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Camila Cabello

Dois dias com a minha mãe e avó perto de mim e eu já me sentia outra pessoa.

Elas me atualizaram de todas as coisas, dos vizinhos, da vida dos meus irmãos, da rotina no Brooklyn... e tudo isso com uma bela vista à nossa disposição: passeamos na praia durante a noite, assistimos o nascer do sol antes de virmos para a mansão Farrah e precisei bater o pé inúmeras vezes para que elas só relaxassem e se divertissem. Mas não as convenci.

A cada minuto que eu me distraía e precisava resolver algo, ao retornar para cozinha, via as duas trabalhando.

— Já não conversamos sobre isso? — precisei ser firme.

— Passei a vida toda cozinhando, o que são mais uns dias? — minha avó parecia até mais jovem e disposta.

— Por que não vai caminhar por aí e aproveitar a paisagem? — tento convencê-la a todo custo que deixe o trabalho para as outras meninas.

— Bobagem, Camila! Não nos custa nada — minha mãe também resolveu ficar contra mim e agora estava organizando a louça suja.

Logo no início do dia Emma e Luna chegaram e aí sim houve festa, barulho e muitos abraços.

— Olha só como você cresceu, garota! — minha mãe deu um tapa na bunda de Emma.

— Espero que esteja se referindo à minha bunda, é claro — Emm se divertiu e foi escutar as novidades da minha avó.

Todas nós tínhamos muito para atualizarmos umas às outras. Aproveitamos para tomar um bom café da manhã reforçado para em seguida executarmos as nossas funções.

Luna foi a primeira a sair, precisava checar os últimos ajustes no salão de festas que recepcionaria todos os convidados.

E falando nos convidados, agora sim era compreensível o porquê de tantos salões. O casamento ocorreria só amanhã e mesmo assim o lugar estava lotado, desde cedo. Ainda bem que eu me preveni e aumentei a produção em escala e agora eu não tinha mais como recusar a ajuda da minha família, toda mão seria bem-vinda no trabalho.

— Não vejo a hora disso acabar para poder seguir a minha vida em paz — murmuro para Emm enquanto vamos limpando os pratos que devem ser servidos aos convidados.

— Em paz? — Emm até soltou a flanela branca e fitou-me de esguelha. — Então você resolveu pôr a sua cabeça no lugar?

— Uma hora eu tinha que seguir em frente, não é, Emm?

 Ela concordou, mas ainda permaneceu com a mesma postura, desconfiada.

— Então já posso dormir em paz pelo fato de você não envenenar a comida e matar esse povo todo? — ela provoca.

— Emm!

— Minha filha, eu assisti Game of Thrones. Eu sei como vinganças funcionam!

— Tudo o que faremos é o nosso trabalho perfeito, porque ele por si só vai ser uma vitrine para esses ricaços. Imagina se sairmos daqui com alguns deles interessados em nossos eventos?

— Camila, sobre isso, tenho novidades.

— Sim?

— Está preparada?

— Sim.

— Nossa agenda para pelo menos os próximos seis meses está lotada! — ela não se segura, abre bem os olhos e me dá as mãos.

Começamos a saltitar feito duas malucas, sem sair do lugar, enquanto damos gritos contidos. Quando paramos vemos que todas estão nos olhando, assustadas.

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