Capítulo 24

234 21 4
                                    

Christopher não acreditou no que ouviu. Então, Dulce deu um passo na direção dele e tocou-o no rosto, confirmando as palavras.

Os dedos tatearam a linha do queixo e subiram até encontrar os cabelos para afastar gentilmente a mecha caída sobre a testa. O toque era confortador e excitante ao mesmo tempo. Ele fechou os olhos e suspirou. A carícia gentil era exatamente o que ele esperava havia tanto tempo. O contato dos dedos sobre a pele, nos cabelos, aqueceu alguma coisa dentro dele, algo tão forte que quase o sufocou.

- Dulce, você tem certeza? Se for para a cama comigo esta noite, terá de ficar para sempre.

A mão fez uma pausa, os dedos imobilizados contra a pele. Ela procurou os olhos dele e as pupilas dilatadas traíram o desejo.

- Ficarei na sua cama enquanto você me quiser.

Por que, ela ainda duvidava do seu desejo? Queria Dulce para sempre.

Para sempre... A palavra ecoou na mente de Christopher. Como seria bom se tivessem a eternidade pela frente...

Os dedos se moveram novamente, distraindo a atenção de Christopher para os lábios rosados.

Ela mergulhou as mãos em seus cabelos, entrelaçando-as na nuca, e se ergueu nas pontas dos pés para alcançá-lo.

Aqueles lábios maravilhosos roçaram seu queixo, provando-o, adorando-o, até encontrarem a boca.

Christopher soube que estava perdido. Não, não estava perdido. Agora, ele havia se encontrado. Não sabia por onde havia estado, mas não importava. Nos braços de Dulce, descobrira seu santuário. Sentia-se vivo e completo, protegido das sombras e da escuridão.

A língua traçou a linha dos lábios dele, tímida e hesitante, num convite irrecusável.

Ele gemeu. Aquela doçura era suficiente para matá-lo, e a morte nunca parecera tão tentadora. Talvez fosse o que a misteriosa entidade representasse: viver para sempre no Paraíso.

Sim, Dulce era o Paraíso. Enlevado, moveu as mãos para moldar o rosto ovalado, como se quisesse segurá-la, mesmo que Dulce não mostrasse a menor intenção de se mover. Os lábios continuaram a provocá-lo, veludo contra veludo. As respirações se confundiram, quentes e úmidas. As línguas se tocaram como lanças de fogo.

Nada além das bocas se moviam. Mesmo as mãos, entrelaçadas, permaneciam imóveis, como se não quisessem nada para competir com a plenitude do beijo.

Christopher tinha consciência de que o elevador havia parado fazia muito tempo, mas não conseguia se afastar de Dulce. Receava que, se interrompesse o contato, o momento terminaria, e ela poderia desaparecer.

Por fim, Dulce recuou e o fitou com os olhos transbordando de desejo.

- Oh, meu Deus!

- Planejo ouvir você dizer o mesmo muitas vezes esta noite - ele prometeu com um sorriso.

Christopher traçou os lábios macios com o polegar e tocou a marca do corte que ele deixara na noite anterior. Com um suspiro, abriu a porta do elevador e tomou a mão delicada para caminharem pelo corredor.

- Aqui estamos. - Ele soltou a mão de Dulce e parou diante da porta do quarto. - Insisto em saber se você está absolutamente segura de que quer dormir comigo esta noite.

Tinha de perguntar mais uma vez, pois se ela confirmasse, nunca mais a deixaria ir. Quando Dulce assentiu com um gesto firme da cabeça, sem o menor traço da incerteza de antes, uma onda de alívio preencheu o peito dele.

Abriu a porta, esperando que ela entrasse primeiro.

Dentro do quarto, Dulce ficou parada de costas para ele como se estivesse incerta do que fazer a seguir.

- Vamos nos livrar disso - ele murmurou, com a voz rouca de desejo.

Ele tirou o casaco de Dulce e atirou-o sobre a poltrona ao lado da lareira. A seguir, despiu a própria jaqueta, lançando-a na outra poltrona. As mãos voltaram à cintura fina, ansiosas por descobrirem o que ela estava usando debaixo do suéter que escondia as curvas femininas.

Deslizando as mãos sob a lã, Christopher sentiu o calor que emanava da pele. Ele beijou o pescoço delgado, sorrindo contra a pele. Inalou o perfume adocicado é morno enquanto as mãos percorriam o ventre liso até se deterem na saliência dos seios.

- Devo tirar este suéter? - perguntou em tom provocante.

- Sim - a voz gutural soou como um gemido.

Lentamente, Christophet suspendeu a barra da blusa e passou-a pelos ombros de Dulce.

Ela ergueu os braços, ansiosa para se livrar de todas as barreiras que os separavam.

Christopher soltou a peça e as mãos retornaram à cintura. Contemplou os olhos cheios de expectativa e a beijou, prometendo prazeres indescritíveis.

A seguir, Christopher fez o mesmo com a camiseta, torturando-a com os movimentos vagarosos para despi-la. Uma onda de antecipação preencheu o ar ao redor deles quando expôs a pele aveludada.

Os dedos de Christopher tremeram ao pousarem sobre os mamilos intumescidos, escondidos pela renda do sutiã. Ele fechou os olhos quando o calor envolveu suas mãos.

Enquanto brincava com os bicos arrebitados, a boca de Christopher pousou no pescoço, cobrindo-o de beijos ardentes. Os dedos se insinuaram sob o tecido transparente, e ele suspendeu a peça para expor os seios pequeninos. A ereção dolorosa arrancou um gemido abafado de seus lábios, e ele procurou a boca molhada, bebendo o calor e o mel que o inebriava.

Seus lábios viajaram até o vale dos seios. Christopher roçou os dentes sobre um mamilo, e mãos ávidas se enroscaram em seus cabelos. A voz rouca implorando por mais o deixou cego de desejo.

Christopher atendeu ao pedido, girando o mamilo intumescido entre os dentes.

- Oh, Christopher... - ela sussurrou o nome com uma demanda inequívoca.

Ele ergueu a cabeça e contemplou os olhos entreabertos, sem saber que seu olhar transmitia mesma paixão.

Christopher se afastou e procurou o zíper da saia. Os dedos trabalharam rapidamente, e ele desceu a peça pela curva arredondada do quadril até que chegasse aos tornozelos.

Dulce apoiou as mãos nos ombros dele e se equilibrou sobre um pé para se livrar da saia. Christopher se afastou para admirar a sombra da penugem negra sob a transparência do pequeno triângulo de renda entre as pernas alvas. Beijou o ventre liso e se deteve no umbigo, provocando-o com a ponta da língua.

A respiração úmida contra sua pele a levou à loucura, e quando a língua experiente traçou o contorno da calcinha, Jane cravou as unhas nos músculos firmes das costas de Christopher, receando que suas pernas não a sustentassem.

- Você gosta disso? - ele sussurrou com voz rouca.

- Humm... - foi só que ela conseguiu balbuciar.

- Eu quero provar você, mas não aqui, no meio do quarto. Quero você em minha cama, debaixo de mim.

Era exatamente o que ela queria, mas Dulce não encontrou a voz para se expressar.

Mas não foi necessário. Christopher a suspendeu do chão e colocou-a sobre a cama, deitando-se ao lado dela.

- Sua pele é tão macia... - ele gemeu, deslizando as palmas das mãos pelas coxas.

- É pena que você esteja vestido - Dulce murmurou. Ele ergueu a cabeça e endereçou-lhe um sorriso.

- Você gostaria de retificar essa diferença?

Ela mordeu os lábios, inclinando-se sobre ele para alcançar a barra do suéter.

Puxou-o para cima, expondo centímetro por centímetro do tórax musculoso.

Dulce se deteve para admirar os pelos sedosos do peito largo, antes de se inclinar para alcançar o botão da calça jeans. Abriu-o com dedos trêmulos e se dedicou a descer o zíper. Quando esbarrou na ereção massiva sob a calça, uma onda de antecipação a agitou.

Christopher terminou de se despir, atirando a calça para longe. Tomou as mãos dela e levou-as aos lábios, aquecendo-as com o hálito morno.

- Por que está tão nervosa? - quis saber, preocupado.

- Você tem idéia de como é perfeito? - Ela riu, embaraçada. - É um tanto enervante!

- Enervante? Eu?!

- Sim, você mesmo - confirmou, surpreendendo-se por ele não ter noção de como era bonito. - Tem se olhado no espelho ultimamente?

Ele clareou a garganta, como se estivesse constrangido pelo elogio.

Memórias De Um Vampiro - Adaptada - Vondy. Onde histórias criam vida. Descubra agora