Caminhava a passos rápidos pelos corredores daquele lugar tão grande, o chakra que ela emanava era sutil mas inconfundível.
Nunca se esqueceu daquele chakra.
Assim que chegou até onde seus sentidos lhe guiavam travou.
O som que vinha lá de dentro era lento e suave, por fim tomado por um magnetismo sem explicação deu os passos finais até a fresta e então seu único olho negro a viu.
Suprimiu seu chakra praticamente por completo e deixou o olhar passear por aqueles movimentos.
Ela estava de vermelho.
Abriu suavemente a boca mas não foi sua voz que externou o pensamento
—Você fica esplêndida de vermelho!
Somente naquele instante se deu conta que ela estava com o homem ali.
—É para o meu Emir...
E o homem era seu marido, seu Emir.
Era totalmente errado o que estava fazendo, uma invasão sem precedentes mas simplesmente não conseguia se afastar.
Mesmo não sendo pra ele.
Mesmo tudo aquilo já não lhe pertencendo mais.
Quando ele a lambeu na região do ventre se lembrou das noites tórridas que tiveram.
Foi a tanto tempo que parecia em outra vida.
Foi em outra vida!
Uma vida onde tudo era mais simples apesar dos problemas.
Durante todos aqueles anos evitou pensar naquele corpo, nos toques e sensações, mas agora era completamente impossível não se ater a eles.
Cada suspiro que causou nos lábios torpes da rosada.
Lábios esses que já se declararam apaixonados inúmeras vezes.
Lábios que agora passeavam pela barba daquele homem.
Ia sair dali, era incômodo demais presenciar tudo aquilo mas então ela se inclinou fazendo a cascata rosada esparramar-se e num impulso retornou com a serpente entre as mãos.
Surpreendeu-se ao ver aquele animal, não era nada parecido com algo que houvesse visto antes.
—Africana, uma das mais venenosas do mundo.
Escutou a voz lenta e arrastada da cerejeira pronunciar, milhares de coisas passaram por sua mente mas nenhuma correspondeu aquilo que ela fez.
Passou a víbora pelo pescoço e o ser pareceu se emaranhar sobre seu corpo como se fazendo parte dela.
A calda negra e brilhante fez um rastro entre os seios e a cabeça com as presas a mostra foram em direção ao Emir.
Ela sorriu e a acariciou.
Eram uma coisa só.
Foi quando se jogou para trás movimentando os braços que a serpente teve livre acesso por todo corpo da cerejeira.
Era um sennin, não um qualquer, era o novo sennin das cobras e em todos aqueles anos jamais viu algo como aquilo.
Aquele tipo de controle sobre o animal peçonhento e letal.
As escamas escuras e brilhantes faziam o contraste com a pele lisa e os véus em tom carmim.
Então ele a tocou, não foi de uma forma urgente e desesperada.
Era como a cobra que passeava por seu corpo.
Mas ela evitou o toque o empurrando com um dos pés, e ao contrário do que pensou que ocorreria o homem pareceu gostar, pois se concentrou exatamente naquela parte de seu corpo, aproveitando-se das carnes expostas da perna sobre si.
Quando ela o empurrou sobre a grande cama e se pôs de pé sobre o mesmo soube que aquela ali era outra mulher, não a mesma que deixou partir a anos atrás.
Desviou o olhar quando tocou o órgão do marido fazendo-o suspirar.
E então as palavras vieram
—Tenho algo seu aqui comigo
Não era preciso olhar a cena para saber o que aconteceria, ele sabia muito bem ao que ela se referia.
Havia visto!
E talvez naquele momento tenha sido o bastante pois não conseguiu permanecer diante da porta depois daquilo.
Escorou-se na parede lateral no corredor escuro e só ouviu palavras incompreensíveis, mas na sequência, as próximas... foram tangíveis
—Tem algo nosso aqui dentro.
Escorou a cabeça na parede e puxou o ar de forma pesada.
—Você sempre me fez feliz Habiba
Instintivamente fechou seus olhos
—Está me fazendo mais ainda agora!
Então seguiram-se as risadas
Depois os suspiros...
E os gemidos
Levou a mão a boca para conter o impulso e se desencostou da parede apressadamente pronto para sair dali.
Foi exatamente o que fez até parar na metade do caminho.
Algo nosso...
Já tiveram algo único, somente deles.
E foi agarrado a essa esperança que ficou ali, parado no corredor escuro do meio da noite.
Por essa ideia
Por essa dúvida que o consumia.
Que de repente estava lhe dando a força necessária para permanecer de pé.
Para não enlouquecer em sua própria desgraça.

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Maktub
FanfictionDe todas as tragédias aquela era a mais cruel! -Sasuke... Tudo que conquistou estava ruindo bem diante de seus olhos -E-EU NÃO ACREDITO! COMO VOCÊ PÔDE?! A insanidade tomava conta de seu ser e ela voou sobre a figura loira com ira Sua cegueira era...