Sabe aquela sensação de estar dormindo e sentir tudo que acontece ao seu redor?
Assim eu estou me sentindo.
Ouço vozes e sinto meu corpo se mover, como estivesse saltando. Isso é efeito de alguma droga? Abro os olhos assustada, a possibilidade de eu estar drogada era alta já que minha vida deu uma volta sinistra.
— Mommy!
Um gritinho e logo em seguido algo cai em cima de mim. Conheço essa voz, e conheço esse cheiro de bebê. Antes eu odiava que me acordassem, ainda mais assim, gritando e pulando em cima de mim. Porém agora estou sorrindo, mas também, é ele, o pequeno encantador que me enche de alegria sem nem se esforçar. Não sei explicar mas, parece que a cada novo dia um sentimento maior por ele cresce dentro de mim, eu o amo, sei que sim, eu sinto isso. Patty disse que é meu instinto materno, mesmo eu não lembrando das coisas ainda assim o reconheço como filho.
Talvez seja verdade.
— Bom dia pra você também, Lou.
Finalmente abro os olhos por completo e olho para baixo, ele está com o queixo apoiado em minha barriga e seus joelhos apoiados ao lado de meu quadril. Ele sorri ao me ver acordada e se arrasta para cima, até que sua cabeça esteja em meu colo.
— Bom dia, mommy.
— Rafael! Vem aqui. - Ludmilla parece irritada, o corpo de Rafael enrijece sobre mim e segundos depois a porta é aberta bruscamente. E, ela parece mesmo irritada a julgar pela cara fechada e rosto vermelho. — Por que você saiu correndo, mocinho? Eu te disse que não era para acordar sua mãe.
Ela o repreende e ele esconde o rostinho na curva entre meu ombro e pescoço, sinto dó por ele, Ludmilla parece assustador falando assim. Acaricio as costas do pequeno e beijo seus cabelos.
— Mas hoje é dia de dançar na chuva.
Ele fala abafado pois sua boca está pressionada em meu pescoço, olho curiosa, ela passa as mãos no rosto e nega com a cabeça.
— Dia do que?
Pergunto confusa, seria isso um tipo de código ou programa em família?
— Dia de dançar na chuva. - Ludmilla responde e vem até Rafa e eu, ela o segura pela cintura e o puxa para cima ele tenta em vão se segurar em mim. Penso em pega-lo e deixa-lo aqui, porém ele está rindo, parece estar gostando disso. Ludmilla o segura contra seu corpo e olho para ele, só então noto que ele está vestindo apenas uma cueca de algum desenho animado.
— Você senhorzinho vai tomar seu banho, e depois nós vamos conversar sobre você me desobedecer.
— Não precisa brigar com ele também, ele e só uma criança.
Falo sem pensar e Ludmilla me lança um olhar que faz com que eu deseje sumir dali naquele momento. Ela sustenta esse olhar sério durante alguns segundos e sem dizer nada apenas coloca Rafael no chão, o pequeno acena para mim e depois sai correndo do quarto.
— Ele é uma criança sim, Brunna, mas ele precisa saber que não pode desobedecer as pessoas. Então não me repreenda frente dele, porque ele vai achar que está certo e vai fazer sempre, a não ser que você queira uma criança mimada que te responde.
Ela está completamente séria, os braços cruzados abaixo de seus seios. Me sinto como uma criança levando esporro dos pais. Ludmilla consegue assustar as pessoas quando fica assim.
— Desculpa.
Ela suspira e seu rosto suaviza a expressão, morde o lábio e depois nega rapidamente com a cabeça.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Stupid Wife - Versão Brumilla
PertualanganVocê já se imaginou casada com alguém que você nunca suportou na vida ? Brunna também nunca havia imaginado isso, muito pelo contrário. Era pra ter sido apenas uma manhã normal, Brunna acordaria, tomaria seu café com sua família e ganharia um novo m...