Negativo

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-Sinto muito Sakura, o resultado é negativo.

Apoiou os cotovelos sobre a mesa e passou as mãos pelos cabelos respirando fundo.

Mais um teste negativo

Mais um mês de falha.

O que tinha de errado?

Eles não tentavam o suficiente?

Shizune tocou na mão da amiga e disse num tom consolador usual, tom que Sakura já estava acostumada e que já estava a deixando cansada.

-Mês que vem quem sabe.

-Já são dois anos Shizune!

A rosada levantou o rosto com a expressão severa

-Não adianta precipitar a natureza, essas coisas acontecem quando tem de acontecer, vocês são saudáveis, na hora certa os filhos vão vir, fique tranquila.

-Quando? Se levantou tentando conter a irritação. -A hora certa é agora, finalmente ele está aqui, parou com as missões externas, eu sei, eu sinto que ele quer isso, e eu também quero!

-Sakura... a outra tentou começar mas a rosada não deu espaço

-De qualquer forma obrigada

E pegou sua bolsa abrindo a porta apressadamente  a deixando escancarada.

Andava pela rua com a cabeça baixa e perdida em seus próprios pensamentos.

Mais um fracasso na tentativa de engravidar.

Como diria isso a Sasuke?!

Não que ele a cobrasse mas...sabia que ele esperava isso dela. Todos já estavam casados e com seus filhos nos braços ou no máximo encaminhados, já eles...nada!

Até Naruto já tinha seu rebento, um belo garoto de olhos azuis e cabelos loiros como os dele, e Sakura se lembrava do olhar que o marido lançou ao ver o amigo como pai.

Aquilo acabou com ela!

Ele merecia uma família e ela simplesmente não conseguia lhe dar.

Chegou em casa retirando os sapatos e deixando a bolsa largada sobre o sofá.

Só pegaria plantão a noite então tinha todo o dia de folga.

Foi até a cozinha pegar um copo com água, enquanto dava as goladas olhou para o pequeno calendário preso na geladeira, tudo que enxergava eram os números riscados e os marcados em círculo mostrando seus dias férteis. Deixou o copo sobre a pia e se encaminhou até ele, mais uma vez contando e riscando os dias para em seguida circular a próxima vez que ovularia.

Daquela vez daria certo

Tinha que dar!



Ouviu quando ele chegou no fim da tarde mesmo sendo extremamente silencioso, ela conhecia os movimentos sorrateiros do marido e seus hábitos, até mesmo nas visitas rápidas que lhe fazia no período que esteve fora da vila.

Foi uma época muito solitária, ela recém casada e tendo de estar só, suas maiores companhias eram Ino e Hinata, que mesmo também casadas não deixavam de fazer companhia a rosada, principalmente a loira.

Quando ele adentrou no aposento os olhos esverdeados caíram sobre a figura esguia do marido, era incrível que mesmo depois de tanto tempo seu coração ainda conseguia disparar na presença do moreno.

Sempre seria uma boba apaixonada por ele...

Ele se aproximou e beijou o topo da cabeça de fios rosados

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