Corrompido

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Quando a amiga da esposa veio ficar um tempo com eles temeu que isso pudesse afastá-los, que ela se dedicasse exclusivamente a loira e o deixasse de lado.

Sakura tinha o coração mole demais.

Tentou passar o maior tempo possível no trabalho, tanto para não precisar cruzar com a loira quanto para dar espaço as duas, entendia que o que a Yamanaka estava passando era algo difícil e pesaroso, ambas deviam ter muito o que conversar e sua esposa o que consolar.

Mas certo dia quando chegou em casa, quem veio o receber não foi a jovem de cabelos rosados, foi a de cabelos loiros...dizendo que sua esposa teve uma emergência e estava no hospital.

Subiu e tomou um banho, na verdade não tentava ignorar a presença da amiga de sua mulher, só não sabia como lidar com ela, mas também não queria destratá-la.

Ino já foi uma de suas irritantes seguidoras na época da academia e agora era uma mulher adulta e vivida, então a respeitava.

Para não bancar o anfitrião frio e chatear a esposa, resolveu descer e fazer companhia a hóspede.

Assim que pisou no último degrau da escada pôde sentir o aroma da comida recém preparada.

—Eu fiz o jantar, você quer comer?

O moreno apenas maneou a cabeça afirmativamente e adentrou na cozinha.

Ela o serviu com um sorriso no rosto e depois pegou um prato se sentando na cadeira diante dele.

—Itadakimasu. Disse o Uchiha antes de começar a comer.

Ela não esperava um elogio pela comida, mas ele pareceu apreciar de alguma forma.

Comiam em silêncio.

—Então... ela começou -Queria agradecer por me deixar ficar aqui, vocês estão sendo muito gentis comigo.

—Disponha.

Foi tudo que ele respondeu, afinal não estava fazendo muita coisa na verdade.

Pôde ouvir o suspiro longo que ela deu em seguida

—Não sei o que farei daqui em diante...

Os ônix subiram do prato até o rosto da kunoichi à sua frente que apenas remexia os alimentos sem os comer realmente.

—Não devia deixar um homem como esse ditar o que deve ou não fazer da sua vida.

A loira subiu o olhar espantada.

—Não que seja da minha conta

Encerrou e voltou a atenção ao prato.

—Não, tudo bem, eu não me importo, estão todos falando mesmo.

Torceu a boca meio sem jeito

—Ele foi um covarde.

A Yamanaka soltou de repente.

—Pelo menos agora está livre dele.

—Você fala como se tivesse sido um livramento

—E foi. Melhor ele ter ido agora do que daqui a dez anos quando tivessem um casamento consolidado e talvez até já com filhos.

Ela pareceu ponderar

—É, pode ser...

—Você vem de um clã com talento, com dedicação poderia ser melhor que seu pai.

Ino se aprumou na cadeira

—Você acha?

Então ele subiu o olhar do prato para ela.

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