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                                 Kyara
1 semana depois
uma semana se passou e eu estava tentando levar, tudo parecia mais triste, eu entrava no quarto da Mariana toda noite, chorava até pegar no sono, tentava lutar o tempo inteiro por causa do meu filho, Cauê vinha na minha casa todos os dias, Matheus também, todas as meninas, os meninos, mas eu não queria sair, eu não queria fazer nada.

ouvi a campainha tocar, Caíque estava acabando de acordar, me pediu colo e eu o peguei, desci as escadas e fui até a porta, abri a mesma e Cauê estava lá, soltei um sorriso fraco pra ele e dei espaço pra ele entrar

— oi - eu disse indo até a cozinha

— eai, precisamos conversar - ele falou e eu assenti, coloquei cereal pro Caíque e entreguei pra ele que desceu do meu colo e foi até a sala pra assistir tv

— pode falar - me sentei na cadeira e virei pra ele

— sinto sua falta - ele falou
— eu também sinto falta de como eu era, mas agora tudo mudou - eu disse já querendo chorar

— eu sei que o que aconteceu foi foda pra você, acho que tá todo mundo sentindo o baque e.. - ele ia falar mas eu o interrompi, puxei seu rosto pra mim e o beijei, ele segurou minha cintura e retribuiu ao beijo na mesma intensidade, parei o beijo com o selinho e o olhei

— eu sei, mas a dor aqui dentro é muito forte pra passar agora - eu disse e ele assentiu, ele se levantou e eu o acompanhei até a porta

— eu amo você - ele disse

— eu também amo você - respondi e ele saiu colocando o capacete e subindo em sua moto.

***
fechei a porta do quarto de Caíque e fui direto pro meu, acho que a noite era a pior hora, me deitei na cama e tentei dormir, o sono não vinha de jeito nenhum, levantei um pouco depois de lembrar o motivo de tudo aquilo estar acontecendo, peguei meu notebook e liguei o mesmo, pesquisei passagens pra fora do país e cliquei no primeiro site que apareceu, as passagens não estavam tão caras por ser de madrugada, as ofertas relâmpago apareciam o tempo inteiro, até aparecer a que eu queria, eu sabia que minha madrinha morava na Flórida, peguei meu celular e procurei o nome dela rapidamente, ela atendeu alguns segundos depois

Ligação On
— Hello? - ela falou em inglês
— tia, sou eu, Kyara - eu falei e ela se calou por uns segundos
— Kyara? é você mesmo? - ela falou
— sim tia, sou eu, posso ir passar algumas semanas na sua casa na Flórida? - perguntei
— mas é claro que pode, meu deus, que saudade de você minha filha, venha venha - ela falou e eu sorri
— vou pegar um voo agora, tem algum problema? - perguntei
— está tudo bem? seu irmão não está cuidando de você não é? - ela perguntou
— não é o Matheus, tia, eu só preciso descansar e livrar minha mente de algumas coisas - falei
— tudo bem, venha, estarei te esperando, quando chegar aqui me ligue, irei mandar um motorista te buscar - ela disse
— provavelmente é só amanhã que eu vou chegar aí, o voo aqui tem conexão - eu falei
— está tudo bem, só venha! - ela disse e eu sabia que ela estava feliz
— obrigada tia - eu disse e desliguei sem esperar sua resposta
Ligação Off

comprei as duas passagens na mesma hora, o voo sairia em três horas e ainda haveria uma conexão em Miami, arrumei uma mala com as minhas roupas e fui no quarto de Caíque, peguei as roupas dele e joguei tudo lá dentro, peguei uma bolsa e coloquei minha carteira e todos os nossos documentos, incluindo, passaporte, identidade e certidão de nascimento do Caíque, fechei a mala, troquei de roupa colocando uma calça jeans, uma blusa de manga longa, meu tênis preto, amarrei meu cabelo num rabo de cavalo alto, coloquei um boné cobrindo meu rosto, coloquei a mochila no ombro e fui até o quarto de caíque novamente

— bebê, acorda - ele abriu os olhinhos e me viu arrumada

— aonde vamos mamãe? - ele perguntou

— vamos fazer uma pequena viagem filho, vem, coloca esse casaco - entreguei o casaquinho dele que colocou rapidamente.

saímos de casa e descemos o morro, já era tarda da noite, não havia ninguém nas ruas, o uber que eu havia chamado já devia estar nos esperando, chegamos a entrada do morro e eu ainda teria que despistar os vapores que ficavam ali.

— vai aonde? - um vapor me parou

— tem um carro me esperando, não está vendo? - eu falei apontando pra rua, Caíque estava atrás de mim segurando minha mão - se você me der licença, eu preciso ir - falei e me distanciei dele, consegui sair, o motorista parecia um pouco assustado quando saiu do veículo para me ajudar com a mala — não se preocupe, agora, eles são inofensivos - eu falei pra ele que deu um sorriso na minha direção

entrei no carro com meu filho e olhei pela janela o morro se afastar, eu precisava de um pouco de distância disso tudo.

Por acaso, nós! {concluída}Onde histórias criam vida. Descubra agora