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Camila Cabello

Cinco anos atrás...

— Por que essa cara? O que houve? — a indiferença de Samuel me fere e isso é terrível.

Achei que estávamos avançado, mas... sempre há algo no caminho. E eu sempre peço que não seja eu.

— Problemas no trabalho, só isso — ele me tranquiliza. Seu olhar ainda é distante e meio vago, mas ele segura em minha mão e a beija. —Estou ansioso para te ver com mais frequência e ficar mais próximo de você. Quando você vai para Miami?

— Calma, apressadinho! Emma e eu ainda estamos juntando dinheiro.

— Só quero te ter por perto — Samuel me beija, dentro do carro. —Você vai amar ser a sua própria chefe. Eu não suporto o meu. O cara é simplesmente um Deus, o CEO indestrutível, fecha qualquer contrato, faz o que quer...

— Estou sentindo um ciuminho no seu tom de voz — brinco.

Samuel rapidamente se afasta e apresenta um pouco de seu desprezo no olhar. Parece que toquei em um ponto frágil dele. Que estúpida! Devo tomar mais cuidado com a minha boca!

— Eu? Com inveja de Shawn Farrah? — ele desdenha em um sorriso maquiavélico, ou algo do tipo. — Ele é só um playboyzinho bilionário, metido a CEO. Eu jamais teria inveja dele! Mas me escute: um dia eu serei o CEO — Samuel diz com tanta certeza que me assusta. —Nem que eu precise vender a minha alma para isso e desbancar aquele playboy de merda!

— Por que você não abre a sua própria empresa?

— Ficou louca? — ele ri. — Eu trabalho para os Farrah! Em Miami! Estou a um passo de ser promovido, só preciso derrubar aquele mauricinho de merda! Francamente, Camila — Samuel segura em meu queixo, faz de um jeito meio agressivo, que eu não gosto, mas se corrigi-lo, ele ficará sem me ligar por semanas. — Isso é coisa de homem. Essa disputa por poder. Uma mulher não entenderia...


Atualmente

— Você é tão idiota! — bato com as mãos no volante e abaixo o rosto.

O silêncio ocupa o espaço entre nós, até que eu comece a rir sem parar, feito uma louca. Shawn me acompanha, mas leva sua mão até meu queixo com sutileza e o levanta. Agora ele ri menos, fica me assistindo rir como uma adolescente tresloucada.

— O que foi agora? — tento me mostrar irritada. Mas como?

— Eu gosto quando você sorri. Parece que segurou esses risos a vida toda e agora os solta sem parar...

Umedeço os lábios com calma e o analiso, o cabelo já está seco, mas as roupas... definitivamente...

Ele foi gentil em me ceder o seu terno feito sob medida para que eu não sentisse frio e começou a soprar a minha cabeça quando falei que iria ficar gripada com aquele cabelo molhado. Que figura esse vizinho!

— Apesar dos pesares, Mendes, hoje foi um bom dia.

Ele faz sinal positivo com os dois polegares, levantando-os ao lado do rosto.

— Mas da próxima... não me jogue na piscina! — o repreendo.

— Na cama, talvez? Ou você prefere o bosque? — ele provoca.

— Chega! — preciso detê-lo para não cair na gargalhada ou cair de boca no seu... bocão todo vermelho e sedutor, com sorriso delinquente e ar de cafajeste. — Eu separei isso para o Nicolas e para você. Espero que ele goste — apanho duas sacolas no banco detrás e entrego a ele.

FARCEOnde histórias criam vida. Descubra agora