O começo

359 19 7
                                    

- Acorda minha filha, vai se atrasar para a escola. Diz minha mãe na porta do meu quarto.

- Já vou mamãe. Falo com voz de sono. Sento na minha cama e penso que hoje tudo será diferente.

Meu nome é Agatha, tenho 14 anos, minha mãe se chama Flávia tem 37 anos e meu irmão Eduardo com 15 anos. Acabamos de nos mudar para uma cidade no litoral de do Espirito Santo chamada Valência, meus pais acabaram de separar devido as constantes brigas por minha causa, não que eu quisesse ser o motivo das brigas, mas no fundo o motivo da separação era eu.

Agatha tem 1,65, é magra, cabelos loiros e com olhos verdes. Era uma menina tímida, meiga, adorava música, livros, séries e gostava de ficar em casa com sua família. Não tinha nenhum amigo na nova cidade, mas sentia que as dores da antiga cidade tinham ficado para trás. Eduardo tem 1,75, magro, cabelos castanhos, olhos azuis e porte atlético. Adorava jogar futebol, vídeo game e estava animado para conhecer a nova escola e as gatinhas. Flávia é loira, corpo normal e olhos azuis. Uma mãe que fazia de tudo pelos filhos, até se separar do marido e ir com os filhos para outra cidade, para sua filha ter uma nova vida.

Eduardo entra no meu quarto apresado e fala: - Anda preguiçosa, hoje é nosso primeiro dia, dessa vez vai ser legal, eu te prometo. Eduardo me dá um abraço caloroso me deixando mais alegre. Coloco o novo uniforme, saia azul, camiseta cinza, uma sapatilha rosa, que é a minha cor preferida, escovo os dentes, arrumo os cabelos, passo uma leve maquiagem e desço para o café.

A nossa nova casa está toda desarrumada, nos mudamos apenas a uma semana e tem várias caixas espalhadas pela casa, mas uma casa com muito amor, bem diferente da nossa outra casa que morávamos. Está casa minha mãe tinha comprado com a parte da separação, tem três quartos, dois andares, com um quintal grande, piscina e com muro baixo na frente. Não era apenas uma casa, agora seria o nosso lar.

- E aí maninha já tá pronta, fala meu irmão com um sorriso. - Já vou maninho, deixa eu só tomar café. Mãe a escola já sabe de tudo né? Pergunto para minha mãe. - Já minha filha, conversei com a Diretora e ela garantiu que todos os seus registros irão aparecer Agatha, só ela saberá que você é trans, fala minha mãe. Sempre fiquei com muita vergonha do meu antigo nome, mas agora seria diferente, todo só me conheceriam como Agatha.

Pegamos as nossas mochilas e vamos para o carro da minha mãe que está estacionado na garagem.

- Mãe o consultório já está pronto, fala Agatha, - Já está meu docinho, começo atender hoje fala a minha mãe. Minha mãe era psiquiatra e tinha acabado de montar um novo consultório na cidade de Valência.

Dezesseis anos atrás, minha mãe tinha acabado a especialização em psiquiatria após a faculdade de medicina com 25 anos onde conheceu o meu pai, Heitor que tinha a mesma idade. Se apaixonaram e casaram. Heitor era um bem sucedido Neurologista. Após um tempo de casados, minha mãe engravidou do Eduardo, que nasceu gorducho e com olhos verdes, puxando o pai. Após um ano, Flávia engravidou novamente de seu segundo filho, que era eu, mas me batizaram com o nome de Carlos, odeio esse nome.

A família estava completa e feliz. Flávia e Heitor se orgulhavam muito de seus dois filhos. Com o passar do tempo Flávia notou que Carlos não se identificava como menino, sentia que seu filho se identificava como menina. Flávia lembra-se de estar comprando roupa para seus filhos e Carlos com quatro anos trouxe em suas mãos um vestido rosa e queria muito usá-lo. Flávia fez a vontade de seu filho e comprou o vestido.

A partir daí as brigas do casal começaram. Flávia levou Carlos a um colega psiquiatra, que fez vários testes e perguntas ao menino, que deu o resultado que ela já sabia, que ela não tinha dois filhos, ela tinha na verdade um menino e uma menina.

Flávia conversou com Eduardo e explicou para seu filho que na verdade Carlos não era um menino, era sim uma menina e que o seu corpo não retratava o que realmente era o seu psicológico. Eduardo entende, mas seu marido Heitor não entendeu e cada vez mais as brigas entre o casal ficavam mais feias. Flávia conversou com Carlos e perguntou como ele gostaria de ser chamado e ele respondeu Agatha, a partir deste dia Flávia passaria a ter uma filha linda chamada Agatha.

- Mãe, já chegamos, pergunto. - Já apressadinha, fala ela. Olho pela janela do carro, vejo minha nova escola e fico imaginado que agora seria diferente, agora posso ser feliz...

Oi galerinha, espero que estejam gostando. Por favor, deixem comentários e votem, obrigada. 

O desabrochar de uma rosaOnde histórias criam vida. Descubra agora