CAPÍTULO 7- ALFONSO

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Estou sentado no Whitefish Café e tenho que rir. Quem teria pensado que eu acabaria aqui pela terceira vez em duas semanas? Se alguém me dissesse que isso aconteceria, eu diria que eles estavam loucos. Mas com certeza, aqui estou eu. Foi uma semana de surpresas, para dizer o mínimo. Eu gostaria de poder dizer que fiquei chateado com isso, mas estou mais animado do que pensei. Mal posso esperar para ouvir o que Anahí tem a dizer, e realmente espero que ela diga sim à minha proposta.

A verdade é que não é sobre o dinheiro. Eu pagaria a Anahí o que ela precisasse para valer a pena. Eu sei que ela luta e trabalha duro, e se eu posso ajudá-la de qualquer maneira que eu quiser, não teria problema, mas eu sei que ela é orgulhosa demais para aceitar uma grande soma de dinheiro. Espero não ter feito ela se sentir como uma acompanhante profissional ou pior ainda. Essa nunca foi minha intenção.

Pelo olhar dela na quarta-feira na Cervejaria Mountain, eu sabia que ela estava surpresa. Eu gostei. Eu desisti de tentar impressionar as pessoas anos atrás, mas por um breve momento, fiquei satisfeito por Anahí ficar intrigada com a história da minha família. Espero que ela não fique impressionada quando estivermos lá.

Eu já estou me adiantando.

Antes de irmos ao café, paramos no Ethel's, e comprei para Shark seu deleite favorito, que ele está comendo no momento. Eu sinto o sol e tento aproveitar o final da tarde enquanto espero Anahí vir à minha mesa. Eu nem a vi ainda, e uma parte de mim começa a se preocupar que ela tenha fugido hoje para me evitar.

Assim que os pensamentos negativos estão começando a dissipar, Anahí caminha até o pátio, parecendo confusa. Ela está amarrando rapidamente o avental em torno de sua cintura esbelta, e seu cabelo está bagunçado. É como se ela tivesse acabado de sair da cama e eu gosto do jeito que ela parece.

O gerente sai para o pátio atrás dela, sem parecer satisfeito.

—Isso são dez minutos atrasada, Anahí, — diz o cara.

—Eu sei, me desculpe, — diz ela. —Meu pai não estava bem esta manhã.

—Essa é a desculpa perfeita, — o gerente revira os olhos, se vira e caminha de volta para o café.

Estou fervendo de como ele falou com ela. Eu quero levantar e ensinar-lhe um pouco de respeito, mas ela olha em minha direção e me dá um sorriso de desculpas. Eu sorrio de volta, tentando dizer a ela que tudo está bem. Enquanto ela corre de um lado para o outro, não posso deixar de pensar que o gerente idiota deveria contratar mais de uma garçonete para o turno do almoço. Claramente, ele está tentando economizar um dinheiro. Eu não consigo parar de pensar sobre o que ela disse sobre o pai dela. Há tanta coisa que eu não sei sobre ela, e isso me faz pensar em como minha ideia é ridícula. Mas o ponto é que eu quero saber tudo sobre ela.

—Eu sinto muito, — diz ela, trazendo-me uma xícara de café e um copo de água.

—Não há nada para se desculpar, — eu respondo.

—Tem sido uma manhã horrível e eu dormi e demorei demais.

—Você lidou bem com isso, — eu digo, sorrindo. —Você está aqui.

—Além disso, Maite estava na minha casa tarde da noite. Nós acordadas... discutindo as coisas.

—Discutindo minha proposta?

Há culpa no rosto dela, mas também excitação.

—Eu não sei por que pensei que seria calmo hoje, — diz Anahí, olhando mais duas mesas em sua seção que estavam ocupadas. —Eu esperava que tivéssemos mais tempo para conversar.

—Bem, é um dia lindo. Muitas pessoas saem para se divertir.

Seus olhos encontram os meus. —Então, deixe-me adivinhar, o Reuben?

Eu dou-lhe um sorriso travesso.

—Você não pode pedir a mesma coisa pela terceira vez! — ela protesta.

—Por que não?

—Porque isso não é bom pra você. O corpo humano precisa de variedade.

Há outras coisas que o corpo humano precisa que surgem em minha mente, mas não as menciono.

—Bem, eu vou colocar mostarda sobre isso desta vez.

—Não, não, não, — Anahí diz, sua forte vontade tomando conta. —Está recebendo um enroladinho de couve.

—Isso pode me matar.

—Isso não vai te matar, e vai ser bom para você. Até os homens da montanha precisam de vegetais, você sabe. — Ela sorri, seus olhos brilhando, e eu estou feliz em ver que ela ignorou a atitude de seu gerente idiota.

Anahí se afasta, e sei que uma semana em Chicago com sua presença mais do que provavelmente me fará desejá-la ainda mais do que atualmente.

O homem da montanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora