With(out) you (português)

Capitulo 7

Coro de vergonha, mas depois penso que ele deve dizer isso a todas e recomponho-me.

- Obrigado. Também não estás mal.

Encolhe os braços e pega na minha mão. O contacto faz me estremecer. Tem a mão quente, ao contrário da minha que está gelada. Os nossos dedos cruzam-se e tenho noção que parecemos namorados porque toda a gente olha para nós. Uns sorriem, outros mostram uma cara de admirados, porque vendo bem, como é que uma rapariga certinha namora com um rapaz cheio de tatuagens? Acontece que não namoro, por isso não tenho que me preocupar com isso.

Tyler abre a porta do carro que me trouxe ontem ao quarto e larga a minha mão para eu entrar. Fecha á porta e dirige-se ao lugar do condutor. Quando entra mete a mão na minha perna.

- Espero que gostes do restaurante e do jantar. - Sorri, um sorriso genuíno.

Porem á algo que me perturba.

- És sempre assim com todas?

A sua cara afirma que não esperava tal pergunta, e por isso retira a sua mão de cima da minha perna.

- É isso que pensas de mim? - claramente está chateado, mas é a verdade. Quem o conhece sabe que ele todos os dias anda como uma diferente.

- Só fiz uma pergunta Tyler. Sabes bem o que as pessoas dizem de ti quando o assunto são raparigas.

-  E isso implica que tu também penses isso de mim? - fico a olhar para o chão. Sei que ele tem razão. - Pois então fica sabendo que és a primeira que convido para sair.

- O quê? - não acredito, ele não pode estar a falar a sério.

- Nunca sai com ninguém, mas também nunca foi preciso porque vou pra cama com elas na mesma. Sair ia ser só uma perda de tempo.

Preparo para sair do carro, chateada com as palavras dele, mas puxa-me o braço.

- Não estava a falar de ti Kath. Sei lá... tu és diferente. Nunca saí com ninguém, nunca apostei nenhuma saída e nunca elogiei uma rapariga. Antes achava isso uma estupidez, mas quando te vi... sei lá... despertaste algo que ninguém ainda tinha despertado. - Os seus olhos azuis perscrutam intensamente os meus. Não aguento o seu olhar e olho para baixo. Ele pega no meu queixo e faz me olhar pra ele. - Sei que ainda não sei nada sobre ti, mas é pra isso que serve este jantar.

Sorri e dá me um beijo na bochecha.
Mete o motor do carro a trabalhar e passando um bocado volta a meter a mão na minha perna.

Chegamos a um restaurante chamado "William's". Quando olho bem para o interior fico preocupada.

- Tyler este restaurante parece ser muito caro, não tenho dinheiro para isto. Por favor vamos a outro.

- Dinheiro? Tonta, fui eu que te convidei, achavas que te ia deixar pagar? - começasse a rir. Não estou habituada ás pessoas me darem algo.

- Não posso aceitar. Eu pago o meu e tu pagas o meu.

- Katherine, nem insistas nesse assunto que eu chego lá e pago o jantar mesmo ainda sem teres comido nada.

Pega na minha mão e entramos no restaurante, cujo o interior é baseado num tom vermelho. Os bancos no balcão são vermelhos e as paredes estão pintadas de bordô. O chão é de azulejo preto, e na entrada tem uma carpete vermelha, que deixa um contraste incrível. As mesas são redondas com toalhas pretas e em cima encontram-se vários pratos e talheres e um jarro com rosas vermelhas. Tudo em conjunto deixa um espaço acolhedor e lindo.

- Boa noite. Nome por favor?

Tyler diz o nome á empregada e logo de seguida somos dirigidos para uma mesa no campo da sala. Escolhemos a comida e a empregada vai embora para buscar as nossas bebidas e entregar o nosso pedido.

- Ora muito bem, fala-me de ti Tyler Scott.

Olha pra mim desconfiado, mas depois sorri.

- O que queres saber?

- Como é a tua família? - se há coisa que e sou é muito curiosa sobre o passado e a família das pessoas. Talvez porque gosto de ouvir um passado maravilhoso de forma a esquecer o meu horrível. Tyler agitasse desconfortável. - Se não quiseres falar disso, mudamos de assunto.

- Falo se me falares do teu. - Olho pra ele desconfiada. - Prometo Kath.

- O meu passado é complicado... não gosto de falar nisso. - Sinto a mão de Tyler por cima da minha e olho pra ele.

- Se não meteres isso cá pra fora nunca te vais livrar disso. Tenho te andando para fazer esta pergunta, mas nunca tive coragem. Diz me, por que começaste a chorar quando te chamei de Katherine?

Olho para Tyler a pensar se devo ou não lhe falar do que me atormenta. Só o Adam sabe do meu passado, nem o Richard sabe. Porém acho que confio no Tyler.

- É uma longa historia.

- Temos uma noite inteira. Chega? - sorri, dando me incentivo.