Kyara
as contrações vinham cada vez mais forte e com mais frequência, Igor dirigia pelas ruas quase vazias do Rio de Janeiro até o morro onde meu médico já me esperava. depois de longos e dolorosos minutos ele chegou, os meninos deixaram ele subir assim que me viram, quando ele parou o carro e eu abri a porta pra descer, menor veio até mim- puta merda, chama o CG caralho - ele gritou pra um dos vapores e pegou minha mão me ajudando a descer do carro - eu te levo
- eu consigo - falei sentindo uma contração chegando, peguei a mão dele e logo a gente entrou no postinho, doutor Alexandre me esperava com uma sala de parto reservada pra mim
- eu disse que ele ia nascer a qualquer momento - meu médico disse me colocando em cima da maca, ele se posicionou na frente e viu minha dilatação - Noah está pronto pra vim ao mundo
- espera, eu quero o Cauê - eu falei olhando pra ele
- eu to aqui - meu namorado apareceu e eu sorri pra ele, ele colocou a roupa esterilizada e entrou pra segurar minha mão - to aqui com você - ele segurou minha mão entrelaçando nossos dedos e eu sorri
- tudo bem, vamos começar, vou contar até três e você começa a fazer força - o médico falou e eu assenti - 1, 2, 3.. vai Kyara - ele disse e eu comecei a fazer toda a força que eu podia - mais uma vez, ele já está quase saindo - 1, 2, 3.. - ele contou e eu fiz força mais uma vez até ouvir aquele chorinho, senti uma lágrima cair pelo meu rosto e Cauê beijou minha mão olhando pra mim
a enfermeira me entregou aquele pacotinho enrolado num lençol branco e todo cheio de sangue, eu estava completamente apaixonada.
[...]
eu já estava no quarto quando acordei, Cauê estava dormindo com Caíque em seu colo na cadeira de acompanhante ao meu lado da cama, do outro lado o bercinho do meu pequeno, me levantei e o segurei com cuidado, eu estava sem palavras pra beleza dessa criança, Caíque nasceu com todas as minhas características, o que me fez agradecer aos céus por isso, Noah tinha o nariz e boca do pai, o cabelinho castanho e os olhos ainda não tinham cor definida, ele ainda não tinha aberto eles totalmente. me sentei na cama e observei cada detalhezinho daquela obra de arte que eu tinha feito, observei até ele abrir o berreiro e cair no choro, Cauê se acordou assustado e Caíque agarrou o pai pra que ele não saísse dali
- tá tudo bem, ele só tá com fome - falei baixinho pro meu namorado que concordou com a cabeça e passou o braço em volta de Caíque pra que ele continuasse dormindo, abaixei a alça da roupa que eu estava usando e coloquei meu peito pra fora fazendo Noah sugar o mesmo quase imediatamente.
ele mamou por longos minutos até se cansar e largar o bico do meu peito, levantei a alça da blusa novamente e me deitei com ele no meu colo, embalei o mesmo até ele fechar os olhinhos e dormir segurando meu dedo.
[...]
dois dias depois..
fechei a porta do quarto assim que coloquei Noah deitado já dormindo, Caíque veio até mim me pedindo colo e eu sorri pegando meu garotão no colo descendo com ele até a sala- mamãe vamo brincar? - ele perguntou
- claro amor, vamo brincar de que? - falei me sentando ao lado dele no chão
- de carrinho, você tem que apostar corrida comigo até aqui - ele falou me explicando até onde tinha que chegar apontando com o dedo pra uma marcação que tinha na pista de carrinho dele
- vamo lá - eu falei e ele começou a contar
quando ele terminou apostamos corrida e óbvio que ele ganhou, apostamos mais uma vez e mais uma vez, foi muito tempo brincando até eu ouvir noah chorar pela babá eletrônica
- vamo ir ver seu irmão? - falei pra ele que abriu um sorrisão ao ouvir aquilo
- vamo mamãe - ele disse se levantando mais rápido que eu e indo direto pra escada
- vai devagar - eu falei e ele pegou minha mão subindo a escada junto comigo, chegamos ao meu quarto e eu abri a porta vendo Noah se mexer no berço enquanto chorava, peguei ele no colo e caíque subiu na cama pra olhar pra ele
- ele vai parar de chorar? - ele perguntou e eu soltei uma risada baixa com sua pergunta
- ele só tá com fome - falei me sentando na cama já com os travesseiros ajustados, abaixei a alça da minha blusa e Caíque chegou perto observando tudo, Noah agarrou o bico do meu peito e sugou com vontade - tá vendo? ele parou de chorar
- depois eu posso segurar ele? - Caíque perguntou
- depois você pode - eu falei e ele sentou ao meu lado encostando a cabeça em meu ombro, mas antes de relaxar a campainha tocou, mas não me preocupei, dona Elô estava lá embaixo e logo eu ouvi barulhos vindo lá debaixo
a voz do meu irmão soou nos meus ouvidos e logo a voz do meu namorado pedindo pra eles fazerem silêncio, provavelmente achando que a gente estava dormindo.
- seu pai chegou, filho, quer ir lá embaixo? - perguntei pro Caíque
- quero, eu vou com cuidado tá mamãe? - ele disse descendo da cama
- tá bem, cuidado - eu disse e ele assentiu
acariciei a cabecinha de Noah enquanto ele mamava, ele soltou o bico do meu peito e eu logo ajeitei meu sutiã e a blusa, o ajeitei em meu colo e bati devagar nas suas costinhas até ele arrotar, ajeitei ele novamente e ele abriu os olhinhos pra mim, soltou um sorriso banguelo e eu sorri, ele era a coisa mais linda do mundo.
a porta do meu quarto se abriu revelando um Cauê levemente preocupado, mas seu rosto aliviou assim que me viu com Noah no colo
- oi - ele falou sorrindo e se aproximando de mim, beijou minha boca e depositou um beijo na cabeça do nosso filho
- Caíque tá lá embaixo? - perguntei
- com seu irmão, Camille e Beatriz, eles estão doidos pra vim aqui
- se quiser já podem - eu falei
- deixa eu tomar banho e trocar de roupa. você tá legal? - ele perguntou pra mim
- to sim amor - eu falei e ele sorriu me dando mais um beijo, entrou no banheiro e logo ouvi o barulho do chuveiro.
minutos depois Camille e Matheus já tinham subido pra ver o afilhado deles, Caíque sorria bobo pro irmão e Cauê era o pai mais bobão do mundo, ele abria o maior sorriso pros dois meninos que tinha em casa e eu não ficava pra trás, eu era apaixonada pela família incrível que eu tinha.
quartinho do noah
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Por acaso, nós! {concluída}
Romance1⁰ temporada fugindo de um padrasto agressivo e abusador, Kyara se refugia no morro com seu filho, Caíque, que foi fruto de um estupro. ela se refugia no complexo do alemão e lá ela tenta recomeçar toda a sua vida junto com seu irmão mais velho, e d...