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          Miranda estava no táxi, a caminho da grande empresa que estudava toda a dimensão daquele lugar em que nosso grão de poeira — Terra — ficava.

          O carro parou em frente a estrutura bem elaborada, extremamente grande, com o nome "NASA" legível. Miranda respirou fundo e passou pelo detector de metais da portaria, antes de seguir caminhando pela estrada que levava até a porta do prédio principal. Miranda, passou o cartão que lhe havia sido entregue e entrou quando a porta de vidro se abriu, revelando um lugar extremamente bonito, com móveis elegantes e aparelhos com uma tecnologia avançada.

          A menina parou em frente a bancada de mármore, retirou a pasta de dentro da mochila e se pronunciou com a secretária que havia acabado de colocar o telefone na base.

—Eu sou...

—Miranda certo?— a jovem se assustou ao ver o sorriso surgir no rosto da secretaria —Ah, desculpe, o porteiro avisou e as a vezes eu acabo me empolgando.

—Tudo bem— elas se olharam, e para quebrar aquele momento, Miranda colocou a pasta com os papéis e documentos que ela precisava levar sobre a bancada —O que eu preciso fazer?

—Não muito, vou te passar uma folha com algumas questões, preciso que seja completamente sincera. Enquanto isso, vou passar suas informações para a central principal.

—Okay...— ela pegou a caneta preta, acompanhada da folha fixa a uma prancheta e caminhou até uma das poltronas azuis com as bordas douradas, completamente confortáveis.

—Você aceita um café? Água? Suco?— gentilmente ela negou, com um sorriso sereno no rosto e voltou sua atenção ao papel, respondendo sinceramente todas as perguntas. Era um teste psicológico.

          20 minutos depois, ela voltou para a bancada, entregando a folha para a secretária que sorriu outra vez. Miranda pela primeira vez observou a moça, que deveria ter no máximo 28 anos, cabelos pretos e cacheados, pele em um tom jambo e os olhos escuros, mas marcantes, os lábios carnudos e o corpo aparentemente estrutural. A jovem olhou no crachá da secretaria, vendo seu nome marcado em uma impressão vermelha: Jenifer Kate

—Vou te levar até a sala principal e você se encontrará com o Triel, ele te mostrará o que precisará fazer nesse período— ela concordou, seguindo Jenifer pelos longos corredores, o lugar era enorme, elas passaram por corredores e chegaram no elevador, subindo longos andares e no fim ainda viu a secretária passar o cartão por infinitas portas, Miranda se perguntava se ela conseguiria se lembrar daquilo tudo no dia seguinte.

—Bom dia Jenifer... Miranda?— novamente ela concordou —Sou o Triel, responsável pelo gerenciamento desse bloco, o mesmo que irá trabalhar— ele seguiu até uma mesa com vários computadores —Aos poucos você entenderá as técnicas desses computadores, mas de início, você ficará com a parte das rochas, vamos te passar um caderno com diversos nomes, você vai medir a temperatura e fazer os estudos químicos que é apresentado no caderno, isso é o primeiro passo, precisamos saber quais resíduos químicos não podem entrar em contato com itens do espaço, não queremos explodir no meio do nada não é— ele gargalhou —No início é isso, aos poucos nós iremos te apresentar tudo, mas é bom ir aos poucos, eu não quero confundir você.

—Tudo bem.

—Aos sábados, eu peço para que venha. Nossa equipe vai te mostrar o que você deve fazer, nos computadores, nas peças, fios e tudo que tem nessa cúpula gigante.

—Okay, eu agradeço.

—Eu confesso que é muito para se aprender, mas você já sabe de quase tudo. Metade você aprendeu na faculdade.

—Isso é ótimo— ela sorriu e ele concordou

—Venha, vou te mostrar os laboratórios, você passará um bom tempo lá.

            Miranda o seguiu, se surpreendendo com a quantidade de coisas que existiam ali. Triel lhe apresentou todos os lugares que ela precisaria passar durante suas horas de trabalho, na parte da tarde ela ajudou em algumas pesquisas no laboratório, relatando no caderno tudo que eles faziam.

           Como companheiros, ela tinha Sol, uma garota espoleta, de cabelos curtos e vermelhos, sardas aparentes nas bochecha e olhos claros. Também tinha Jack Willian, uma garoto baixinho e tímido, mas adorável, dono de olhos vibrantes e azuis, cabelos pretos e a pele em uma cor clara completamente suave. E por fim, tinha Clara, a mais velha da companhia, 32 anos, cabelos longos e castanhos, pele jambo e olhos pretos bem marcados nos seus traços finos.

            Com a ajuda de cada um, ela era capaz de entender tudo que precisava fazer. Aos poucos as horas se passaram e quando deram 16:30 Miranda foi liberada, antes de ir, ela preencheu o formulário do estágio e recebeu o crachá, juntamente com o cartão de entrada e um uniforme caríssimo que não sabia sobre. Seus horários também haviam sido passados —Segunda, terça, quinta e sábado; das 07:00 às 16:40 — Miranda inclusive ficou admirada por sua carga horária não ser tão longa quanto pensou, mas logo pensou que com a quantidade de funcionários que trabalhavam no lugar, se era impossível de não compreender.

          Em casa, ela se jogou no sofá e ligou a TV, o som do chuveiro estava ligado e imaginou que Hanna havia acabado de entrar. Ela caminhou até a cozinha e encheu uma panela com água deixando que ela fervesse para que pudesse preparar um chá e aproveitando, esquentou outra para fazer um café a amiga.

—Miranda, você viu onde eu coloquei aquele cinto bege?— Hanna apareceu secando os cabelos com a toalha azul ciano.

—Está na última gaveta do criado mudo— ela concordou e voltou a se arrumar, Miranda deixou o café ao lado e pegou sua caneca com chá e se acomodou no sofá, sentindo se aquecida com o líquido quente.

          Às 17:30 Hanna desceu as escadas, vestida formalmente, colocando sua carteira na bolsa e conferindo algo no celular, mas antes de sair parou em frente a pia e pegou um pouco de café.

—Você já chamou o táxi?

—Sim, ele já chegou!— ela colocou a xícara dentro da pia e caminhou para a porta.

—Okay, até mais tarde Bub.

—Até mais tarde Lulu-chan!— ela sorriu, saindo e trancando a porta pelo lado de fora. Miranda apenas continuou assistindo a algo qualquer na TV, enquanto criava coragem a se levantar e fazer algo, mas por enquanto ela apenas iria procrastinar.

Boa noite gente!
Espero que gostem!
Até logo!
🌸💜

ғɪᴏ ᴠᴇʀᴍᴇʟʜᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora