Capítulo 126

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Enquanto Sara tentava com todas as forças não pensar no braço quebrado e na dor que ela estava sentindo, ela respirava fundo enquanto seguia nessa viagem forçada em absoluto silêncio e absoluto terror.

Como já sabemos, a mente dela nunca para, e o silêncio não ajuda, ela só fica especulando o que vai acontecer assim que o carro parar, e todas as possibilidades deixam ela mais do que angustiada. É tanto medo que toda hora parece que ela vai morrer até mesmo sozinha, de ataque cardíaco ou engasgada no próprio vômito, que aliás, já ameaçou se manifestar diversas vezes.

Também era impossível não pensar nos pais dela, era impossível não se arrepender dessa viagem, impossível não se arrepender de não ter dito para a mãe aonde ela estava, se ela pudesse voltar atrás... ela voltaria, ela não teria chorado no carro quando Natasha anunciou que ela não viajaria mais com as amigas, mas ela sempre mimada, insistiu e insistiu e conseguiu o que queria, ainda não obedeceu a orientação de seguir o roteiro para que os pais soubessem sempre da sua localização e agora ela está aqui nessa situação.

Sara começou a odiar a si mesma por ter implorado por essa viagem, ficou pensando sobre como a mãe sempre costuma ter razão. Sara pensou em Deus e pediu perdão e proteção.

Deus, por favor... eu sei que estraguei tudo e eu sinto muito por ter feito tanta pirraça, eu sei que já sou grandinha, mas eu queria viajar com as minhas amigas e estava tudo dando certo até chegarmos aqui e eu fui má porque não avisei aos meus pais. Se o Senhor estiver bravo comigo, eu peço perdão, não vou implorar para me salvar agora, mas se algo acontecer comigo, proteja a minha mãe, não a deixe me odiar pela minha estupidez, eu amo ela tanto e proteja o meu pai, cura ele da doença dele porque ele não merece morrer, nem sofrer, ele é a pessoa mais bondosa que eu já conheci...

Sara pensou e uma lágrima rolou pelo rosto dela.

E... cuida dos meus irmãos, o James, a Maggie e principalmente os gêmeos... eu queria ver eles de novo, Deus.

O carro passou por uma lombada que fez todo mundo sacolejar lá dentro e acabou fazendo Sara mover o braço quebrado, ela gritou de dor, mas se calou em seguida, apenas tentou proteger o braço sem encostar muito nele e essa concentração a distraiu da oração que estava fazendo.

Apesar de Sara se sentir culpada por parar na Rússia e ser sequestrada, ela não sabe que essa situação de agora seria inevitável de acontecer de qualquer jeito, até porque a sua irmã Maggie também foi sequestrada e ela estava em Londres, em um local que todo mundo sabia que ela estava, então não importa muito se ela estava dentro da Rússia ou por qualquer país desse lado do oceano, mesmo que estivesse na América, ela seria sequestrada da mesma forma.

Sara fechou os olhos e mais uma lágrima escorreu pelo os olhos dela. Pai... Sara pensou em Steve de novo e em como ele era a pessoa que ela podia chamar para acabar com qualquer medo que ela estivesse e agora ela precisa dele mais do que nunca, porém ele não está lá.

O que há de se fazer se ele não está lá? E se a mãe também não está lá para dar tiros na cara desse homem que a machucou. Sara respirou fundo e refletiu sobre a mãe, pensando que se ela estivesse lá agora e atirasse nele, ela não ia se importar. Nem um pouco dessa vez, ela sempre se comove, mas a dor que ela está sentindo no braço agora é absurda, então ele merece morrer.

Eu espero que minha mãe me encontre e que ela o mate. Sara pensou, enquanto mais lágrimas rolavam pelo rosto dela. Mãe, você vai me encontrar? Você vai me encontrar. Você já fez isso uma vez. Eu confio em você. Sara começou a pensar. Apesar de não saber como Natasha faria isso, ela sabe que quando a mãe descobrir que ela sumiu, ela imediatamente vai vir atrás dela. Ela só espera que isso não demore, porque ela não sabe por quanto tempo ela estará viva.

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