¡always been you • chenry!

Always you, forever.

"O amor é difícil pra uns, fácil para outros e mais difícil ainda para alguns. Mas uma coisa é certa: O amor vem para todos."

Henry passou os dedos entre os cabelos loiros enquanto seguia para a parte de trás da loja e parou em frente a escada de ferro da parede que o levaria ao seu destino: O terraço.

Sua mente estava a procura de um lugar tranquilo em que pudesse ao menos se ouvir, enquanto lembrava ao jovem que o amor te engana às vezes vindo disfarçado de amizade e que ele precisaria estar atento o suficiente para reconhecê-lo, coisa que com certeza não estava quando conheceu Charlotte.

Ele agarrou o metal frio em suas mãos enquanto impulsionava o corpo para cima. O gesto não fez nenhum som audível, a festa também parecia ser em outro canto da cidade, já não se ouvia mais nenhuma música de estourar os tímpanos. Porém, seu interior gritava tantos sentimentos diferentes que ele se tornara a bagunça de sons daquele meio calado.

A primeira coisa que sentiu ao pisar seus sapatos no teto do edifício foi o vento gélido percorrendo seu rosto, trazendo a calma que necessitava.

A segunda?

A segunda foi um calor inexplicável, mas não inédito, que sempre o percorria seu corpo quando ele a via. O próprio não acreditou de primeira, mas seus olhos não o enganavam: Era realmente ela, com seus cachos balançando ao vento e seu corpo de costas para ele, apoiado no parapeito do prédio, enquanto observava a movimentação noturna de Swellview. A luz amarelada e fraca do ambiente refletia em seu vestido metade dourado, que reluzia como a lua refletindo a luz solar numa noite de lua cheia.

Numa noite como aquela.

Henry deu dois passos silenciosos.
Se ela está aqui é sinal de que ela não ficou com o Thunderman, foi inevitável pensar nisso, e mais inevitável ainda o sorriso dele e a chama de esperança.
Ele tinha outra chance.

- Dessa vez eu não estava te procurando.- Comentou com a voz suave, apenas para que ela notasse sua presença.

A garota teve um leve susto, mas não deixou que ele percebesse, permanecendo na mesma posição sem o olhar. Desejava poder ser uma daquelas pessoas que passavam lá embaixo, para não precisar se preocupar com tudo que vem mudando dentro dela ultimamente.

O amor vem fazendo ela se reinventar.

- O que faz aqui sozinho?- Perguntou com tom de voz satírico.- Brigou com a namorada?

Charlotte sentiu ele se aproximar e parar próximo a ela, porém continuou sem se mover.
Não tinha vontade de se afastar, nem de afastá-lo. Não tinha vontade de falar, nem de escutá-lo. Desejava que as coisas pudessem se resolver sozinhas.

- Sim...-Respondeu com um sorriso brotando tímido em seus lábios que ele não quis apagar, mesmo sabendo que a garota não estaria vendo-Acontece que ela é muito teimosa.

- Ruim pra você.- Replicou rápida, a língua pingando de ironia.

- É... Foi culpa minha que tudo venha dando errado.

O garoto concentrou-se em seus pés, magoado e feliz ao mesmo tempo. Como era possível? Bem, de uns tempos pra cá, ele passou a pensar que Charlotte torna todas as misturas de sentimentos aleatórios possíveis.
A mesma que monopolizava seus pensamentos revirou os olhos para ele, mesmo que também não fosse capaz de vê-la.

- Não sei o porquê disso não me surpreender.-Comentou com falsa descrença, enquanto Henry mordia o lábio para impedir que gargalhasse do escárnio da garota.

Ele meditou sobre a escolha das próximas palavras, aproximando-se mais dela.

- Ela me deixa confuso. Muito confuso. Mas depois de hoje, eu sei bem o que eu quero.