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                                     Kyara
- como assim não pode Kyara? - Camille perguntou vindo atrás de mim quando eu sai do banheiro

- amiga sei lá, não posso agora, acabei de começar minha faculdade, o Caíque não tem nem 4 anos ainda - disse me virando pra ela já com lágrimas nos olhos

- amiga para, vem cá - ela se aproxima de mim segurando minhas mãos - você sabe o quão forte você é, você aguenta e consegue tudo o que você quiser, para de sentir medo - ela disse tentando me acalmar

- amiga como eu paro de sentir medo? olha tudo o que aconteceu comigo, a mariana não tá mais aqui, minha mãe não tá mais aqui e o meu pai? sabe se lá onde ele tá - falei

soltando minhas mãos da dela e sentindo as mesmas tremendo, comecei a sentir muito calor e meus olhos se encheram cada vez mais de lágrimas, eu estava tendo uma crise de ansiedade bem ali.

- você sabe que é forte amiga, você consegue o que quiser, é só querer - ela disse e eu me afastei me sentando no sofá

- calma, deixa eu me acalmar - prendi meu cabelo, segurei minhas mãos tentando fazer elas pararem de tremer e deixei as lágrimas caírem, Camille estava a alguns metros de mim, ouvi a porta ser aberta mas não consegui olhar pra trás.

- espera, deixa ela quieta um pouco - ela disse e eu ouvi passos se aproximando de mim, Cauê estava ali, eu sentia seu cheiro

- amor? - ele falou perto de mim

- espera - falei tentando controlar minha respiração e logo minhas mãos pararam de tremer e eu fui me acalmando, depois de longos 3 minutos, o choro havia cessado e o calor também. virei pro meu namorado e abracei ele

- tá tudo bem - ele disse me abraçando forte

- obrigada por ficar aqui - falei me afastando e beijando sua bochecha - cadê o Caíque? - perguntei me levantando e tentando ficar o mais normal possível, fazia muito tempo que isso não acontecia.

- tá vindo aí com teu irmão - ele disse e eu assenti

- eu vou lá em cima me trocar, camille vem comigo? preciso de ajuda com uma coisa - falei e me dirigi até a escada

- tudo bem amiga, vamos - ela veio atrás de mim e subiu junto comigo pro quarto

- preciso de um teste, tem alguns guardados aqui, mas eu to com tanto medo de fazer - eu disse pegando uma sacola dentro da minha gaveta de calcinhas

- amiga faz, vai ser melhor pra você - ela diz e eu concordo

- tudo bem - respirei fundo e entrei no banheiro, abri o teste e fiz ele do mesmo jeito que estava escrito nas instruções, fiquei esperando e as duas listras apareceram quase que imediatamente, peguei o teste e levantei minha blusa acariciando minha barriga - que você venha com muita saúde, saiba que eu já te amo muito - falei baixinho e sai do banheiro segurando o teste, Camille estava sentada na cama acariciando sua barriga, assim que notou minha presença ela se levantou

- e aí amiga?? - levantei o teste mostrando pra ela e começando a chorar - meu deus - os olhos dela se encheram de lágrima e ela me abraçou.

eu estava muito feliz e ao mesmo tempo morrendo de medo.

[...]

- tchau, até amanhã - abracei meu irmão muito forte e ele retribuiu - eu te amo muito, não esquece disso - eu falei

- eu também te amo demais - ele disse e eu sorri, me deu um beijo na testa e me olhou - se cuida, amanhã broto aqui

- amanhã tenho algumas coisas pra te contar - falei e ele sorriu

- tudo bem, até amanhã, pirralha - ele disse e eu soltei uma risada

- tchau amiga, beijo - Camille me deu um beijo na bochecha e saiu com o namorado

- beijo - acenei pra ela e fechei a porta assim que eles saíram

eles saíram e eu fiquei a sós com meu namorado e meu filho, Cauê estava sentado no sofá e Caíque estava no chão brincando com alguns brinquedos, me sentei ao lado do meu namorado e sorri olhando pra ele

- o que foi? tá sorrindo assim pra mim, o que você fez? - ele perguntou virando pra mim e eu ri

- nossa amor, eu não fiz nada, mas tenho uma coisinha pra te mostrar, não sei se você vai gostar, eu confesso que também estou com medo - falei pegando o teste do meu bolso e mostrando pra ele - parece que sou muito irresponsável, tive um filho com 17 e agora outro com 19, não sei e.. - ele me interrompeu me puxando pros seus braços me abraçando forte

- eu te amo tanto - ele disse e eu sorri retribuindo o abraço - obrigada

- você não tá bravo? - perguntei olhando pra ele assim que ele me soltou

- pq eu estaria? - ele perguntou me olhando

- ah sei lá amor - falei abaixando a cabeça, ele segurou meu queixo e levantou a mesma fazendo eu olhar pra ele

- isso é muito importante pra mim, eu te amo e já amo esse bebê- ele diz colocando a mão na minha barriga e eu sorri

- eu amo vocês - falei puxando caíque pra mim

ele sorriu e me abraçou, acabamos dormindo por ali mesmo, eu era apaixonada pelos meus meninos.

Por acaso, nós! {concluída}Onde histórias criam vida. Descubra agora