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POV Christian



É Domingo e é cedo, resolvi ir na casa dela porque não aguento mais ficar sem notícias. Passei o dia de ontem sendo ignorado pela minha família, por isso fiquei isolado no meu quarto tentando achar uma maneira de conseguir o perdão do meu amor.

Levantei, tomei um banho, não quis saber de café, eu só queria ver e falar com Anastasia. Chegando lá bati algumas vezes na porta até que ouvi o barulho das chaves destrancando a porta. Meu coração se encheu de alegria por finalmente conseguir falar com o meu amor e resolver tudo.

Só que para minha decepção quem abre a porta é uma amiga dela, que não conheço pessoalmente mas já a vi em fotos e Ana me falou seu nome porém me fugiu a memória. Ela me lembra alguém. Ela me olha com raiva, parece furiosa, talvez pelo que fiz a sua amiga ou por tê-la acordado, ou as duas coisas, não me importo com a fúria dela.

- Quero falar com Ana. - Falo empurrando a porta e entrando sem convite, o que a deixa possessa.

- Você é louco ou faz de conta que é? - Ela se altera.

- Eu quero e eu vou ver a Ana, ou você vai chamá-la ou eu vou entrar casa a dentro. - Falo no mesmo tom.

- Ela não quer ver você. Eu sei que você não tem noção do estrago que fez, mas o que posso te dizer é que ela custou muito a dormir. E não vou acordar ela pra ver um MERDA na frente dela logo pela manhã cedo. - Ela grita cada palavra na minha cara dando ênfase ao meu mais novo adjetivo.

- Se você não... - Paro de falar no momento em que vejo Ana descendo a escada. 

Sua imagem estilhaça o meu coração. E me dói muito saber que sou o culpado pelo sofrimento dela. Assim como minha mãe, ela também não me encara. E não sei se vou suportar o desprezo dela. Ela senta no sofá, parece exausta, a amiga dela nos olha e sai da sala nos deixando a sós, foi notório a má vontade de sair dali. Olho pra Ana e ela está com seus cotovelos apoiados nas pernas e mãos entrelaçadas. Mesmo sem ela me olhar, sei que está me analisando, me esforço para controlar o meu desespero. Ela está abatida e com olheiras enormes.

Meu Deus! O que eu fiz com o meu amor?

Minhas lágrimas escorrem quando vejo que ela prefere olhar para suas mãos. Sento na mesinha de centro de frente pra ela na esperança de que, com a proximidade, ela me encare nos olhos e veja o meu arrependimento. Mas ela mantém o afastamento se recostando no sofá.

- Ana, eu sei que não mereço mas por favor me perdoa? - Minha voz sai mais fraca do que eu esperava - Eu posso explicar tudo, só preciso que... - Paro de falar quando vejo umas malas ao lado da porta. Deus! Ela vai viajar? Pra onde? - Vai viajar? 

Ela não pode viajar. Pra onde ela vai? E nós? Eu não posso perdê-la. Ela vai me deixar.

Me desespero com a possibilidade de ficar sem ela. Ana se levanta  rapidamente e vai pra perto da janela, também me levanto esperando uma resposta, mas ela permanece calada. E cada segundo que passo ao lado dela sem ouvir sua voz me tortura. Eu preferia mil vezes que ela me xingasse e me expulsasse daqui do que ser desprezado por ela.

O pior de tudo é que ela está completamente certa, mas eu preciso que ela sabia que eu me arrependo de ter feito o que fiz. Vou até ela e por um tempo fico sentindo o seu cheiro. Preciso que ela olhe pra mim. Preciso que me dê uma chance pra mostrar que estou arrependido e que não cometerei mais erros.

Resolvendo o Passado Onde histórias criam vida. Descubra agora