Por Rafael

106 10 1
                                    

Escrito por Rafael. Após a festa:

Saio em disparado para a avenida, só ouço os choros da Agatha. Tô completamente atordoado e sem entender tudo que aconteceu. Sento na frente de um prédio e começo a chorar. Só lembro de manda uma mensagem para os meus pais saírem da festa e irem para casa. Não paro de pensar no que ouvi saindo do banheiro:

- Isso aqui é uma piada, fazendo festa de 15 anos para um viado. Fala um menino sentado na saída do banheiro. - Só o Heitor e a doida da Flávia para criar o Carlos como uma menina. Fico sem entender, mas sinto meu sangue ferver, logo me aproximo dois e pergunto sem entender: - Como é que é? - O que vocês estão falando da minha namorada? Questiono ele com uma voz brava. - Esse é o anormal que namora ela, fala o menino olhando para o homem mais velho. Parto para cima dele e pego ele pelo colarinho. - Repete se tu for homem, falo isso com sangue nos olhos. O Senhor no separa e diz: - Não queremos briga meu rapaz, fala com a sua namorada que ela vai te explicar. Fala ele nos separando. Saio dali enfurecido.

Só penso em conversar com a Agatha. Chegando na mesa peço para a gente sair, minha mãe tenta saber o que houve, mas dou uma desculpa e saímos. Logo vejo Agatha sentando no banco e tento explicar o que eu ouvi. Mas quando ela disse: Amor eu posso explicar, entrei em pânico porque até aquele momento achei que era mentira, mas vendo ela nervosa me toquei que poderia ser verdade, mas mesmo assim falo: É mentira o que eles falaram né, você não é o que eles disseram, olho bem para o rosto dela. Ela está nervosa e tenta se aproximar de mim. Eu entro em choque e me afasto dela. Por um instante parece que a mulher que eu conhecia não existe mais. Fico muito confuso e começo a falar:

- Eles te chamaram de Carlos, disseram que era uma piada fazer essa para um viado, quase eu parti para cima do seu primo que tava falando isso,  falo isso extremamente confuso. Ela olha para mim com olhar nervoso mas tenta me acalmar: - Rafa eu sei que devia ter te falado isso no início, mas não tive coragem, achei que você se apaixonando por mim ia ser mais fácil você entender, nesse momento cai a ficha que ela não era mais a mesma mulher. Quando ouço ela dizendo que sou trans, parece que tiram o chão dos meus pés, sinto como se tudo oque tivéssemos vivido até agora você mentira.

Entro em total desespero. Ela tenta se aproximar de mim, mas agora me sinto ao lado de uma completa estranha, não a reconheço mais. Já ouvi falar sobre pessoas trans, mas sempre pensei que iria reconhecer de longe uma, mas quando descubro que a minha namorada é uma delas me sinto completamente enganado e falo - Você não poder ter feito isso, você devia ter me falado isso desde o início.  Ela tenta falar mas não consigo mais ouvi-lá e falo:

 - Cala a boca, você não tem o direito de ter brincado comigo desse jeito, o que os meus pais vão falar de mim quando souberem que eu me envolvi com alguém como você? As palavras saem da minha boca, mas sinto meu coração destroçado. Começo a disser coisa para ofende-la: - Nem mulher você é. Me aproximo dela e coloco o dedo em seu rosto. - Nem sei oque você é, como eu fui burro em deixar a Camila que é mulher de verdade por você. Falo gritando, eu falo todas essas coisas mas não é isso que eu sinto. A minha vontade é de abraça-la, jamais pensei em falar essas coisas horríveis para a mulher que amo, mas entro em desespero. Ela chora cada vez mais, me deixando ainda mais perdido.

Quando estou bem perto dela sinto uma mão me empurrando, era Sérgio que do nada aparece e me separou de perto dela. Ele começa a conversar com ela e começo a perceber que ele já sabia de tudo e o questiono: - Você sabia de tudo né Sergio, você sabia que ela não é ela, falo com raiva de ser enganado por eles. Devem ter rido muito de mim, conseguindo me enganar todo esse tempo. 

Sérgio fala: - Rafael para de falar besteira, olha como a sua namorada tá? Quando ele diz isso me dá uma raiva de ser sido enganado e falo:  - Minha namorada, eu não tenho namorada viado. Sérgio me manda calar a boca me deixando ainda mais bravo. Parto para cima dele com tanta raiva que tenho a sensação que vou matá-lo. Ouço Agatha pedindo para pararmos, mas é inútil, eu só quero descarregar toda a minha raiva na cara do Sérgio. Começamos a rolar no chão e dou vários socos no Sérgio, sou mais forte que ele. Quando ia continuar batendo sinto alguém me puxando e nos separando. Eu com raiva falo:  - Eu vou te matar seu merda, grito. Ele também grita: - Você não tem respeito por ela seu idiota. Respiro fundo, olho para ele e digo: - Pode ficar com ela, nunca mais quero ver vocês.

O desabrochar de uma rosaOnde histórias criam vida. Descubra agora