Anne era aguardada, por uma Júlia com caras de poucos amigos, em frente ao prédio onde a Engenheira morava. Pela cara da amiga, ela estava brava, e pior com fome. Isso literalmente era um perigo.
- Preciso urgentemente alimentar esse dragão, antes que sua fúria caia sobre mim. – Dizia Anne, enquanto o portão de entrada da portaria era destravado e as duas entravam no prédio. Júlia estava com uma cara nada amistosa e uma caixa de pizza nas mãos. Passou por Anne e foi em direção ao hall de entrada e ficou aguardando o elevador.
- Vou me abster de responder essa sua afirmação. Fiquei o dia inteiro naquela escola, ensinando letra cursiva para aquelas crianças. Preciso relaxar, antes que realmente eu vire um dragão e ponha fogo em você. – Respondia Júlia.
A amiga de Anne era professora primária, amava o que fazia. Vivia mandando fotos e áudios empolgados de seus trabalhos com as crianças. Júlia, era um tipo de amiga que não media esforços para ajudar as pessoas que amava. Menos se ela tiver com fome. Ai, bem, não havia amizade que permanecesse intacta.
-Nossa Júlia, para de reclamar, cheguei em menos de 40 minutos. Acho que depois de hoje preciso mais do que tudo daquela cerveja que está na minha geladeira. Pensei que não fosse conseguir sair daquele prédio. Puta Merda!!! - Xingava uma Anne, já abrindo a porta do apartamento e jogando bolsas, chaves e seu corpo em cima de um sofá convidativo.
Júlia, que praticamente se considerava dona do apartamento de tanto que visitava Anne, trouxe da cozinha duas cervejas. Uma para ela e outra para amiga, que pelo jeito estava precisando mesmo.
- Anne, acho que você está precisando de umas férias. Sei lá, viajar, visitar seus pais, arrumar uns boys por aí. Amiga você está até emagrecendo. Olha esse corpo!!! – Afirmava Júlia, enquanto apertava a barriga da amiga.
Realmente Anne andava bem estressada desde que voltou de Nova York. A empresa exigia um bom desempenho de todos os seus funcionários. E uma funcionária como Anne, era visada. Ela tinha seus benefícios, como viajar a trabalho para as outras filiais, mas em compensação era bem cobrada para obter resultados.
- Acabei de chegar dos E.U.A. acho que umas férias agora, está fora de cogitação. E outra, nos meses que estive lá, acho que conheci muitos boys e aproveitei bastante. – Enquanto dizia isso, Anne ria e bebia a cerveja trazida pela amiga. – Por falar nisso mandei vários presentes para você, então como uma boa amiga, pare de reclamar e vai cortar e trazer um pedaço de pizza para mim. Ok!
Júlia, olhou com a sua conhecida carraca e levantou do sofá, resmungando palavras de baixo calão, que Anne não gostaria de reproduzir em alto e bom som. A jovem ficou pensando nas palavras da amiga. Realmente precisava de umas férias. Estava sentindo que logo iria ter que fazer uma visita a Dra. Selma, sua terapeuta, caso ela não desse um tempo. E isso deixou o sinal amarelo ligado.
Anne possuía T.A.G (Transtorno de Ansiedade Generalizada) um tipo comum de . Aproximadamente 3% dos adultos sofrem desse transtorno anualmente. As mulheres têm o dobro de probabilidade de sofrer deste transtorno e com Anne não era diferente. Ela demorou a identificar os sintomas e chegar ao diagnóstico preciso. A jovem praticava Psicoterapia, que às vezes é denominada terapia de conversa. Dra. Selma era seu anjo da guarda. Ela também já havia feito uso de alguns antidepressivos, mas que aos poucos foram sendo diminuídos. Hoje, Anne tenta levar uma vida mais tranquila, e sempre que pode procura praticar alguma atividade física, pois essa ajuda a relaxar.
Mas ultimamente anda tendo uma vida atribulada, e ela não estava gostando dessa nova rotina. A empresa cada vez mais exigia uma eficiência de seus funcionários, e estava sobrecarregando todos. E depois de hoje, ouviu de seu supervisor que estavam trabalhando no projeto de um novo telefone. Ela precisava bater de frente com a concorrência. Esse era o mundo capitalista.
- Pronto! Seu pedaço de pizza. Agora me conta, não sou a Selma, mas gosto de ouvir casos do seu chefe gato.
- O Hector? Ai Júlia, seu grau precisa mesmo aumentar.
- Olha quem fala, seu tipo ideal é asiático. Onde já se viu trocar o delicia do Henry Cavill, por um tal de Park Jimin. Ai Anne só você mesmo. Se bem que tem um que você comentou, que vou te falar. Sem condição um homem daquele. Como é mesmo o nome? Kai alguma coisa.
_ Kim Jong-in.
- Não é esse nome. È Kai.
- Kai é o nome que ele adotou artisticamente. Mas seu nome é Kim Jong-in. É Aquele que brilha como ouro, que é humilde e bondoso. Mas meu amor é o líder do grupo do qual Kai participa: Suho. Deito para aquele homem. Perfeito.
- Acho que imagino como você deita. – Enquanto Júlia ria do comentário, Anne pensava: realmente deitava para aquele homem, iria estar pelada e de preferência com ele ao lado dela. Nada como uma boa ilusão e boas risadas com uma amiga para desanuviar qualquer preocupação.
***
- Eu estou preocupado com ele, Sehun é quieto, mas ultimamente anda muito calado. Hoje pela manhã, ele negou, mas escutei ele chorando. Você sabe se ele está com alguma namorada, Hyung?
Junmyeon realmente não sabia o que responder a Chanyeol. Sehun sempre foi um pouco tímido, mas ultimamente estava estranho, algo o incomodava, o entristecia. Nunca ouvi falar de uma namorada, ou até mesmo alguém na vida do maknae. Então teve medo. A saúde mental de seus amigos era algo de extrema importância para o mais velho. Ele tinha que fazer algo.
- Vou conversar antes de embarcamos para o show em Osaka, eu prometo. Vamos descobrir o motivo da tristeza de Oh Se-hun.

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Primavera Coreana
FanfictionAnne é uma Engenheira de Computação com especialização em telecomunicações, trabalhando e morando no Brasil. A jovem recebe uma proposta para ajudar no desenvolvimento de um novo telefone na matriz de sua empresa em Seul. Durante os 3 meses que Anne...