Capítulo 19

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Sophi

Pensamos em correr para longe, pensamos em mudar o que está a nossa volta, mas a verdadeira mudança só ocorre se estivermos dispostos a denudar a alma, deixar de lado toda e qualquer mágoa e esquecer quem errou com nós, então, sinceramente eu não estou pronta para mudanças.

O simples fato de sentir o ar que aquele babaca maldito respira trás reações contraditórias ao meu corpo. Corpo esse que me traiu malditamente na noite passada, demonstrando toda a minha vontade de tocar o corpo de Ayron.

_ Para de drama Sophi! _ Gritei para que eu consiga ouvir nítido e claro.

Levanto da cama e vou até o banheiro, encho a banheira coloco sais com aroma de morango e fico imersa o tempo suficiente para meus dedos enrugarem, meu estomago roncar, lembrar que tenho uma filha para alimentar, mas não o suficiente para esquecer aquele perfume perturbador.

Saio da água e me arrumo, coloco apenas um vestido de alças finas azul e uma calcinha confortável e saio a procura dos membros de minha família que pelo horário esqueceram de mim.

_ Bom dia Betina! Aonde está minha filha? _ Pergunto a minha ajudante que está arrumando a mesa para o almoço.

_ Bom dia Sophi! Eles saíram a um tempo, Ethan levou Alice para passear na praia. _ Explicou ela entusiasmada.

_ Mas já está na hora do almoço e o sol está forte.

_ Sabe como Alice gosta de praia e eu passei bastante protetor, não se preocupe. E queria te parabenizar pelo evento de ontem, as fotos estão lindas. _ Ela mantinha as mãos na mesa esperando que eu falasse algo. _ E aquele partidão ao seu lado! _ Revisou os olhos me causando uma repulsa.

_ Arg! Ele nem é tão bonito assim. _ Eu jamais admitiria para outra pessoa o quanto ele é lindo. _ E pare de ser assanhada. _ Gargalhamos juntas.
A porta se abriu revelando Alice toda suja de chocolate e Ethan com cara de culpado esperando o sermão.

_ O que conversamos sobre doce antes das refeições? _ Olhei fuzilando os dois.

_ Calma mamãe eu explico. _ Me olhou como quem escondia algo. _ É que eu encontrei meu amigo jogador, e ele é muito legal, brincamos tomamos sorvete e ele me convidou para o jogo dos Rans na quarta. _ Despejou tudo de uma vez. Olhei para Ethan buscando por respostas.

_ Ela conheceu ele na agência, e você sabe como sua filha é simpática, encontramos ele na praia hoje, foi sem querer. _ Enquanto ele falava meu mundo vinha a baixo, não sentia minhas pernas, parecia que tudo iria desandar de forma esmagadora.

_ De quem vocês estão falando? _ Perguntei com a voz embargada e com um verdadeiro pânico na espera pela resposta, mas ela veio de quem eu mais temia.

_ Do Ayron dos Rans mamãe, o quarterback. _ Falou empolgada e saltitante.

_ Você só pode estar de brincadeira comigo! Ethan me explica isso! _ Minha voz saia de forma arrastada, me sentei no sofá antes que eu caísse.

_ Por favor se acalma, você vai ter um infarto aqui na minha frente. Nós vamos resolver. _ Falou Ethan se sentando ao meu lado com uma falsa calma em sua voz.

Ele sabia exatamente o que estava acontecendo, todos os meu temores estavam em minha frente. Era ele a única pessoa que não poderia saber que Alice existia. Eu preciso pensar. Eu preciso proteger a minha filha.

_ E ele me deu ingressos e falou que você ia me deixar ir assistir o jogo. Por favorzinho mamãe deixa, eu nunca mais na minha vida vou te pedir nadinha. _ E lá veio a pá de terra que faltava para me enterrar.

Levantei rapidamente pegando minha filha em meu colo, eu preciso afastar de vez ele dela, e teria que agir logo.

_ Quero o endereço de Ayron assim que sair do banheiro. Estou indo dar banho em minha filha e seu que você consegue isso Ethan.

Não esperei nenhuma palavra do traidor do meu amigo, apenas segui até o banheiro ouvindo o quanto o desgraçado do Ayron é magnifico, minha menina era só elogios enquanto eu fiquei imaginando que ela foi fruto de uma brincadeira de um menino mimado que ficou entediado e decidiu brincar com uma moça simples.

E o pior esse era o Herói que ela estava se referindo. Isso só pode ser o destino me chicoteando.

Deixei que Betina terminasse com Alice e segui para a sala em busca da minha resposta.

_ Já conseguiu. _ Ethan estava em pé ao olhando pelas vidraças com um copo de bebida na mão.

_ Antes de mais nada eu preciso que entenda eu jamais colocaria você e a pequena em qualquer situação perigosa. _ Sem conseguir ouvir mais nada apenas acenei para que ele se calasse.

_ E por que não me contou que ele encontrou com ela, por que não afastou ela dele? _ O loiro veio em minha direção.

_ Você mais do que qualquer pessoa precisa entender que as coisas acontecem. Sim evitamos algumas, mas o inevitável simplesmente acontece. _ Como ele podia me dizer aquilo.

_ Apenas me passe o endereço por mensagem, eu preciso pensar sobre isso depois conversamos.

Segui para meu carro enquanto meu celular sinalizou a mensagem com o endereço, programei no GPS e segui o caminho indicado. Enquanto as ruas vão passando a raiva e a mágoa apertam meu peito. Quem ele pensa que é para usar ela. Pelo motivo simples, ele não sabe que ela é filha dele então ela é um fantoche para chegar em mim.

Mais um jogo. Mais uma aposta.
Mas dessa vez ele não vai brincar comigo, não agora.

Chego no endereço, estaciono e sigo furiosa até a portaria. O porteiro me olha de forma totalmente apreensiva. Imagino quantas doídas já o perturbaram.

_ Bom dia! Preciso falar o Ayron, sei que ele mora aqui pode interfonar para que libere minha entrada. _ Relutante ele pega o aparelho na mão.

_ Bom dia! E quem devo anunciar? _  Sua voz demonstra preocupação.
_ Avise que Sophi Gregor está aqui e precisa falar com ele!

_ Pode entrar Senhorita é a última casa nos fundos do condomínio. _ Agradeço e volto para meu caro enquanto o portão é aberto para mim.

Chego em frente a casa e consigo perceber o motivo da escolha, a casa é fantástica, isolada e lembra muito a casa de seus pais.

Assim que estaciono e começo caminhar em direção a entrada vejo Nathaniel saindo, seu fiel escudeiro e constato que o tempo só fez bem a ele.

_ Bom dia Sophi. Pode entrar Ayron está te esperando. _ Sorriu presunçoso, mas logo mudou seu semblante ao notar o meu estado. _ Só não quebra nenhum membro dele, me causaria muito prejuízo. _ Juntou as mãos suplicando.

_ Não posso garantir nada! _ Limitei a responder o básico e segui para a porta abrindo sem gentileza alguma.

Mas não estava preparada para a visão que me aguardava. Ayron me aguardava escorado em um sofá marrom, vestindo apenas uma calça de moletom que deixava bem pouco para a imaginação, e aquele abdômen vários gomos terminando em um V perfeito. Salivei.

Ouvi um pigarro que me tirou do devaneio. Observei a casa e pode notar os traços masculinos em todos os ambientes, que eram abertos dando a impressão de liberdade. Bom gosto mesmo.

_ Então vai me falar o que veio fazer aqui ou só ficar babando pelo meu corpo? _ Perguntou com um sorriso malicioso em seus lábios.

_ Não quero saber do seu corpo, só exijo que fique longe da minha filha. _ Direta, mantive uma distancia saudável, para manter um dialogo. _ E mais, a Alice não vai a jogo algum. _ Tentei explicar, mas ele apenas riu.

_ Me dê um motivo, não fiz nada para a menina. _ Aproxímou alguns passos. _ Ela gosta para de ser chata, pelo menos com ela.

_ Eu não sou chata! E você está usando a minha filha. _ Acusei e vi seus olhos se abrirem.

_ Pode me odiar mas jamais faria isso. Ela é uma criança encantadora e eu não sou um monstro. _ Seus olhos grudaram nos meus e sua respiração estava tocando em minha pele quase me desconsertando.

_ Ela é o que eu tenho de melhor só não ouse chegar perto dela. _ Eu estava abala e ele percebeu, colocou uma mão em minha cintura, cheirou meu pescoço.

Fiquei sem forças pra para protestar, uma confusão e uma ebulição aconteciam dentro do meu corpo.

_ Eu jamais ousaria fazer nada que magoasse a pequena. _ Senti meu olhos marejarem, parece que esperei a vida toda para ouvir aquilo. _ Ela é muito especial. _ Colou seu corpo no meu e nos seus braços me senti pequena.
Sentindo sua mão apertar minha cintura e a outra indo em direção a minha nuca desenhando toda lateral do meu corpo meu copo cedeu.

O contato de seus músculos contra meu seio coberto pelo fino tecido, transmitem algum tipo de eletricidade e sua boca passando pelo meu pescoço descansando sobre meus lábios de uma forma tão sensual me paralisam.

Apenas o ar ofegante saí de minha boca, parecendo que corri uma maratona, então não feliz ele começa roçar em meus lábios, sua mão em minha nuca ganha vida puxando meus cabelos da forma mais sensual que se pode existir. Um gemido escapa de minha garganta, então ele me vira de forma brusca contra o encosto traseiro do sofá ficando de costas para ele e de frente para a janela que serve de espelho e reflete a visão mais excitante que eu conseguiria imaginar.

_ Olha para você baby, consegue ver o que eu vejo? _ Meus olhos passam pelos seus braços, um prende minha cintura e o outro o meu pescoço.

Sinto sua ereção em minhas costas percebo que está tão abalado quanto eu, percorro o resto do trajeto encontro a boca vermelha e os olhos intensos daquele azul acinzentado se transformando em um cinza quase escuro quando sua mão desliza de minha cintura tomando rumo entre minhas coxas chegando em minha calcinha totalmente molhada.

Com um dedo ele afasta o tecido para o lado e o outro entra em contato com meu clitóris que pulsa por alívio. Massageia com maestria enfiando dois dedos dentro de mim.

Só assim sinto o quanto senti falta desse toque, seu quadril começa ondula em minhas costas baixando até minhas nádegas, estamos extasiados, necessitado, então sinto uma mordida em minha orelha e o aumento de fricção em meu botão faz com que eu goze em sua mão de forma quase desesperada.

Acordo do meu momento de insanidade e me afasto de forma brutal deixando ele sem palavras. Suspiro e percebo meu erro.

Eu me entreguei, mais uma vez!

Coloco as mãos sobre meus olhos sem entender o que eu tinha feito, sem saber o que fazer.

_ Qual é o teu problema? _ Eu também gostaria de saber. Ele pergunta surpreso. _ Não pensa, vem vamos continuar. _ Tenta se aproximar, mas dessa vez eu apenas me abaixo juntado minhas chaves que até então eu nem tinha notado que tinham caído e corro para a porta.

_ Apenas fica longe da minha filha. _ Falei ofegante. _ Isso não vai mais acontecer.

Abri a porta e saí o mais rápido possível daquela casa ouvindo os gritos de um homem desesperado.

Entrei no carro e segui pelas ruas sentindo ódio do meu corpo por se render facilmente aquele maldito traídor. Raiva de meus desejos. Torturando minha mente por ainda pensar nele.

Péssima ideia brincar com fogo onde a única queimada fui eu!

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SEM REVISÃO 🔥🔥🔥🔥😘😘
 

Doce PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora