CINQUENTA

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O luto é algo que pode acabar com alguém. Alguns reagem bem, outros... Vivem ele eternamente.

Eu não sei ao certo como é o meu relacionamento perante a morte. Nunca perdi alguém que era muito perto de mim.

CL foi sim alguém importante mas... Não convivi com ela tempo o bastante para lhe considerar íntima. Mesmo assim, sua morte me causou um vazio muito grande.

-Você tem que chorar.- Digo para Jeon.

Ele nega com a cabeça.

-Estou bem.- Ele diz.

-Não! Não Está! Enterramos ela e você não chorou nada, passou um dia e você não derramou uma lágrima. Jungkook eu chorei um rio e você está ai parado.

Como eu disse, cada um reage de um jeito.... Alguns negam... É uma maneira de enganar seu cérebro e não sofrer o trauma de uma perda. Mas isso gera outros problemas também.

-Jimin eu... Eu ainda não acredito! Não consigo acreditar, eu... Não é real!!

-Mas é! Ela morreu e não vai voltar! Quando vai aceitar?!- Digo bravo.

Ele me encara.

-Eu... Ainda... Ela... Não!!- Ele se levanta. -Para com isso! Para de jogar isso na minha cara! Para!- Ele diz e sai do quarto.

Respiro fundo e me jogo na cama.

Idiota... Você é um idiota... Um bosta de namorado... MORRE

Penso fechando os olhos com força.

-Jimin?- Escuto uma voz trêmula.

Vejo Taehyung na porta.

-Tae?- Me sento novamente.

Era a primeira vez que via Tae em pedaços, ele não era de chorar na frente dos outros então eu sabia que ele estava muito magoado.

-Ela não vai voltar...- Ele diz e soluça.

Vou até o mesmo e o abraço fortemente. Ele retribui e se desmancha em meus braços.

Ficamos assim por um bom tempo, até ele se acalmar. Ele estava cansado, abatido, triste...

-Tae, precisa se cuidar.- Digo e ele nega.

-Não tenho forças para isso... Eu só queria o Hoseok aqui comigo.- Ele diz.

Assenti, chorando também.

-Eu sei, mas ele está longe agora. Iremoa voltar amanhã, até lá precisa se cuidar por conta própria.- Digo acariciando seu rosto.

Ele assente, soltando outro soluço. Seguro em sua mão e o levo até o banheiro.

-Tira a roupa e entra ai.- Digo apontando para a banheira.

Ele faz o que lhe pedi, começo a dar banho no mesmo, em toques delicados e suaves, com cautela em cada um deles.

-Jimin.- Escuto a voz de Namjoon.

Ele nos observava da porta. O encaro e ele sorri.

-Obrigado.- Ele diz.

Assenti e o mesmo sai do meu campo de visão.

Respiro fundo e continuo o processo. Assim que acabo, ele se veste e eu o levo para a cama. Fico com ele até que o mesmo pegasse no sono.

Vou até a cozinha e vejo Namjoon e Jeon conversando.

Namjoon podia parecer bem na frente dos outros, mas eu o peguei chorando escondido. Ele não queria parecer fraco na frente dos meninos, tinha que ser um bom líder.

Entre Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora