Sou Gustavo Alencar, redator-chefe de uma das maiores revistas femininas do país, e recebo ajuda de duas co-editoras, Patrícia e Leandra, meus braços direitos. Escolhemos e decidimos tudo, juntamente com um time de grandes profissionais, jornalistas renomados e fotógrafos conhecidos, além de poder contar com a exclusividade de alguns dos melhores estilistas do mundo. Isso, com certeza, é o que faz de nossa revista a mais vendida da América Latina.
O dono da revista é Lorenzo Camato, uma pessoa que admiro muito, não só por ter se tornado um ícone no mundo editorial, mas por ser um cara humilde e muito justo, que nunca deixou de agradecer um trabalho bem feito, ou recompensar seus parceiros. Somos muito amigos, apesar da grande diferença de idade que temos, eu com trinta e cinco anos e ele com setenta e nove, porém, bem lucido e forte, faz caminhadas, não bebe e nem fuma, e cultiva uma saúde de touro.
Lorenzo tem uma filha, Susana, de quem vive falando, mas que nunca vi, exceto por uma foto em sua sala em que a menina deve ter seus doze anos de idade. Sei que ela estudava moda na França e que depois que se formou foi para a Inglaterra fazer administração. Ele vive dizendo que a filha está se preparando para assumir a revista, que se tornou um império, mas creio que ela não queira voltar para o Brasil, já que nem para o Natal vem.
Lorenzo também diz que tenho que contar cada vez menos com ele, que agora quer começar a viajar com a esposa e precisa que eu tome conta de tudo, que fique na presidência até que a filha dele possa assumir de vez. Fico lisonjeado, e mesmo com medo de não conseguir suprir essa expectativa, aceitei o desafio e, além de presidir, continuo meu trabalho como editor-chefe.
Venho de uma família muito rica e se quisesse nunca precisaria trabalhar, no entanto, quando terminei a faculdade de jornalismo na USP, não fiquei satisfeito e fui fazer Administração na Getúlio Vargas, e foi quando surgiu uma vaga de empego na revista. Entrei de cabeça na parte de redação e comecei a me interessar pelo mundo da moda, então, para poder me inteirar de tudo com o que trabalhava, fiz faculdade de moda, o que ajudou a chamar atenção do meu chefe, que me tornou seu assistente e, assim que ele se aposentou, me indicou para tomar seu lugar na chefia editorial.
Não foi fácil, Lorenzo me testou de todas as formas, contratou pessoas para me espionar, pesquisou toda a minha vida e, várias vezes, armou para que pessoas se passassem por donos de outras empresas, tentando me contratar ou me subornar para que eu entregasse a pauta de algumas edições em que estávamos trabalhando. Depois de dois anos sendo testado sem saber, ele me chamou no décimo andar, lugar que não era frequentado por ninguém que não fosse de sua estrema confiança. Eu suava frio enquanto o elevador subia os andares e, assim que a secretária dele abriu aquela enorme porta, ele me recebeu apertando minha mão suada. Cheguei a gaguejar, e ele sorria sentindo meu descontrole. Hoje chego a sorrir com a lembrança, mas na época achei que fosse ter um colapso nervoso ou infartaria.
Lorenzo era como uma lenda na revista, ninguém o via chegar e nem sair, o prédio tinha um elevador privativo para seu escritório e só subia quem tinha o código de segurança digitado dentro do elevador, e só quem tinha esse acesso era os poderosos que tinham contato direto com ele. Muitos editores juniores nunca o tinham visto de perto, pois ele não frequentava festas da empresa, jamais se misturava com os demais, então, sempre pensei que nunca fosse conhecê-lo, mesmo quando eu já tinha sido promovido para o cargo mais importante da empresa.
Assim que entrei, ele me indicou uma cadeira e sentei, desastradamente, quase esbarrando em um vaso da dinastia Ming que ficava ao lado da mesa dele. Me recordo da cara dele, um misto de susto e raiva. Depois que começamos a conversar, percebi que ele era um homem não só muito inteligente e culto, mas humilde. Com o tempo fomos nos aproximando cada vez mais um do outro e fui admirando seu jeito de lidar com a revista e sua paixão pelo que fazia.
Mas você já deve estar pensando sobre minha vida pessoal?! Pois é, trabalho tanto que só tenho tempo para transas casuais, na grande maioria das vezes, com modelos que queriam ser capas da revista; eu tinha o poder de ajudar isso acontecer, e fazia. Não costumava repetir os encontros para não criar vínculo com ninguém, porque o mais importante para mim, sempre foi o trabalho, era isso que fazia minha vida ter sentido.
Morava com meus pais, sempre gostei de ter tudo na mão e não tem pessoa melhor para fazer isso do que nossa própria mãe. Porém, já tinha o luxuoso apartamento nos Jardins, próximo da revista, claro, sou homem e tenho minhas necessidades e isso me ajudava com meus encontros relâmpagos. A maioria das mulheres que trabalham comigo me apelidaram de príncipe, não sei se porque sou loiro de olhos azuis, alto e forte, ou se pelo fato de respeitar todas as pessoas igualmente e ser educado e solícito com todos que me cercam. Tive uma educação muito rígida de meus pais, que exigiam cordialidade e educação, muitas vezes exacerbada.
Hoje, estou aqui no escritório anotando algumas pautas para discutir na reunião semanal, mas a verdade é que não consigo me concentrar sabendo que a filha do chefe está chegando de viagem. Espero que seja como o pai, humilde e solícito, e que possamos combinar, afinal, terei que acatar as ordens dela, que nunca conviveu com o ambiente de uma revista tão importante. Teremos problemas se ela vier sem tato ou sensibilidade, e é isso que me preocupa, pois não sei absolutamente nada a seu respeito, exceto que é a filhinha do papai.
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Agradeço a @sexypaty por esta capa linda. Obrigada amore.
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O Jogo do Amor - Tudo pra Conquistar minha Chefe
RomanceVocê já viveu um jogo de sedução? Gustavo depois de ser rejeitado por Susana decidiu que sua única escolha seria essa, se tornar um cafajeste e mostrar a ela o que estava perdendo em desdenha-lo. Venha acompanhar esta história intrigante e excitante...