CAPÍTULO 6-ANAHI

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—É mais barato beber na minha casa, — digo a Maite, mas ela não está ligando pra isso.

—Vamos. Nós nunca saímos.

—Isso porque não há absolutamente nenhuma vida noturna em Whitefish e estamos quebradas, — eu a lembro, rindo.

—É aí que você está errada, — diz Maite. —Durante a temporada de esqui, este lugar é épico.

—Eu tenho dito que você é muito popular entre os instrutores de esqui. — Eu estou brincando com ela, só porque Maite me disse que ela gosta de instrutores de esqui, e eles parecem ter algo por ela também.

—Por que os homens são tão sexy quando estão usando óculos de proteção e sendo mandões?

—Você tem um ponto, — eu lhe dou uma piscada enquanto ela praticamente me arrasta para fora da casa para seu carro. É como se estivéssemos magicamente a caminho da cervejaria da montanha. Como mencionei para Maite, não gosto da despesa extra, mas de vez em quando uma garota precisa sair de casa e sair do sofá. Raramente saímos, mas como ainda tenho um pouco da generosa gorjeta de Alfonso, concordo. A situação provavelmente será assim: Maite vai começar a conversar com um monte de caras, e eu vou ficar sozinha com a minha cerveja, mas tudo bem por mim.

Pelo menos uma de nós vai se divertir.

Chegamos à cervejaria da montanha, e noto que nada mais é do que um bar com televisores passando esportes, dardos, sinuca e muito mais. Mas eu gosto, principalmente porque é o único lugar assim em nossa pequena cidade.

—Boa noite, senhoras, — Hal, um dos garçons diz.

—Olá baby! — Maite responde, olhando por cima do ombro quando passamos por ele. Já faz algum tempo desde que visitei a cervejaria e admiro o charme e a beleza de tudo isso. Os moradores da cidade estão bebendo e jogando, e há um fermentador de cerveja de aço no canto onde eles preparam sua própria cerveja.

—Olha, há espaço no bar, — diz Maite, apontando para dois bancos no canto. Seguimos para os lugares vazios e cumprimento algumas pessoas que reconheço do café. Luzes coloridas pendem do teto na cervejaria o ano todo, junto com sinais de néon de cerveja pendurados na parede.

Nós nos sentamos e somos recebidas por Hank, um barman que tem tatuagens em seus braços e trabalha aqui há mais de uma década. É sempre fácil lembrar de Hank e do outro barman Hal, porque eles andam juntos como pão com manteiga, de certa forma, num estilo do pub.

—Ei, Hank, — eu o cumprimento.

—Olá senhoras. Qual é o seu pedido esta noite? — Ele pergunta. Hank tem um daqueles bigodes retorcidos que eram populares no início dos anos 1900.

—Um par de IPAs11, — eu digo, sabendo o que Maite gosta.

—Chegando, — ele responde.

—E nachos, — Maite pede também.

—Entendi.

—Este lugar está bastante cheio hoje à noite, — diz Maite, olhando ao redor da sala.

—Eu sei, estou surpresa. Normalmente está morto durante a semana, mas é verão, então é compreensível.

Eu examino a sala cheia de homens, andando, assistindo esportes e conversando. Eu olho para o fundo do bar, e não vejo nada de muito interesse até que eu encontro com os olhos dele. Alfonso.

Eu fico congelada no lugar, assim que a minha cerveja é colocada na minha frente. Eu pisco com força, tentando me certificar de que não estou imaginando-o. Meu coração está batendo forte no meu peito, e eu abro minha boca para dizer algo e depois fecho. Ele sorri para mim, levanta a cerveja no ar, toma um gole, e eu olho para longe porque eu posso sentir o vermelho aparecendo nas minhas bochechas.

—Você está bem? — Maite pergunta, notando que eu endureci.

—Maite, se eu te disser algo, você promete não olhar?

—Não.

Pelo menos ela é honesta.

—Ok, bem, no outro extremo do bar, não olhe! — Eu digo.

—Eu não vou olhar. Apenas me diga.

—Bem, no outro extremo do bar está o cara que eu estava falando.

—O que? — Eu posso dizer que ela quer olhar em volta de mim, mas ela fica focada nos meus olhos até que eu lhe dê permissão.

—Não fique muito animada. Apenas olhe por cima do seu ombro casualmente, —eu instruo.

Maite faz o que eu digo, e ela inclina um pouco seu corpo para ter uma boa visão do outro lado do bar. Ela olha rapidamente e me olha para mim novamente.

—Droga, aqueles bíceps, — ela geme, engolindo em seco. Se ela fosse um emoji agora, ela seria a com os grandes olhos de coração misturados com o emoji da cara de baba.

—Eu sei. — Eu suspiro. —Ele parece sexy como o inferno.

—Eu não posso acreditar que ele está aqui. Considerando que ele viveu aqui por anos e ninguém mal o viu. Por que ele decidiu sair de sua caverna? — Maite balança as sobrancelhas para mim.

—Por quê? — Eu pergunto.

—Ele provavelmente estava esperando encontrar você. — Maite divertidamente me dá uma cotovelada.

—Oh vamos lá. Ele provavelmente só está cansado de estar na montanha sozinho com seu cachorro grande, —eu digo isso em voz alta, mas eu secretamente espero que seja por minha causa.

—Ceeeeeeeeeeeeeerto — Maite continua me provocando baixinho. Eu gostaria de poder dizer que sou imune a isso, mas isso me faz corar ainda mais. Não tenho certeza se devo ir até onde Alfonso está sentado ou esperar que ele venha até aqui. Na verdade, não tenho ideia do que deveria estar fazendo. Eu não sei o que é mais estranho, nos cumprimentarmos ou não.

—Você tem que ir até lá, — diz Maite.

—Eu não posso. Sério. E se for estranho? — Eu tomo um gole da minha cerveja e olho para o menu de comida como se eu estivesse estudando.

—Ei! — Maite se levanta e acena em direção a Alfonso. Ela faz um gesto com a mão para ele se juntar a nós e eu estou mortificada. Eu não posso acreditar que ela está fazendo isso comigo. Eu agarro seu braço e a sento. Eu quero afundar no bar e desaparecer.

O homem da montanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora