estava se aproveitando da força de Ray para reparar os danos que os heróis tinham o causado.

-Henry... -Sussurrou ela, olhando para a expressão de desânimo do melhor amigo.

- Quer dizer, o cientista nem tá preocupado, eu nem sou uma ameaça pra ele!

- Henry...

- Eu sou tão burro!

- HENRY!- Gritou, fazendo o garoto se calar e olhá-la.- Quem descobriu onde ele estava escondido? Quem ligou todos os pontos? Quem deu a ideia de criar um antídoto para fórmula zumbi? Você. Você foi incrível até agora, e não vou deixar você se pôr pra baixo por um erro!

Ela queria tanto que ele se enxergasse com os olhos dela, queria que ele pudesse ver o quão esperto, otimista e corajoso ele era, mas mesmo com suas palavras, o garoto continuou desanimado.
A Page suspirou, Henry era teimoso demais às vezes.
Corajosamente, ela segurou sua mão.

-Você não pode ficar de culpando por um erro, todos erram. Eles servem pra que você aprenda a ser melhor.-Consolou tornando o aperto de sua mão mais seguro.- Nós vamos dar um jeito, sei que vamos, fomos feitos para lutar!- Motivou, com um tom brincalhão.

Ele sorriu do jeito empolgado dela e permaneceu a encarando com um sorriso bobo no rosto. Ele sabia que não existia ninguém melhor do que ela, ninguém o conhecia tanto, ninguém o apoiava, ninguém o repreendia, não como ela.
Aquela garota... Ela era única.
E ele estava apaixonado, louca e perdidamente, apaixonado por ela.
Sua melhor amiga.

- Tudo bem...- Declarou com suavidade, olhando para as mãos entrelaçadas dos dois e ainda sorrindo.- Eu confio em você. Sei que vai pensar em alguma coisa.

- Nós vamos.-Corrigiu firme, olhando nos olhos dele.

Charlotte se sentiu magnetizada, a sensação de borboletas no estômago havia ficado mais forte, mais intensa.
Sua respiração estava irregular, seu coração acelerado, e seu corpo se movia na direção dele inconscientemente.

Os dois se aproximaram lentamente, e pareceu uma tortura para ambos, que se viam cada vez mais tentados a romper as barreiras da amizade. Suas respirações já se misturavam e o mundo já desaparecia a sua volta. Henry apertou a mão de Charlotte com mais força, e o toque, ainda que suave, transmitiu-se necessário.

Mas era aquilo? Jogariam tudo no ar assim? Arriscariam o que tinham num beijo?
O medo foi mais forte naquele momento, e quando restavam apenas centímetros os separando, ambos recuaram, como se estivessem tomando consciência de seus atos somente naquele segundo.
O silêncio gritou entre eles, e o constrangimento pesou sobre o ar.

- Então...- Charlotte começou, quebrando o gelo.- Eu tive uma ideia quer ouvir?- Falou envergonhada, enquanto olhava paras as mãos.
O olhar dele não era bem o que ela queria encontrar agora.

- Cla-claro! Que tal nós irmos até o mancóptero? -Sugeriu Henry, coçando a nuca sem graça. Temia que se olhasse para a garota novamente, não seria capaz de se conter.

Então, para que outro momento como aquele não acontecesse e ambos não pudessem se controlar, partiram ao encontro de Schwoz para elaborar um plano que salvasse Ray.
Eles caminharam até a porta e revistaram o lado de fora rapidamente, antes de sair.

- Tudo limpo.

- Então vamos nessa.

- Char, espera.- Henry a puxou pela mão fazendo a mesma voltar de encontro com ele que o olhou sem entender. Seu coração já acelerara novamente.

- Sim?

Ele a olhou mais uma vez,dando um sorriso terno ao admirar a garota mais forte que conhecia. Tinha que agradecer pela sorte que tinha por ter essa pessoa em sua vida.

- Obrigado.

Ela sentiu as bochechas corarem.
- Pelo que?

- Estar comigo, até quando eu não quero que esteja.-Respondeu sinceramente.

- Eu vou sempre estar com você, Henry.- Afirmou a garota. Ambos sorriram, e, embora quisessem mais do que isso, contentaram-se com um abraço.

Charlotte era mais baixa, então ficou quase na ponta dos pés enquanto seus braços envolveram o pescoço do loiro. Seus batimentos cardíacos pareciam loucos quando os braços rodearam sua cintura. Henry tinha certeza de que estava completamente vermelho, seu estômago revirava ao sentir o perfume da garota inebriando seus sentidos. Era doce como chocolate, e, de certo que tinha se tornado seu cheiro favorito nesse mundo.
Ambos sentiam-se tão em paz que até se esqueceram dos problemas ao seu redor, porém a justiça poderia até tardar, mas nunca falhar, que quer dizer que foram obrigados a se separarem. E sem graça novamente, eles sorriram um para o outro.

Se olhassem bem, seus sentimentos escondidos estavam logo ali, transmitidos apenas num olhar.

- Sobe nas minhas costas, a gente tem que correr e essas suas perninhas vão atrasar a gente.- Ele diz, rindo com a própria provocação.

Ela fingiu estar brava.

- Exijo mais respeito, Hart-Falou, cruzando seus braços. Ele riu dela e percebeu que ela o fazia querer rir sempre.

- Me desculpe, mylady.-Respondeu. A garota desviou o olhar para o lado, corando com o apelido. E então desistiu de sua pose irritada.

- Vamos logo.

Ele sorriu de lado, enquanto ela mordia o lábio inferior, temendo uma queda.
O loiro começou a correr com a garota agarrada ao seu pescoço, e ela o segurava tão forte que se não chegasse do lado de fora rápido iria ficar sem ar. Literalmente.
Enfim, só mais uma forma dela deixá-lo sem fôlego.

◇◇◇
Gente, obrigada por lerem... Amo vocês demais!!!❤❤❤
Chenry tá tão cute nesse capítulo, né não, amadxs?
Amo muito essa história, e vc?
Deixa seu comentário ae💘

See you😘

¡always been you • chenry!Onde histórias criam vida. Descubra agora