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Miranda encarou a enfermeira arrumando seu soro, ainda estava absorta com tudo que havia acontecido e que havia descoberto, quatro anos em coma, não era tão assustador quanto descobrir que a pessoa a quem se entregou era uma mera ilusão e que a real, apenas se importava como ela como paciente.

— Volto mais tarde para lhe dar o medicamento — A enfermeira disse tirando-a de seus desvaneios, Miranda afirmou com um aceno.

— Quando a doutora virá? — A mulher de cabelos castanhos olhou para seu relógio de pulso.

— Apenas amanhã, provavelmente às nove ou dez horas, se precisar de algo basta apertar o botão ao lado da cama.

— E minhas filhas?

— Já foram, elas sempre vem para cá às três da tarde, assim como seu marido — Miranda afirmou novamente e aconchego-se um pouco mais na cama hospitalar.

Não se recordava de absolutamente nada que não fosse Andrea, seu olhar se perdeu em um ponto fixo do quarto e a enfermeira suspirou virando-se para sair, cumprimentou Nigel que lhe deu um boa noite antes de entrar no quarto.

— Miranda? — A editora o olhou, vendo-o sentar-se — Como se sente?

— Confusa.

— Eu imagino — Sorriu pequeno — Vim assim que pude, as meninas me ligaram dizendo que você havia acordado, quando eu conversei com a doutora Sachs, ela havia dito que as possibilidades de que você acordasse fossem poucas, quase nulas.

— O que aconteceu?

— Não se lembra? — Miranda negou.

— O carro que você estava foi atingido por um motorista bêbado, Roy e você foram lançados longe por conta de uma batida, foi uma batida muito feia, o carro capotou e bateu em uma árvore, o outro motorista morreu no local, estava sem o cinto de segurança e acabou atravessando o vidro, Roy teve algumas fraturas, mas não demorou a se recuperar, não foi tão grave por conta do airbag, você recebeu uma forte pancada na cabeça segundo a doutora.

— Com quem as meninas ficaram?

— Com o pai, ele veio aqui algumas vezes trazê-las, Stephen também, mas não ficava muito.

— Não me surpreende.

— Do que se lembra?

— Pouca coisa.

— Algo antes do acidente?

— Talvez um pouco antes... Como está a Runway?

— Sã e salva, acho que você já estava adivinhando quando deixou o documento me deixando como editor-chefe na sua ausência.

— Você sempre foi o único que eu pude confiar, Nigel.

— Com seu corpo está reagindo?

— Creio que bem, sinto dores, mas minha cabeça não dói como doía quando eu acordei, só espero que possa ir logo pra casa.

— E com certeza as meninas ficarão felizes quando você voltar pra casa.

— Como elas tem ido na escola?

— Muito bem.

— Fico feliz, Irv tem deixado você louco?

— Acho que você é a única que sabe doma-lo — Disse divertida.

.§.

Andrea colocou a xícara sobre a ilha e respirou fundo, olhou para as horas enquanto fazia mais um relatório.

She - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora