Peço para Ana me esperar no banco a beira da praia e corro em direção a Rafael.
Corro como se me sentisse livre, pronta para cair nos braços do meu príncipe. Ele corre ao meu encontro e damos um abraço forte e vibrante, sinto seu corpo quente junto ao meu, parece que tudo que preciso está junto a mim. Nossos lábios se encontram, sinto sua língua entrando na minha boca, estremecendo o meu corpo, o beijo dele me entorpece. Depois de um beijo demorado, ele me abraça e fala:
- Já tava com saudade gatinha? Abro um sorriso doce e atrevido, ele me faz me sentir como nunca me senti. - Claro que eu tava. Abraço ele com força. A sensação que eu tenho que nunca mais quero soltar ele. Logo lembro que meu irmão pode aparecer, me distancio do seu abraço e falo: - Rafa vamos sair daqui, vamos para um lugar que ninguém nos veja. Ele faz sinal positivo com a cabeça e caminhamos para um quiosque fechado à poucos metros de onde estávamos. Nós sentamos e começamos a conversar.
- Não entendo porque todo esse problema em ficarmos juntos gatinha, eu falo com a tua mãe, se quiser eu peço para meus pais falarem com ela. É a primeira vez que Rafael menciona seus pais. - Rafa, melhor não, deixa a minha mãe ficar mais calma, deixar passar um tempo e a gente conversa com ela. Ele sorri e faz sinal concordando comigo. Fico intrigada com o fato dele falar dos pais, nunca ouvi falar deles e comento:
- É a primeira vez que ouço falar dos seus pais, você nunca fala neles. - Meus pais são diplomatas, geralmente estão viajando a trabalho. Fala ele olhando para a praia. - Mas você fica sozinho em casa? Pergunto espantada. - Claro que não bobinha, fala ele me dando um leve selinho. - Quem cuida de mim e a tia Nina, minha segunda mãe, ela me criou desde pequeno enquanto os meus pais viajam, no fim eu prefiro ela do que meus pais, eles nem ligam pra mim. Fala ele fazendo biquinho, isso me derrete.
- Mas por que você trabalha no shopping vendendo pipoca se seus pais são diplomatas? Questiono ele. - Minha me obrigou, depois daquele lance da maconha na escola, a diretora Lucrécia trocou a expulsão por trabalho no shopping e eu aceitei, no fim até gosto de trabalhar lá. Responde ele olhando fundo nos meus olhos. - Semana que vem meus pais retornam e eles podem ir na sua casa conversar com a tua mãe, completa ele. - Você faria isso por nós? Questiono-o. Rafa abre um sorriso e diz: - claro que eu faria, sei que faz pouco tempo que a gente tá se conhecendo, mas sei lá, ficar perto de você é bom, você me deixa mais feliz, você é diferente. Nesse momento ele passa a mão em meu rosto e depois no meu cabelo, se aproxima do meu rosto e começamos a nos beijar.
O gosto do seu beijo é bom, ao mesmo tempo, ele alisa meu corpo. Ele consegue me deixar nas nuvens com seu toque, seu carinho, seu delicioso beijo e o perfume dele me deixa em transe. Ficamos nos beijando por um tempo. Logo nos deitamos na areia, eu encostada em seu braço. Ficamos um momento em silêncio apreciando o momento e nos curtindo.
Eu logo tenho vontade de contar para ele a verdade e começo a falar: - Rafa você tá realmente afim de mim? Pergunto a ele, - Claro que estou Agatha, é muito bom estar com você. Nesse momento tenho certeza que devo contar verdade para ele e começo a falar:
- Rafa é que eu.... Quando ia dizer a verdade meu celular vibra e recebo uma mensagem da Ana dizendo que o irmão dela está vindo na praia e pede para eu me apressar. Sou interrompida novamente no momento que ia contar que sou trans para o Rafa. Olho para ele e digo: - Rafa, temos que ir, o irmão da Ana tá vindo pra encontrar a gente na praia. - O Sérgio é um prego, resmunga ele. Eu dou uma risada e concordo com a cabeça.
Levantamos e ele começa a tentar tirar a areia da minha roupa. Sinto uma mão boba na minha bunda e logo falo: - Para com essa mão boba Rafa. Ele abre um sorriso e fala: - Que nada princesa, só tô te ajudando a tirar a areia. Começo a rir. - É melhor você ir pelo outro lado e eu voltar pelo mesmo caminho, digo a ele que concorda. Despedimos rapidamente com um beijo e parto em direção a Ana e Rafa segue pelo outro lado da praia.
Chegando próximo à Ana vejo Sérgio se aproximando do banco em que ela estava sentada. - Onde você estava Agatha, pergunta Sérgio. - Tá igual meu irmão Sérgio, só fui ao banheiro daquele quiosque bobo, falo em tom ríspido. Sérgio fica sem graça e fala: Desculpa, só fiquei preocupado com você, só isso. - Todo mundo tá preocupado comigo, porque ninguém se preocupa com o que eu quero, questiono-o. - Agatha, desculpa por ter falado aquilo para o teu irmão, eu nem sei porque eu falei aquilo, ele abre um leve sorriso. - Tudo bem Sérgio, foi meu irmão que mandou você atrás da gente? - Não, foi a minha mãe que pediu para eu buscar a Ana, completa ele. - Mas já? Pergunta Ana. - Vamos Ana a mãe quer servir o jantar e tá te esperando, mas antes vamos deixar a Agatha em casa, fala Sérgio. Concordei e fomos em direção a minha casa.
Nos despedimos na frente da minha casa e entro. Minha mãe estava fazendo a janta e meu irmão jogando vídeo game. Aviso para minha mãe que já cheguei e vou em direção ao meu quarto. Chegando no meu quarto mando uma mensagem para Rafael: - Já estou em casa gatinho. Logo ele visualiza a mensagem e responde: - Que bom minha gatinha, eu estou no meu quarto pensando em vc :) Abro um sorriso e penso que esse menino vai me deixar doida. Logo ele manda outra mensagem: - Pena que ficamos pouco tempo juntos. Logo eu respondo: - Nem me fala, queria ficar bastante tempo com você. - Vem me ver jogar no sábado? Pergunta ele. - Como eu vou fugir da vigilância do meu irmão? Penso e quando estou pronta para responder, ouço:
- Agatha a janta tá pronta, grita a minha mãe da cozinha. Mando para ele: - Tomara que eu consiga te ver, gatinho vou jantar, até amanhã, saudades, beijo. Ele responde: Bom jantar minha gatinha, até amanhã, vê se consegue me ver na hora do almoço na sala, bjo gatinha. Ele é muito fofo, logo guardo o celular e desço para jantar.
A semana passa normalmente, consigo fugir do meu irmão e encontrar o Rafa no meio-dia. Beijos e caricias no meio dia, pena que é muito rapidinho. Nas aulas de educação física também damos uma fugidinha e aproveitamos, apesar dele estar treinando para o jogo de sábado contra outra escola.
Hoje é sexta a noite e consegui convencer a minha mãe a me liberar para ir ao futebol sábado ver o Rafa, disse para ela que assim me ajudava a fazer amigos na minha turma, mas o meu irmão e o mala do Sérgio vão junto, nada é perfeito. A Ana vai me ajudar e vou conseguir escapar dele no final do jogo e namorar com o Rafa um pouquinho, assim espero...
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O desabrochar de uma rosa
RomanceREVISÃO. Agatha era uma menina comum de 14 anos, mudando-se para uma nova cidade e conhecendo novos amigos, se não fosse o detalhe de ser uma menina trans. Nesta história cheia de paixão, descobertas e aventuras de uma menina que se transforma em mu...