Arthur estava se divertindo e comendo o pão caseiro com o queijo curado de cabra. Ele sorria para Numa, que retribuía o sorriso. Naquela noite, ela estava incrivelmente linda com uma vestimenta azul e laranja. Seu perfume estava suave e fresco.
- O que você está fazendo aqui, Arhur? – Carol interrompeu o clima de romance com rispidez
- Carol, você voltou! Que bom! Vim te buscar. O Frank quer que você volte. Chega de férias - ordenou. - Seja lá o que isso signifique num lugar como esse – murmurou.
- Você realmente não tem nada para fazer naquela agência, não? Vir até aqui atrás de mim! Ou veio roubar mais uma ideia minha?
- Ah, outra coisa, vou te adiantando que essa ideia sua não vai para frente não! Você desapareceu, fez tanto mistério que o Frank já pediu um plano B para a Raquel e pelo que ouvi a ideia dela é demais!
Arthur blefou. Frank não tinha pedido plano B nenhum, mas essa foi a maneira de fazer Carol voltar o mais rápido possível para a agência.
- Mas que filho da mãe – Carol esbravejou! – Eu não acredito que ele teve a coragem de me esconder isso!
Até aquele momento ela não havia percebido a presença de Numa. Foi quando esta última complementou
- E a coragem que você teve de esconder o que veio fazer para nós? Isso é característica da profissão? Arusi, seja lá o que ela tenha dito a você é mentira.
- Numa! – Carol surpreendeu-se – O que você está fazendo aqui?
- Ela veio me acompanhar no seu resgate. Ou você acha que é fácil chegar neste além de fim de mundo? Já basta eu ter achado Swakopmund! – justificou Arthur.
- Meu Deus isso é um complô contra mim? – ela sentou-se em uma das toras em volta da fogueira e pôs as mãos na cabeça.
Arusi resolveu mediar a situação.
- Esperem um momento. Estou sabendo de tudo. Sei qual é objetivo dela e estou de acordo.
Carol olhou para ele agradecida.
- Isso é ótimo Arusi – disse Arthur com um tapinha em seu ombro –, mas já sabemos que o projeto não vai para frente, não é mesmo? Então eu me despeço de todos, agradeço o pão com queijo, a água que se Deus quiser vai me manter longe do vaso sanitário que, a propósito, é fora do meu quarto, e desejo uma boa noite à todos e uma linda manhã para vocês. Carol, partimos amanhã às sete da manhã. Combinei com Angalia ele vai nos esperar naquela encruzilhada.
Carol levantou a cabeça:
- O quê? Você conheceu Angalia? Mas o que está acontecendo por aqui?
- Namíbia é um país pequeno, meu bem – provocou Numa e seguiu para o seu quarto com Arthur.
- Estou exausto – comentou Arusi. – Você vai ficar aqui? – perguntou à Carol.
- Sim, estou com fome. Vou comer alguma coisa e depois me deitar. Estou exausta também.
Kary prontificou-se a entregar a massa crua do pão para Carol assar na fogueira. Ela estava claramente desanimada, mas se divertiu com a brincadeira de assar o pão.
- É uma sensação reconfortante, não? – Meke sentou-se ao lado da publicitária.- Ver a transformação da massa pela ação do fogo, virar o graveto para que seja assado igualmente em todos os lados, presenciar a alquimia do alimento.
Carol surpreendeu-se com a solicitude da irmã de Arusi. Justo ela que foi tão seca até aquele momento.
- Sim, creio que sim – ela respondeu com certa dúvida.
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O Lago dos Elefantes
Ficción GeneralCarol é deliciosamente impetuosa e tem uma carreira profissional brilhante na metrópole. Após uma epifania decide repentinamente viajar à Namíbia no intuito de investigar uma das fábricas de seu cliente, a Sassy Cosméticos, para desenvolver uma nova...