Capitulo 9

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Janet

          Os momentos acontecem e não há nada que possamos fazer para que eles voltem, sendo assim o arrependimento é algo subjetivo. Levar o carma por algo que simplesmente não tem como mudar é uma forma de hipicrisía. Mas estou realmente envergonhada.

          Após uma noite maravilhosa acordo com pancadas na porta de meu quarto. Realmente a delicadeza de meu pai é impressionante.

_Levanta dessa cama logo preciso que leve umas coisas até a casa de sua tia levar umas coisas, já! _ Falou comigo de forma bruta.

_ Já estou indo! _ Respondi com voz rouca de sono. Olhei para o relógio e constatei que ainda não eram cinco da manhã. Estou exausta! Dormi poucas horas e preciso fingir que não aconteceu nada.

          Vou para o banheiro sentindo as pernas bambas e minha intimidade ardendo, me fazendo lembrar de Ayron a cada passo. Sorri boba quando vi algumas marcas em meu pescoço, nada muito visível mas para mim era como se eu pudesse reviver sua boca em minha pele. É realmente ele é tudo que as garotas do colégio falam, maravilhoso.

          Já pronta sigo até a casa de minha tia com duas sacola cheias, a caminhada é longa mas no momento nem sinto a distância aprecio cada raio de sol que toca em minha pele e o ar do amanhecer é maravilhoso.

_Minha querida! Entre, você trouxe tudo isso a pé? Seus pais são uns covardes mesmo!_ Minha tia Amélia é uma pessoa bondosa. Não tem marido ou filhos já que estudou em um convento a vida toda só saindo de lá quando adoeceu, por vontade própria, segundo ela queria morrer em paz, já que tem pouco tempo de vida.

_Imagina é sempre um prazer vir até aqui._ Me sentei e ela foi colocando coisas na mesa para um café.

_Me dá a honra de me acompanhar em um café?

_Claro, mas deixa que eu faço.

_Não, você é minha convidada e já está tudo pronto! Se sua mãe reclamar de seu atraso diga a ela que precisei de sua ajuda, aquela cobra não vai fazer nada com você. _ concordei com ela, já que todos sabiam como eu era tratada que mau havia em uma mentirinha as vezes? Se bem que ultimamente está se tornando constante esse ato.

          Conversamos sobre muitas coisas, omiti os últimos fatos, mas falamos bastante do meu futuro, apenas ela vê isso em mim, já que nem eu enxergo que possa existir um. O café estava delicioso tanto que nem vi o tempo passar. Levantei assustada assim que me dei conta que já deveria ter ido para casa.

_ Tia preciso ir, mas semana que vem volto. _Abracei e me despedi de minha tia.

_Tchau meu amor e vá com Deus!

          Voltei pra casa encontrando minha mãe com sua habitual cara de nenhum amigo me esperando próximo a entrada da propriedade.

_O que estava fazendo! Você trabalha não está aqui a passeio. _Já com o rosto vermelho de raiva me olhou causando um medo muito grande tonar conta de mim.

_Calma mãe Tia Amélia não estava bem, arrumei a casa para ela e lavei a roupa._ Estreitou os olhos e acenou para que eu entrasse.

_Tudo bem! _ Falou com desprezo. _ Uma hora isso acaba, agora vá fazer teu serviço. _ Nossa, elas nem parecem irmãs!

          Entrei em casa, segui até meu quarto e coloquei uma roupa para trabalhar. Segui até o local onde fica o material de limpeza, peguei o necessário para limpar e organizar os quartos, foi quando passei pelo corredor que dava acesso a escada ouvi a voz de Ayron vinda da sala, como um sussurro, não feliz, minha curiosidade me levou a ir mais perto para ouvir o que era dito alí. Tomei cuidado para não ser vista e fiquei em total silêcio.

_Espero que minha bola esteja em sua mala, quero expor ela em meu quarto vai chover safadas pra ver. _ Estranhei a forma que ele falava, porque nunca me tratou assim.

_Claro cara, eu perdi sei reconhecer. _ Ouvi a voz de quem me parece ser o Nathaniel. _Mas ainda estou incrédulo em saber que você come a estranha! Se eu não tivesse visto o sangue no lençol ia jurar que você estava mentindo! _Senti meu sangue gelar, o mundo ao meu redor estava parando. Uma dor aguda se instalou no meu peito.

_Foi fácil, ela é uma pobre coitada carente e eu sou gostoso. Sei pegar uma mulher de jeito, mas vou te confessar que ela é apertada pra caralho e quente como um vulcão! Mas uma pra conta!_ Não contente ele riu de forma nojenta. E eu me senti um lixo.

          Me afastei sem acreditar no que estava ouvindo, lágrimas desciam sem parar pelo meus olhos e uma enxurrada de emoções tomaram conta de mim. Corri escada acima indo em direção ao seu quarto, sabia que enquanto Nathaniel estivesse aqui ele não viria para cá, então organizei tudo muito rápido e saí de lá com a prova de minha burrice em mão.

          Joguei tudo na maquina de lavar e fui em direção aos outros cômodos tomando cuidado para não encontrar aquele que me causava nojo. Quando a noite chegasse em meu quarto eu poderia chorar não agora!

          Quando a noite chegou meu irmão entrou em casa chutando as coisas, como era de costume, vindo até meu quarto.

_O desengonçada, o Ayron foi embora e mandou te dar tchau. Falou que vai sentir sua falta. _ Rio com certa raiva. _ Espero que tenha mantido as pernas fechadas, não gostaria de saber que virou a putinha dele! _ Me olhou esperando uma resposta.

_Claro que não, deixa de ser nojento. _ Sem que eu esperasse ele avançou até o lado de minha cama e segurou meu rosto com suas mãos para que eu olhasse bem no fundo dos seus e analisou meu rosto.

_Nem sei porque pergunto isso! Você é a pessoa mais nojenta e desengonçada que eu conheço. Ninguém em sã consciência vai te tocar, quem sabe por pena! Você vai morrer sozinha. _ E falando isso me empurrou saindo de meu quarto. Só então me dei o direito de chorar tudo que estava dentro de meu peito.

          Fiquei encolhida em minha cama por horas e nessa noite jurei que nunca mais nenhum homem colocaria a mão em mim. Não acreditaria mais em palavras bonitas ou em qualquer ato que demonstrasse carinho. A minha vida seria assim só para sempre. Como meu irmão falou vou morrer sozinha!    

....

          As férias terminaram e eu voltei ao meu mundo, ninguém me olhava eu não olhava ninguém, ótimo! Assim eu poderia estudar e viver minha vida. 

_Bom dia minha menina! _ Falou a Sra. Olivia vindo me abraçar. _ Vim te procurar já que não veio me vê! _ Me acolheu em um abraço apertado, que prontamente retribui sentindo meus olhos encherem de água.

_Bom dia! Estou um pouco cansada, mas logo iria até Senhora. _ Menti, mas ela nem percebeu, não estava querendo falar com ela.

_ Tudo bem, mas estou a sua disposição pra quando quiser conversar. _ Ela lê meus olhos como ninguém!

_Preciso ir minha aula vai começar. _ Beijei sua bochecha e saí praticamente fugindo de seu olhar.

          O dia passou, assim como a semana e o mês. Tudo mudou, estou mais nervosa e triste, procuro não ouvir nada sobre Ayron, nem mesmo sobre ninguém da casa. Certo dia entrei em meu quarto me deparando um uma mochila enorme cheia de roupas, soube que eram doação de Achiley, irmã de Ayron mas nem me dei ao trabalho de agradecer apenas olhei, coloquei todas de volta na mochila e joguei no canto, não tinha disposição para arrumar aquilo tudo.

          Acordei totalmente estranha sentindo meu estomago doer e um enjoo forte causando uma náusea insuportável. Corri até o banheiro e coloquei tudo que estava em meu estomago para fora. É o que falta, ficar doente, também não tenho comido direito. E os enjoos continuaram por mais alguns dias.

          Em um desses dias estava na sala de aula quando senti e precisei sair correndo da sala de aula. Esbarrei na Sra. Olivia que correu atrás de mim no banheiro. Depois que coloquei tudo pra fora ela me acompanhou até sua sala onde tomei um chá sobre o olhar questionador da mulher a minha frente.

_Vai me contar o que aconteceu? _Questiona Sra. Olivia. _Quero saber tudo desde o começo, e principalmente, quem é ele? _ Não entendi a principio mas ela logo esclareceu._ O pai desse bebê em sua barriga._ Olhei confusa e assustada.

_Não tem bebê nenhum, isso não pode acontecer. _ Coloquei a cabeça entre as mãos em desespero, como eu não pensei nessa hipótese.

_Você ainda não percebeu! _ Levantou de sua cadeira foi até o armário pegando uma caixinha e vindo em minha direção. _ Isso é um teste de gravidez vá até o banheiro e faça. _ Peguei a caixinha já sentindo minhas mãos tremulas e segui até o banheiro de sua sala.

          Entrei no banheiro lendo as instruções, segui todas e esperei até que o resultado que eu não esperava aparecesse. Duas listras apareceram e meus olhos inundaram, chorei desesperadamente e a Sra. Olivia praticamente invadio o banheiro me abraçando.

_Não chora menina vem._ Me levou até uma cadeira onde sentei e aos poucos me acalmei._ Agora é a hora que você me conta tudo, só assim poderei te ajudar!

          Contei tudo a ela, foi como se toda a dor se transformasse em palavra. Chorei e desabafei, e pedi a ela que me ajudasse por não ter a mínima ideia do que fazer da minha vida.

_Vá para sua casa e descanse pensarei em tudo e amanhã conversamos. Não vou te abandonar. _ Beijou minha testa e me levou até a saída.

          Fui para casa e entrei em meu quarto. Fiquei por algum tempo até que minha mãe aparecesse me olhando com a mesma cara de nojo de sempre passando a lista dos meus afazeres extras. Fiz tudo o que estava em sua lista e segui para a casa da Sra. Olivia, preciso tomar uma decisão sobre minha vida ainda hoje amanhã é tarde.

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Capitulo não revisado! 😘

Doce PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora