Maktub

Colapso

 -Tome Ino, isso vai te acalmar um pouco.
Estava sentada sobre a cama, Hinata lhe oferecia o copo com o liquido incolor.
Ela tentou segurá-lo mas não conseguiu manter as forças
Os soluços faziam com que suas mãos tremessem
Hinata se pôs de pé e encarou Temari.
Até que ouviram aquela voz, alta e estridente.
Ino se levantou sobressaltada
—Inoue!
E saiu do aposento em disparada.

A barra de sua saia ainda estava suja do sangue da jovem, marcas dos dedos de Ino em seu momento de súplica e desespero.
Ela velava o rapaz desacordado, soltou um longo suspiro.
Sentiu a forte presença atrás de si
—Ele nunca vai me perdoar
Murmurou
—Não figa isso Habiba, Samir ama você, se errou eu também errei pois nós dois escolhemos esconder isso dele.
Zayn se pôs de pé ao lado da esposa que estava sentada na beirada da cama do filho
Ela ergueu os olhos verdes até ele e tentou lhe sorrir sem sucesso algum
—Se erramos foi tentando acertar meu amor, foi para poupá-lo
Ele lhe confortou.
—Me pergunto isso todos os dias a dezoito anos...
Baixou os orbes até a figura desacordada sobre o leito
—...se eu estava poupando ele ou a mim
Antes que o Hadiya pudesse proferir algo Amin já estava na porta do quarto com os oficiais
—O que aconteceu?
Ele se adiantou até junto ao sobrinho
—Venha, eu te explico lá fora, me conte o que descobriu.
O Emir falava junto ao irmão, mas antes de se retirar parou e virou para a esposa
—Tudo bem eu me retirar por um instante querida?
Ela nada respondeu.
Então sentiu a mão grande em seu ombro e pareceu despertar
—Hãn?
—Tudo bem eu me ausentar por um momento?
Sakura apenas balançou a cabeça de forma positiva
Zayn se abaixou e ficou na altura de seus olhos
—Não gosto de vê-la assim, são muitas emoções, vai acabar fazendo mal ao nosso bebe.
Ela lhe sorriu minimamente
—Nosso bebe está a salvo aqui dentro
E levou a mão ao ventre.
Então ele lhe beijou a fronte e olhou uma última vez para Samir deitado na cama, então se pôs de pé e começou a bradar frases em árabe.

Naruto havia o levado para o quarto de Boruto, o deitou sobre a cama e permaneceu ali junto ao filho, um sentado na poltrona e outro na cadeira diante da mesa.
Não soube quanto tempo passou imerso naquela situação, vendo o corpo da filha morta em sua mente diversas vezes, sentindo aquela sensação já tão familiar mas a tempos esquecida.
Não soube quanto tempo demorou para ter forças e se pôr de pé, mas quando o fez foi passando reto em direção a porta, abrindo e saindo em disparada.
Deixando para trás o amigo e o aluno cochilando em seus acentos.

—Eu perguntei a você!
Ela estava sentada na cama velando o sono do rapaz
—Perguntei a você se ele era meu e você...
Se aproximou lentamente
—...você negou!
Ele a mirava, mas os orbes verdes não o alcançaram
—Como pôde?
A voz gutural saiu em murmúrio enquanto franzia o cenho tentando compreender
—Como pôde esconder algo assim de mim?!
Ela fechou os olhos e puxou o ar de forma lenta e pesada
—Eu faria de tudo para proteger meu filho de você.
Então ele deu um passo mais perto
—Você não tinha o direito de me esconder que eu tinha um filho!
Praguejou de maneira elevada e intensa
Nesse momento ele ganhou seu olhar
Forte e profundo
—Você perdeu o direito de ter filhos comigo no instante em que se deitou com minha melhor amiga!
Aquilo lhe atingiu de forma cruel
—Isso não é justo...
Seu único olho negro a mirava de cima
—Não é justo?
Sakura foi ficando de pé
—Não foi justo eu ter que percorrer meio mundo grávida para fugir de você!
Os orbes verdes o fitavam de maneira enérgica
—Fugir para esquecer o que você me fez!
Esbanjava sua voz de forma altiva
—O mundo não é justo Sasuke, eu entendi isso, você me mostrou isso quando me traiu com a Ino, agora acostume-se!