Atormentados

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 -Está diferente.

Os olhos negros a encontraram assim que adentrou no aposento.

Os fios lisos estavam levemente mais longos ainda que permanecessem assentados, o olhar tranquilo de sempre estava lá mesmo que o turbilhão o envolvesse.

—Você também.

Ele apenas voltou sua atenção para o papel sobre a mesa.

Sakura se aproximou ficando a centímetros de distância do moreno.

—Venha aqui...

Ele ergueu o olhar escuro e encontrou os orbes esverdeados

Por fim se pôs de pé.

O abraço acalorado o envolveu de imediato

—Obrigada!

E o apertando com intensidade continuou

—Muito obrigada!

Ao separar-se e o mirar sorriu

—Você sempre o protegendo...

Ele sorriu sutilmente

—É o meu trabalho.

Ela passou a mão pelo rosto pálido e ele restringiu ainda mais o sorriso diminuto

—Não queria ter de te colocar nessa situação.

Sai retirou a mão da Hadiya de seu rosto e a beijou soltando-a em seguida

—Já superamos isso, lembra?

Ela o esmiuçava

—Me lembro de combinarmos de superar...

O suspiro do moreno foi baixo

—Sei que foi difícil para você dar de cara com o passado tanto quanto foi para mim.

—Então tenho que ser grato a Danzou de alguma forma por ter me treinado a reprimir o que sinto.

—Sai...

O moreno passou pela rosada se afastando

—Está tudo bem Sakura, eu já te disse.

Ele se virou e lhe mostrou o sorriso aberto

—Fico feliz que tenha me chamado para comemorar sua gravidez!

Ainda sorrindo continuou

—Lembra do que me disse anos atrás? Nada tem o direito de nos afastar de nossa felicidade.

Ela se aproximou novamente.

—Obrigada mais uma vez por estar aqui.

E se espichou para alcançar o rosto pálido.

Beijou a tez lisa do amigo e passou por ele indo em direção a porta

Mas antes da rosada sair o sorriso na face do ninja já havia esmorecido.


A conversa com a Yamanaka ainda pairava em sua mente. Sentia-se bem de alguma forma por ter conseguido explanar muita coisa, mas havia algo...algo lá dentro, bem fundo e ela sabia o que era.

Foi em direção ao quarto almejado, mas a corrente de chakra que sentiu em seu interior não era a que esperava, havia somente uma e não era a que buscava.

Respirou fundo e foi atrás dele.

Da última pessoa que esperava ter de lidar depois de tanto tempo, mas que a vida teimava em jogar em seu caminho como uma forma de a lembrar que não importa para quão longe você vá, o passado sempre volta para lhe assombrar.

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