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Camila Cabello

Emma e Luna não queriam ir embora, estavam conhecendo dois caras muito gatos e pediram para que eu esperasse. E eu sabia que essa espera ia durar até o sol chegar.

Acabei esbarrando em Shawn sem querer.

— Que cara é essa? — perguntamos um ao outro. — Nada — respondemos juntos novamente.

— Meus pés estão doendo — comento.

— Então tira os saltos — ele diz.

Ele é mesmo muito prático, não deve viver nenhum drama na vida, porque resolve tudo com simplicidade.

— E estou cansada. Já tiramos as fotos, já fizemos todo o trabalho que podíamos aqui. Quero ir embora.

— Mas já?

— Até você? O que foi, está conhecendo alguém para querer ficar? — cruzo os braços.

Shawn mantém seu olhar de mistério. Agora está escondendo seus sentimentos, seus olhos me fitam fixamente.

— Vem comigo — ele estende a mão.

Nem pergunto para onde vamos, só seguro e vou com ele. Saímos da Night Light e preciso dizer: o ar aqui fora é bem diferente do de lá de dentro. Ok, lá dentro parece que uma respirada vale mil dólares. Mas aqui fora parece que respirar não tem preço.

Sinto a brisa em meus cabelos e acabo tirando os saltos, como Shawn me aconselhou. Ele também tira os sapatos dele e joga atrás de uma árvore.

— Você é rico o suficiente para comprar novos pares? Ou simplesmente não se importa em descartar as coisas? — pergunto.

— Um pouco dos dois — ele diz e se curva, na minha frente.

— O que é isso?

— Sobe aí.

— Nas suas costas?

— Vamos! Não vamos ter a madrugada toda! — ele resmunga.

Tá, já que ele pediu... monto nesse cavalo puro sangue e quando passo os braços pelo seu pescoço e as pernas por sua cintura, Shawn dá meia volta e começa a correr, como se eu não pesasse nada em suas costas.

Atravessamos a rua com uma porção de carros buzinando freneticamente e freando a ponto de rasgar o asfalto e tudo isso me mantém alerta e entretida. Esse cara é meio louco e eu gosto disso.

— Para onde estamos indo? — grito, tentando competir com o vento.

Mas não preciso de uma resposta dele.

Assim que atravessamos uma parte da rua e chegamos a uma calçada, consigo ver. Não apenas ver, mas ouvir e até mesmo sentir um cheiro diferente.

— Estamos na praia? Aquele é o mar? — aponto.

Shawn olha para o lado em que os carros vêm, mas nem sei porque faz isso, já que dispara a correr de novo e eu me agarro com todas as forças em suas costas.

Não tenho palavras para descrever a sensação de ver a praia assim de pertinho. Nas fotos e em vídeos não tive o impacto que tive agora. Na areia, um grupo de pessoas está ao redor de uma fogueira, tocando canções e comendo guloseimas. Não muito longe tem outro grupo.

Shawn me desce quando chegamos, enfim, na areia e sinto um calafrio subir pelos meus pés.

— Não sabia que a areia conseguia ser tão gelada — pulo de volta nos braços dele.

FARCEOnde histórias criam vida. Descubra agora