Capitulo 4

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ZABDIEL

Me senti mal logo após ter falado aquilo para ela. Claro que ela não era obrigada a conversar comigo a noite inteira, como ela mesmo disse, ela não é nenhuma psicóloga.

[...]

— Tu estava aonde? — perguntou Chris, assim que cheguei no quarto. Nós estávamos hospedados em um hotel, já que todo os guris tinha que se manter juntos por conta dos shows.

— Virou minha mãe desde quando pra eu ficar te devendo satisfação? — pergunto e ele levanta às mãos em rendição.

— Calma aí, madame. — falou. — Tá estressado?

— Eu fui naquela casa de strippers. — murmuro e me jogo na cama.

— Opa! — se animou. — Será que escutei bem? Você voltou lá?

— Voltei.

— Ah, seu safado! — riu e me jogou um travesseiro. — Ficou com quem?

Suspiro e nego com a cabeça. Até parece que eu iria conseguir ficar com alguma daquelas garotas.

Lau era a única que me chamava a atenção, mas nem com ela eu consigo tirar a Gwen da cabeça.

— Hein? — perguntou novamente.

— Ninguém. — falo e me levanto, indo até o banheiro.

— Como assim ninguém? — perguntou indignado. — E aquela gata lá?

— A Lau?

— Sim.

— Paguei pra ficar com ela, mas não rolou nada. — digo.

— Não vai me dizer que você usou a coitada como psicóloga de novo. — disse e eu dei de ombros. — Caralho, Jesus! — resmungou.

LAU

— Desisto. — falo e me jogo na cama ao lado de Mari

— De ser puta? Tarde demais gatinha.

— Desisto daquele cantor! — bufo e ela me olha, pintando as unhas.

— Ele voltou?

— Sim.

— E aí? — perguntou e eu bufei.

— Nada. Ele acha que sou a psicóloga, que vem, se deita na cama e quer que eu converse com ele. — reviro os olhos. — Próxima vez que ele vir eu faço de tudo para ficar com outro.

— Tem certeza? Ele é mó gostoso.

— O que adianta ser gostoso e não fazer o que ele realmente sabe?

— Verdade. — falou. — Mas pelo menos paga bem.

— Seria ótimo se pagasse pra realmente transar. Será que ele transa bem?

— Tem cara. — deu de ombros e eu me virei, olhando para o teto. — Um dia você descobre.

— Ou não. — murmuro.

[...]

Antes de descer do palco olho ao redor avistando Zabdiel, como sempre na mesa 6, me encarando com curiosidade e com o seu copo de bebida na mão.
Quando nossos olhares se batem ele se levanta vindo em minha direção.

— Estava ótima. — Zabdiel diz sentando ao meu lado

— Obrigado. — dou um meio sorriso.

— Tá livre? — perguntou e eu me virei completamente para ele.

— Depende. — digo e ele ergue uma das sobrancelhas. — Se for apenas para conversar, estou ocupada. — completo e ele ri.

— Poxa. — torceu o lábio.

Ok, ele realmente só quer conversar.

— Quer mesmo pagar mais uma noite para não fazer absolutamente nada? — pergunto.

— Quero conhecer você. — falou e terminou de tomar a bebida em seu copo, o colocando em cima do balcão. — Só isso.

— Não tem nada de interessante.

— Tenho certeza que tem. — sorriu. — Vamos? — chamou e eu suspirei, me levantando e indo até um dos quartos, sendo seguida por ele.

[...]

— Faz quanto tempo que você faz isso? — perguntou.

— Um tempão. — dou de ombros.

— Quantos anos você tem?

— 20. — respondo e ele me olha pelo espelho do teto.

— Parece mais nova.

— Que bom. — rio e ele me acompanha.

— Por que resolveu fazer isso?

— Eu não tinha nenhuma outra alternativa, então a Maria me ajudou.

— Ela é alguma coisa sua??

— Não. — respondo rindo. — Ela só cuidar da gente.

— Ah. — murmurou.

— E você? Quantos anos você tem? — pergunto e me deito virada para ele, o olhando.

— 21 — respondeu.

— Sempre quis ser cantor? — pergunto e ele olha, assentindo.

— Talvez sim, talvez não, sonhava em ser tantas coisas — falou e tirou uma mecha do meu cabelo do meu rosto. — e vc? O que sonhava ser?

— Rica. — digo e ele ri.

— Eu tô falando sério.

— Eu também. — dou de ombros. — Queria ser rica pra ter uma mansão em casa país, viajar pra qualquer lado de todo o mundo. — explico.

— Belo sonho.

Sorrio e observo seu rosto. Era um homem muito bonito. Ele percebe e me olha, dando um meio sorriso.

— Você é linda. — sussurrou e eu fiquei sem reação.

Eu escutava isso todos os dias, mas não do jeito que ele falou. Eu sempre escutava quando estava pelada, prestes a transar com mais um. Mas agora eu só estava deitada, de roupa, ao dele e conversando sobre qualquer coisa.

— Você também. — digo e ele sorri, se aproximando.

— Eu posso te beijar? — sussurrou enquanto olhava para a minha boca.

— Sim. — murmuro e ele coloca uma das mãos em meu rosto.

Se aproximou mais, misturando nossas respirações e em seguida tocando nossos lábios devagar, iniciando um selinho. Pediu passagem e eu cedi, sentindo a língua dele se entrelaçar com a minha, aprofundando o beijo. Coloco minhas mãos em seu cabelo, o puxando para mais perto, fazendo ele subir em cima de mim, descendo a mão para a minha cintura e apertando a mesma. Ele se separa devagar, me dando dois selinhos e continuando de olhos fechados, colando nossas testas.

— Gwen... — murmurou e eu mordi o lábio.

— Errou. — sussurro.

Nothing but you • ZABDIEL DE JESÚS  Onde histórias criam vida. Descubra agora