Acordo com minha mãe me chamando e sentada ao lado da minha cama. - Mãezinha já sei o que a senhora vai dizer, que não posso mais ve-lô, que ele vai me fazer sofrer. Falo olhando para ela que pega a minha mão e diz: - Não é isso minha filha, não vou te proibir de nada, você já é adulta e sabe o que você faz, só não esqueça de ser sincera com todos que te amam e principalmente, seja feliz minha filha, fala ela me abraçando. Conto tudo que aconteceu para ela que me aconselha a pensar bem no que eu quero e ser feliz. Ficamos um tempo conversando. Descemos e temos um almoço em família. Passo a tarde fazendo relatório para segunda e quando vejo já tenho que me arrumar para ir no restaurante. Ele tinha me mandado uma mensagem durante a tarde dizendo a hora do jantar, me arrumo e vou para meu carro.
Coloquei um vestido vermelho escuro que eu adoro, que realça meus seios, um salto alto, uma maquiagem discreta, cabelos soltos, me sinto poderosa. Entro no restaurante, digo meu nome ao metri que logo me leva a mesa onde está Rafael. Ele está de terno, bem formal, lindo, como sempre. Nos cumprimentamos e ele puxa a cadeira para eu sentar, um cavalheiro. O restaurante é bem chique e ao mesmo tempo romântico, tem música no piano que deixa o clima todo especial. - Você está linda, fala ele. Dou um sorriso e agradeço. Conversamos um pouco e logo escolhemos o que iremos pedir e chamamos o garçom. Eu peço salmão ao molho de camarão, ele pede um bife acho ao molho de alcaparras e um vinho rose para acompanhamento. Conversamos bastante sobre as coisas engraçadas que ele fez na Argentina, sobre os pais dele, sobre a minha faculdade, meus amigos e as festas do meu curso. Comemos e a noite flui de uma maneira muito tranquila, sem cobrança, sem desculpa, apenas dois adultos falando de suas vidas, rindo e bebendo em um lugar muito agradável.
Pedimos a conta e saímos do restaurante. - Foi muito agradável está noite, falo tentando me despedir dele, que me segura pela mão e diz: - A noite só está começando, me segue, fala ele me puxando. - Mas e o meu carro, falo. - Depois pegamos ele, agora quero você no meu carro, diz ele olhando firmemente para mim, me deixando gelada. Apenas obedeço e vamos para seu carro. Ele liga o carro, partimos e ele coloca Ed Sheeran para tocar, me fazendo suspirar. - Você ainda lembra, falo olhando para ele. Ele pega a minha mão enquanto dirige e diz: - Eu jamais ia esquecer, dando um beijo na minha mão. Ele sabe ser encantador extremamente charmoso quando ele quer. Apenas abro um sorriso bem constrangida e curtimos a música.
- Chegamos diz ele estacionando o carro. Saio do carro e lembro na hora deste lugar, aquele mesmo lugar que ele me levou pela primeira vez, no canto da praia, onde as pedras se encontram, só que desta vez tinha tochas e dois homens que cuidavam do lugar. Ele pega na minha mão e vamos até aquelas rochas, eles pede para os homens se retirarem. Vejo na areia uma espécie de tapete, ao lado um balde de gelo com uma garrafa de champanhe, duas taça e uma bandeja cheia de frutas e uma fogueira, com uma música romântica tocando de fundo. - Como você fez tudo isso? Questiono e olho para ele. - Eu contratei uma firma de organização de eventos para organizar isso para nós, eu queria te trazer direto para cá, mas fiquei com medo de você não quiser vir, por isso te convidei primeiro para o restaurante. Eu abro um sorriso e falo: - Você só pode estar doido. Ele segura as minhas mãos e olha bem fixamente para mim e diz: - Estou doido por você. Fico constrangida e solto as mãos dele. - Vamos sentar, fala ele. Nos sentamos um ao lado do outro olhando a fogueira.
- Lembra de quando viemos pela primeira vez aqui, pergunta ele. - Lembro, você também tinha pensado em tudo, falo abrindo um sorriso. - Da primeira vez eu estava tão nervoso, mas agora acho que tô mais, diz ele rindo. Ele pega na minha mão e começa a se aproximar de mim, sinto seu corpo quente chegando perto de mim, sinto seu rosto se aproximando de mim, mas desvio meu rosto. - Rafa não posso, falo olhando para a fogueira. - Desculpa Agatha, tô indo rápido demais, mas tô disposto a te esperar, o tempo que for, fala ele olhando para mim. Ficamos a noite toda conversando, ele não tentou mais me beijar, disse que ia respeitar o meu tempo. Falamos sobre minha cirurgia, sobre todas as mudanças que meu corpo teve após o tratamento, sobre o apoio da minha família e dos meus amigos, ele se sentiu culpado por não estar do meu lado. Quando percebi já estava amanhecendo, o nascer do sol ao seu lado foi mágico.
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O desabrochar de uma rosa
Roman d'amourREVISÃO. Agatha era uma menina comum de 14 anos, mudando-se para uma nova cidade e conhecendo novos amigos, se não fosse o detalhe de ser uma menina trans. Nesta história cheia de paixão, descobertas e aventuras de uma menina que se transforma em mu...