Camila Cabello
Dou um salto da cama quando vejo Emma parada, de braços cruzados, em frente à porta do meu quarto.
— Acordou, não foi, Bela Adormecida? — ela desdenha.
— Aonde estou? O que houve? O que você está fazendo aqui? —olho ao redor.
Será que a noite anterior não passou de um sonho?
— Ah, eu que gostaria de saber — Emm pega uma lixa de unha e começa o serviço. — Não vi a hora que a princesa voltou para casa ontem. Tudo bem? Onde esteve?
— Eu... estive... — pelo visto não foi um sonho. Não mesmo.
Cadê a droga dos meus atestados?
Tento me levantar, mas minhas coxas doem. E eu estou menos tensa do que de costume, Emma não esconde o riso e me acompanha com o olhar.
— Emm do céu! — me jogo em cima dela, com cara de horrorizada.
— Fala, amiga, me conte tudo e não me esconda nada. Nem os detalhes mais sórdidos — ela lambe os beiços.
— Amiga... que vergonha...
— O que foi?
— Emm... — respiro fundo e tapo o rosto. — Eu acho que fiz xixi na cama do Shawn.
— Como assim, Mila? — ela prende o riso.
— Eu não sei... ele estava dentro de mim e parecia que ele tinha meu manual, ele me tocava em todos os cantos e eu ficava louca... me segurei até onde deu, mas quando menos percebi... acho que... eu fiz...
— Mas tinha cheiro?
— Não — afirmo.
Meu Deus, seria um mico maior se tivesse.
— E tipo, saiu tudo de uma vez em um longo fluxo ou foi pausadamente, como vários jatos?
— Vários jatos — aperto as mãos contra o rosto com mais força.
— Camila, meu amor, você esguichou. Você teve um orgasmo —ela me abraça e comemora, feito uma doida.
— Quê? Como assim? — tento acompanhar o raciocínio, mas fico até zonza.
— Você soltou jatos de prazer, meu amor. Não era xixi!
Céus... isso explica muita coisa... principalmente a cara de safado do Shawn depois de ver aquilo, eu sei que ele viu. E ele ficou todo manhoso e me tratou de um jeito tão fofo...
— Vai, garota! Me diz tudo logo de uma vez! Que horas você voltou ontem?
— Tarde da noite, acho que umas três da manhã.
— Três?
— Três. Da manhã.
— Agora me dê uma notícia boa. Me faça ter orgulho de você.
— Eu estava no vizinho — jogo no ar e vejo-a girar onde está, ela abre os braços e abre bem a boca.
— Não?!
— Sim.
— E aí? Não me decepcione, Camila. Vinte e cinco anos nessa fuça, me dá orgulho, garota!
— Nós transamos — revelo.
A louca solta um grito e começa a bater com os pés no chão.
— Espera — ela põe a mão no peito e respira fundo.
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FARCE
Romance"Às vezes sentimos que somos mais fortes para encarar nossos próprios medos quando precisamos ajudar os outros."