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                                     Kyara
Saímos do quarto todas prontas, já eram 22:30 da noite, Caíque e Maju já tinham capotado, coloquei meu filho dentro do berço e arrumei um canto pra Maju em cima da minha cama rodeando a mesma de travesseiros pra ela não cair, Amélia , secretária da casa estava aqui, mas logo ia embora, tinha os vapores ao redor da casa então eu confiei em deixar meu filho aqui com eles. saímos de casa e fomos direto para a quadra onde o baile estava acontecendo, a música era ouvida de longe e o cheiro de maconha era perceptível no ar, entramos na quadra todas juntas e de mãos dadas pra nenhuma sair de perto da outra, subimos para o camarote improvisado e encontramos os meninos, Luísa foi direto pro leão e Rafaella direto pro menor, vi os olhares de Camille pro meu irmão e o de Vitória pra F1, cheguei perto deles, falei com meu irmão, F1 e com Cauê, ele vestia uma bermuda preta, uma blusa branca e um boné branco na cabeça, um relógio dourado no braço e uma corrente de ouro no pescoço, ele tava um gostoso da porra

— eai gato - eu disse e Cauê sorri pra mim assim que ficamos só eu e ele conversando, aquele sorriso que ele só dava pra mim e eu percebia isso
— tu tá que tá loira - Cauê me gira e eu sorrio
— muito obrigada, eu sei - pisco pra ele e ele morde o lábio, ele tava segurando uma garrafa de heineken na mão, fui até a mesa de bebidas e peguei uma catuaba, vi Rafa aos beijos com o menor e a Luísa com leão, deixei elas lá e desci do camarote com Mille e Vitória.

Tava tocando uns funks daora, começamos a mexer a raba de acordo com o ritmo da música, olhei pro camarote e percebi os olhares de Cauê sobre mim, aí foi que eu dancei mais, mandei o quadradinho, desci até o chão e rebolei muito, já tinha acabado a garrafa de catuaba, tava dançando quando sinto duas mãos fortes na minha cintura, virei minha cabeça pra trás e vi cauê sorrindo pra mim, comecei a rebolar em cima do seu pau, ele batia na minha bunda, logo me levantou e me virou pra ele

— tu tá me enlouquecendo garota - ele segurou minha nuca e encostou nossos lábios iniciando um beijo intenso, sua boca tinha gosto de álcool e de um halls que ele deveria ter chupado minutos antes, levei minhas mãos até seu cabelo acariciando o mesmo, nossas línguas se entrelaçavam numa sintonia perfeita, ele desceu a mão pra minha cintura e apertou a mesma com uma certa força que me fez gemer no meio do beijo, parei o beijo com dois selinhos e mordi seu lábio inferior de leve, ele sorriu pra mim.

uma mão forte puxa ele e acerta um soco bem na sua boca, vejo Matheus em cima de Cauê que tentava se defender e não bater no amigo.

— PARA MATHEUS - eu gritei e logo menor, leão e F1 descem do camarote, menor segura matheus junto com F1 e leão ajuda Cauê e se levantar, vi sua boca sangrando e seu nariz também - tira ele daqui - falo pra F1 e leão que levam Matheus pra fora — vem - puxo Cauê pela mão até fora do povao dentro daquela quadra, sento ele na calçada e vejo ele trincar o maxilar e cerrar os punhos

— ele só pode ter enlouquecido - Cauê disse tirando a blusa, pego ela da sua mão e me ajoelho na sua frente, limpo o sangue do seu nariz e da sua boca, ele me olha — isso tudo foi porque eu te beijei? - ele pergunta

— eu sei la mano, Matheus tá me irritando com essa porra de ciúmes - eu falo me sentando ao seu lado

— vai pra casa, Kyara, eu me cuido - ele diz e eu me levanto

— tem certeza? - ele assente — tá bom, eu vou, se cuida e avisa para as meninas aonde eu to - me levanto, mas antes ele me puxa me dando um selinho, retribuo o mesmo e sorrio saindo de perto dele e caminhando até minha casa.

entro na mesma e vejo Matheus sentado no sofá com a cabeça entre as mãos, ele escuta o barulho da porta e olha pra mim, ele se levanta e vem até mim.

— que porra foi aquela Kyara? eu disse pra tu não se envolver com o Cauê - ele grita na minha cara e eu sinto o cheiro de álcool bem forte

— eu me envolvo com quem eu quiser Matheus, a vida é minha, a boca é minha, eu beijo quem eu quiser, seu ciúmes tá me irritando - eu grito de volta e sinto meu rosto arder e percebo que eu tinha levado um tapa, do meu próprio irmão — nunca mais chega perto de mim, você é um babaca Matheus - digo sentindo as lágrimas descerem pelos meus olhos

— se eu sou um babaca, veio me pedir ajuda por que? - ele diz

— porque você é meu irmão caralho, eu vim pedir refúgio, não mais uma pessoa pra me bater, você não acha que eu já apanhei o suficiente não porra? - eu grito mais alto já com a voz embargada pelo choro — você é um idiota Matheus, um idiota - grito pra ele e saio de perto subindo as escadas e indo até meu quarto, entro no mesmo e fecho a porta, tranco a mesma e me sento atrás dela começando a chorar.

Não sei quanto tempo passei ali chorando, mas quando notei eu tinha dormido e acordei deitada no chão, Maria Júlia não estava na minha cama e eu deduzi que leão tinha levado ela na hora que veio aqui. tirei minha roupa, minha maquiagem e me deitei na cama abraçando meu travesseiro e abraçando o mesmo enquanto começava a chorar novamente.

Acordei de manhã ouvindo meu filho chorar, caminhei até ele e peguei o mesmo deitando ele ao meu lado na cama

— mama - ele fala e eu dou um sorriso, tinha sido a primeira palavra dele, deixei mais uma lágrima cair e sorri, peguei a mamadeira dele que estava pronta na cabeceira ao lado da cama, dei pra ele e ele ficou segurando enquanto me olhava.

— Kyara.. - escuto a voz de Matheus enquanto ele batia na porta

— sai daqui - eu disse seca olhando pra porta

— vamo conversar, vai, por favor - ele diz e eu senti o arrependimento em sua voz, mas, nesse momento, meu orgulho falava mais alto

— você já falou e fez o suficiente ontem, agora sai daqui - eu digo e escuto seu suspiro e logo seus passos se afastando da porta do meu quarto.

É, mais um dia começando Kyara.

Por acaso, nós! [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora