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SASUKE -Terça feira

... e então a beijei, com uma delicadeza que nunca pensei ser possível para mim. Sempre fui tão agressivo em minhas relações, mas com Sakura eu não podia, não ainda pelo menos. Ela afastou-se de mim de modo que pude ver as lágrimas em seu rosto.
-Como pôde fazer isso Sasuke? Como pôde brincar comigo desse jeito? - Sua voz soava magoada.
-Eu não... - Tentei argumentar, mas minha voz sempre falhava, eu não conseguia falar.
-Eu sabia que faria isso, mas eu não sou uma de suas amiguinhas! Você machucou meu coração, eu nunca mais quero ver você! - Sakura gritou e saiu correndo pelo bosque que completava a paisagem a nossa volta. Tentei me mover, mas não podia, eu sabia que era culpado, sabia que tinha partido seu coração, por isso jamais conseguiria consola-la, eu não tinha esse direito.

Acordei sobressaltado. Que tipo de sonho foi esse? Por Kami! Olhei para o meu lado, e vi que Sakura ainda dormia profundamente. O peito subia e descia devagar, e mechas do seu cabelo caiam sobre seu rosto. Respirei fundo, tentando assimilar tudo o que acontecera. Sakura e eu tínhamos nos beijado ontem, mas ela estava bêbada, tão bêbada que se eu tiver sorte, ela sequer vai lembrar.

Levanto da cama e vou rápido para o banheiro tomar banho. Enquanto a água escorre em meu corpo, penso em minha atual situação. Eu acho que acabei destruindo a melhor coisa que eu ja tive, acabei destruindo minha amizade com a Sakura. Isso se ela se lembrar do beijo. Se ela lembrar, com certeza as coisas jamais serão as mesmas entre nós. O melhor que pode acontecer é ela ter estado bêbada ao ponto de esquecer tudo. Porquê nunca vai poder acontecer nada entre nós, e se ela lembrar do beijo, vou com certeza magoá-la. Esse sonho foi um aviso suficiente. Nunca estive num relacionamento sério, e não quero um, nem mesmo com Sakura.

Mas ainda assim eu vou lembrar, de como seus lábios eram quentes contra os meus, e sua língua procurava pela minha com urgência, a forma com que nossos corpos se encaixaram, e o quanto eu gostaria de repetir tudo.

Isso tudo é uma droga. É a pior coisa que podería ter acontecido. É lógico que estou apenas desejando-a. Uma reação normal do corpo masculino, afinal ela é uma mulher linda. Isso não pode ser paixão, ou amor, ou essas baboseira todas, eu estava bêbado também, a conclusão que tirei ontem foi precipitada. Afinal, eu jamais me apaixonei de verdade, e mesmo que acontecesse eu não saberia.

Volto para o quarto, e notei que Sakura ainda dormia, decidi  por não acorda-la. Desci as escadas e notei que tomavam café.

-Bom dia! - Exclamei, atraindo a atenção de todos.

-Bom dia, querido. Onde está Sakura? Ela sempre desce para tomar café conosco. - Minha mãe fala.

-Hum, Sakura não se sente bem. Acho que está doente. - Falo, em parte é verdade. Sento-me à mesa e ponho uma xícara de café.

-Oh! Mas o que ela tem? - Minha mãe pergunta.

-Está com enjoo? Deve estar grávida! - Vovó Mizuki entra na conversa.

-O quê? - Quase me engasgo com o café que tomava.

-O quê foi? É normal mulheres casadas engravidarem. Vocês são um casal ativo, não? - Vovó dá de ombros como se fosse a coisa mais normal do mundo discutir assuntos assim no café da manhã.

-Eu vou pedir para que preparem algo pra eu levar pra ela. - Falo, optando por não dar continuidade ao assunto.

-Um suco de laranja deve ajudar. E se precisarem de remédios, no armário do banheiro deve ter. - minha mãe fala.

Quando levanto para ir até a cozinha, Sarada fala.

-Papa? O que a mama tem?

-Não é nada, querida. Apenas uma dorzinha de cabeça. Não se preocupe. - respondo, e em seguida sigo meu plano.

Minha Família De MentirinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora