Capítulo 2
- Pedro, Pedro, acorda! – gritou Lúcia, acendendo a luz e pulando em cima do irmão. - Está lá! Está lá mesmo!
- Lúcia, do que está falando? – resmungou Pedro, remexendo-se na cama.
- Nárnia! – respondeu Lúcia, feliz. – Fica no guarda-roupa, como eu disse a você!
- Ai, você só está sonhando, Lúcia. – disse Susana, se aproximando.
- Mas não foi sonho! – insistiu Lúcia. – Eu vi o Sr. Tumnus outra vez! E desta vez o Edmundo também foi.
Susana olharam para Edmundo, descrente. Edmundo encarou-os, pensando no que diria.
- Você... Você viu o fauno? – perguntou Pedro.
Edmundo não disse nada, apenas balançou a cabeça.
- Bom... – começou Lúcia, levantando-se da cama de Pedro. – Na verdade ele não foi lá comigo. Ele... – ela virou-se para Edmundo franzindo o cenho, meio desconfiada. – O que ficou fazendo, Edmundo?
Queria poder dizer que encontrou uma menina encantadora, mas sabia que Susana e Pedro o julgariam tão louco quanto Lúcia.
- Eu quis... Brincar um pouco. – disse Edmundo.
Lúcia olhou rapidamente para Pedro, sem saber o que pensar.
- Desculpa, Pedro. – continuou Edmundo, em tom orgulho. – Eu não devia ter encorajado, mas... Sabe como são as crianças de hoje em dia. – Lúcia já começava a sentir as lágrimas caírem. – Elas não sabem quando parar de fingir. – disse por fim, sentando-se na sua cama, mas levantando-se logo depois.
Lúcia já chorava livremente. Correu porta afora enquanto Edmundo se levantava com um sorriso vitorioso. Susana foi atrás e Pedro levantou-se da cama e quando passou pelo irmão, derrubou-o. Correram atrás de Lúcia, ouvindo seus soluços. Lúcia queria fugir deles. Esbarrou em alguém. Mal viu que era o professor Kirke e o abraçou pela cintura.
- Vocês estão por um triz de irem dormir nos estábulos! – D. Marta chegou reclamando, mas ao ver o professor Kirke, apressou-se em dizer. – Professor. Me desculpe. Eu disse a eles que não via ser incomodado.
- Tudo bem, D. Marta, eu sei que existe uma explicação. – disse, olhando diretamente para Susana e Pedro. – Mas primeiro acho que a pequena precisa de um chocolate quente. – disse, empurrando Lúcia levemente em direção à D. Marta
- Venha, querida. – disse D. Marta a Lúcia, suavemente.
Lúcia foi com D. Marta, mas ainda pode ouvir o Professor Kirke pigarrear. Lúcia já imaginava que era para chamar a atenção de seus irmãos mais velhos.
~*~
- E Pedro se prepara mais um grande arremesso! – disse Pedro, correndo alguns passos e atirando a bola, que acertou a perna de Edmundo.
- Ai!
- Opa!
Estavam no quintal da casa.
Pedro, Susana e Edmundo jogavam basebol, enquanto Lúcia estava sentada sobre uma árvore próxima, lendo um livro qualquer. Edmundo, porém, não parecia concentrado suficiente. Pensava em seu tempo breve em Nárnia, mas o que mais o intrigava era Selene e todo o mistério que a rodeava.
- Acorda, Bela Adormecida! – disse Pedro.
- Por que não brincamos de pique esconde outra vez? – perguntou Edmundo.
- Você não disse que era jogo de criança? – perguntou Pedro ironicamente, pegando a bola e voltando para a marcação.
- E aqui – disse Susana –, podemos brincar ao ar livre.
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Beauty Queen
Teen Fiction"Selene andava calmamente pelo palácio, arrastando seu vestido branco preferido e sentindo o frio típico que o gelo lhe dava. Ela uma sensação reconfortante, que a acalmava. Afinal, ela era o gelo e a neve. Mas, infelizmente, ela não era a única. Ja...