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Os meses que vieram a seguir foram motivos de surpresas e mais surpresas, Andrea passou a viver com Miranda e as gêmeas, tornando-se diretora do hospital onde trabalhava, participava de todas as cirurgias que podia e que lhe solicitavam, mas passava suas noites em casa ao lado de Miranda e das meninas.

Miranda fazia seu trabalho com a excelência de sempre, a Runway fluía muito bem e a saúde da editora parecia inabalável, Stephen aparecerá um ou duas vezes em uma tentativa de reconciliação que fora prontamente negada e apesar dos ciúmes descabidos de Andrea por conta de algumas modelos, tudo estava bem.

As noites eram quentes, principalmente após alguma briga por ciúmes, o sexo era quente, viciante e o desejo parecia interminável.

Andrea caminhava tranquilamente pelo corredor do hospital quando sentiu seu braço ser puxado com rapidez, seu corpo foi preço contra a porta e ela gemeu, não pela dor, mas por sentir o desejo florecer em si, sentiu as mãos abrirem o jaleco começando a abrir a blusa e a saia, fora puxada para um beijo faminto.

Gemeu ao sentir-se invadida pelos dedos ágeis, sua boca foi tapada para que ninguém que passasse por ali ouvisse o barulho que vinha daquela sala.

Andrea sorriu sentindo os dedos mais fortes e mais rápidos, seu êxtase foi espontâneo.

— Você me assustou.

— Não pareceu assustada.

— Senti que era você no segundo seguinte — Disse abraçando-a pelo pescoço e beijando-lhe os lábios lentamente antes de sair da sala onde estavam — Sempre sei quando é você, mas a que devo a honra de sua visita?

— Vim busca-la para almoçarmos.

— Se importa se almoçarmos aqui mesmo? — Miranda cruzou seus dedos.

— Não, você sabe que eu não me importo com o lugar, o importante é a companhia.

— A minha tem sido bem pouca nos últimos dias, eu sinto muito por isso.

— Eu entendo, até porquê estou passando tanto tempo na Runway.

— Doutora.

— Sim?

— O pai de um paciente deseja falar com a senhora.

— Eu estou indo...

— Vá com ela, querida, eu espero você lá fora.

— Tem certeza?

— Trabalho é trabalho, agora vá.

— Eu tentarei não demorar.

— Não se preocupe com isso, eu estarei esperando — Disse dedicando um sorriso terno a morena.

Andrea lhe beijou os lábios e saiu a passos apressados juntamente com Dora que havia tornado-se sua secretária.

— Ela vai cansar de brincar de casinha — Miranda olhou para a mulher parada com as mãos nos bolsos do jaleco.

— E o que te faz achar isso?

— Ela brincava comigo também — Miranda sorriu de canto.

— E você cogita a possibilidade dela fazer o mesmo comigo, apenas por que fez com você? Não me compare com você, criança, Andrea não irá rastejar de volta pra você caso terminemos, o que de fato não irá acontecer, ela sabe que em qualquer situação pode contar comigo, que pode gemer tanto de dor quanto de prazer comigo que eu não irei fingir disso igual você fez.

— Ela contou a você? — Perguntou em um sussurro completamente surpresa.

— Sobre o filho que vocês teriam? Sim, ela me contou, pois ela me conta absolutamente tudo, então não pense que conseguirá que ela volte para você, pois ela não irá, eu posso até não ser pra sempre, mas não seria para você que ela iria voltar, agora se me der licença — Disse passando pela mulher rapidamente.

.§.

Andrea caminhou pelo grande refeitório do hospital seguindo para a mesa onde Miranda estava sentada completamente distraída.

— Desculpa a demora — Disse sentando-se, Miranda a olhou — O que foi?

— Ainda pensa em ter um filho?

— Por que a pergunta?

— Acabei me encontrando com aquela moça e conversamos, acabei me recordando de que não voltamos a tocar no assunto — Andrea a observou em silêncio — Sweet, eu quero uma vida com você, isso implica me casar e ter um filho com você, mas preciso saber se estamos no mesmo ritmo, eu precisei de cinco anos em coma para descobrir que minha felicidade está em uma garota anos mais nova que eu e eu não quero perder isso.

— Está me dizendo que... Que quer ter um filho comigo?

— Não, Andrea, eu estou dizendo que quero ser mais que uma namorada, amante ou qualquer outro rótulo que não seja o de ser sua esposa — Miranda colocou a mão no bolso e quando tirou o colocou sobre a mesa, Andrea olhou para a minúscula caixa negra, seus olhos estavam marejados e seu ar havia sumido.

— Céus! — Sussurrou quando finalmente conseguiu, seus olhos variaram entre a caixa e Miranda que sorria.

— Case-se comigo Andrea.

— Quantas vezes você quiser, meu amor — Sorriu em meio às lágrimas e abraçou a mais velha beijando-a em seguida.

— Era para ser no melhor restaurante da cidade, mas como você preferiu ficar aqui... Eu só não podia mais adiar.

— É perfeito amor e o pedido foi na melhor hora possível — Disse olhando a jóia em seu dedo e voltando a atenção para a mais velha.

— Estava pensando em fugir de mim?

— Sim, eu fugiria de você — Sorriu sapeca, Miranda riu e a acariciou a bochecha, Andrea a abraçou após mais um beijo e deitou a cabeça no ombro da mais velha — Você é tão maravilhosa, amor.

— Isso é até casarmos — Disse divertida e Andrea a encarou.

— Então ficaremos noivas por muitos anos.

— Oh, claro — Andrea riu.

— O que quer comer?

— Para falar a verdade eu não tenho fome, o almoço era uma desculpa para fazer o pedido.

— Precisa se alimentar, eu vou pedir algo para nós — Disse beijando os lábios da mais velha e saindo de perto.

She - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora