Capítulo 1

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Capítulo 1

Edmundo começou a andar pelos corredores e se assustou ao ver Lúcia acordada, seguindo pelos corredores com uma vela. Pensou em pregar-lhe uma peça, então andou atrás dela silenciosamente.

Eles andaram até a sala vazia onde havia o guarda-roupa.

Edmundo viu Lúcia desaparecendo ali e olhou rapidamente para trás, procurando uma resposta sobre o que fazer. Resolveu por segui-la.

- Lúcia... Tem medo do escuro? – perguntou cinicamente.

Não houve resposta.

Ele começou a entrar mais fundo no guarda-roupa e viu galhos ali. Quando se virou para olhar os casacos, tropeçou em alguma coisa e caiu na de costas na neve.

Neve?!

Olhou em volta, constatando que estava realmente em uma floresta cheia de neve, e levantou-se apressadamente.

- Lúcia. – chamou, olhando em volta e procurando por sinais da irmã. – Cadê você? Lúcia. – continuou chamando. – Acredito em você agora. – disse, caminhando para frente.

Viu-se de repente em frente a um lampião antigo, que tinha a vela acesa mesmo em todo aquele frio. Rondou em volta dele, apreciando aquela raridade em meio às árvores.

Continuou andando, à procura da irmã; as pantufas agarrando na neve fofa.

- Lúcia? – gritou, esperando que a irmã estivesse perto o suficiente para ouvi-lo.

Ele então, ouviu um barulho atrás de si. Virou-se e viu uma garota vindo correndo por entre as árvores. Cachos negros emoldurando seu rosto redondo, balançando suavemente até um pouco abaixo dos ombros. Olhos azuis penetrantes e cílios alongados. Lábios finos e bem rosados contrastando com a pele branca de porcelana, com pequenas sardas brincando pelos nariz e pela maça do rosto. Um longo e simples vestido, branco como a neve por onde pisava. Uma espada com o punho adornado em safiras presa às suas costas. Ela olhava constantemente para trás, cuidadosa, mas não temerosa. Porém não percebeu Edmundo parado ali e trombou de frente com ele. Edmundo a segurou pela cintura antes que ambos caíssem no chão.

- Ei, você está bem? - ele perguntou, preocupado.

- Estou. - a menina disse, se afastando dele e olhando para trás.

- O que foi? - ele perguntou, olhando por onde a menina chegara para saber porque ela parecia tão atônita. - Por quê está fugindo?

- Porque ela quer... - a menina não terminou de falar, pois logo se seguiu o barulho de uma carruagem. - Ah, pela juba de Aslam, ela não pode me achar! - ela disse, desesperada, e tentou se soltar da mão de Edmundo, que a segurava pelo pulso.

E a carruagem já se aproximava e Edmundo percebeu que a menina não poderia ir muito longe.

- Se esconda aqui, vou distraí-los! - ele disse rapidamente, e a empurrou até alguns arbustos altos o suficiente para que ela se agachasse e não fosse vista.

Edmundo viu cavalos brancos puxando uma carruagem também branca. Desviou-se do caminho, mas os cavalos acabaram derrubando-o. A carruagem parou um pouco à frente e dali saiu dali uma criatura pequena. Um anão. Edmundo tentou correr, mas ele atirou uma espécie de chicote, que se enrolou em seu tornozelo e o fez cair novamente. Ele pulou em cima de Edmundo e colocou uma faca em seu pescoço.

- Me deixe em paz! – gritou Edmundo, fechando os olhos e virando o rosto.

- O que foi agora? – perguntou a mulher que estava na carruagem.

Beauty QueenWhere stories live. Discover now