T01E02 - Pedido ao Papai Noel | Por: Isabela Gonçalves

1.2K 70 82
                                    

Nota: Houve um bug na hora da primeira postagem desse cap que acabou comendo um pedaço do conto. Reatualizamos o conto com a parte que faltava. Aproveitem.

🎄 Primeira Parte 🎄

Se eu te contar, que estou indo para um shopping, com meu filho de seis anos, em pleno vinte e três de dezembro, vocês não vão acreditar, não é?

Nem eu, porque uma voz em minha cabeça não para de gritar: "Juca, não faça isso, você só vai passar raiva!"

E eu escuto? Não!

Então como fica? Uma droga!

Estou em uma fila enorme, há mais de uma hora. Para meu filho se sentar no colo de um cara estranho e pedir algo que, EU, terei que pagar, e voltarmos para casa.

Não seria mais fácil, ele me falar logo o que quer?

Não, tem que pedir a um outro barbudo.

Eu sei, estou muito irritado e um pouco rabugento, mas nunca mostraria isso ao meu amigão. Porque meu filho é minha vida e não o magoaria com meus problemas.

— Papai. — Sinto um leve puxar em minha blusa, e olho para baixo. — Papai Noel dá coisas que não precisa pagar? Tipo, Papai Noel dá pessoas de presente?

Isso lá é pergunta que se faça, menino? Acho que dar pessoas de presente, só essas tias que colocam propaganda no poste, com os dizeres de "trago seu amor em dois dias" e nem elas têm conseguido ultimamente.

Não está fácil para ninguém.

— Olha Guto, acho meio difícil. — É horrível vê-lo triste, mas o que posso fazer? — Quem sabe, né? Pergunta ao Noel, mas acho mais fácil pedir aquele brinquedo, que você tanto quer. Isso não vai assustar as renas.

— Tudo bem então. — José Augusto fica chateado, mas dá para ver pelo seu jeitinho que aperta os olhos, que não desistiu.

Puxou a mãe mesmo, misericórdia!

A mãe dele é o tipo de mulher determinada, tanto que quase me enlouqueceu, mas isso é história para outra hora. Porque o papai Noel está saindo de seu trono... está sim!

Como assim produção?

— Pai, aonde ele vai? — Meu filho sai um pouco da fila, e o puxo. — Acho que ele está dodói.

Claro, um calor do cacete, e esse homem com uma barba que vai até o umbigo, fora essa fantasia. Claro que o shopping tem climatização, mas não suporta essa aglomeração.

Meu filho está derretendo, imagina o bom velhinho?

Em meio a todo falatório, que tomou conta do local, aparece um cara novo, com uma cara de que não tem ideia do que fazer.

Como sei que é outro? Nem com a sauna móvel, que é essa fantasia, o homem perderia uns trinta quilos. Fora que aqueles olhos claros, seriam lembrados com certeza.

Não estou sendo preconceituoso, sou cheinho, um falso magro, e me amo. De nada. Porém, graças a isso, sei que não se perde peso tão rápido. Apesar de não tentar muito, comer é bom demais para sofrer por aparência.

Opa, me perdi, onde estava? AH, a troca do Papai Noel, para um moreno dos olhos claros.

Por causa do sumiço do homem, pais que estavam mais irritados que eu, saíram da fila, e falta pouco para nossa vez.

Também fiquei surpreso, de existir alguém mais fulo da vida, mas até que agradeço. É difícil ser o único mal-humorado aqui.

Vinte minutos depois, eis que meu filho está com um sorriso maior que o rosto, e o bobão aqui? Fotografando, claro.

Orgasmos de Natal | Contos LGBTQ+Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora