Capítulo 20

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Acordo com uma enorme claridade dentro da tenda, olho para o meu lado e vejo o Tyler a dormir profundamente. Tem os lábios entreabertos e a sua respiração está calma. Ele é ainda mais bonito a dormir, com aquele cabelo despenteado. Rio baixinho do cabelo dele, porque é a primeira vez que o vejo assim. O Tyler tem de ter sempre o cabelo direito, penso que é um vicio dele. Porém, acho que fica melhor assim, despenteado. Mas que raio? Desde quando é que eu penso em cabelos de um rapaz?

Levanto-me de repente e sinto uma sensação estranha no meio das minhas pernas. As imagens da noite passada vêm me à memória. Eu a gemer com o Tyler, a sensação que senti, tudo foi perfeito. E melhor ainda, foi natural e não pensei no receio do meu passado. Visto a minha camisola favorita para dormir e saio da tenda. Ainda há mais claridade cá fora e quando olho para o chão vejo a manta cheia de sangue. Envergonhada, pego na manta e meto-a logo no carro. Espero que o Tyler não tenha visto isto. Arrumo o resto das comidas no cesto, usando apenas os alimentos para o pequeno-almoço. Quero lhe levar o pequeno-almoço à "cama". Rio outra vez com essa ideia. Hoje estou de bom humor.

Uso os morangos e meto em cima de um prato de plástico. Depois encho dois copos de sumo de laranja. Junto dois ovos cozidos e dois pães com fiambre noutro prato. Não tenho muita coisa, mas o que conta é a intenção. Quando abro o fecho da tenda vejo que o Tyler ainda está a dormir. Já percebi que ele, ao contrário de mim, consegue dormir até às tantas. Queria deixa-lo dormir, mas ainda temos uma longa viagem pela frente. Poiso os pratos no fundo do colchão de ar e chego-me ao Tyler. Beijo-lhe os lábios levemente e ele mexe-se. Vou descendo os meus lábios até ao pescoço dele, dando-lhe leves beijos, mas ele continua sem acordar, ou melhor, a fingir que está a dormir. Endireito-me e fico a olhar pra ele, a pensar no que fazer para ele parar com aquele fingimento, até que tenho uma ideia. Passo a mão para dentro dos lençóis e meto a mão nos cós das suas boxers.

- O que estas a fazer, Katherine? - Mete a mão para me impedir e lança-me um sorriso maroto. Tem os olhos pequenos de tanto dormir.

- Hm... nada. - coro de vergonha por ser apanhada, mas a ideia era mesmo acorda-lo. - A ideia era acordar-te, ou melhor abrires os olhos, porque tu a dormir é que não estavas. Por isso, resultou. - tapo a minha cara com uma almofada, mas o Tyler tira-a logo.

- Podes ter a certeza que resultou. - diz e tira os lençóis de cima de si. Quando olho para as suas boxers noto que lhe estão apertados à frente. Oh meu deus. Tapo outra vez a cara, mas desta vez com as mãos e o Tyler ri-se. - De que tens vergonha? - olho para ele por entre os olhos. A verdade é que não sei. Não tenho experiência nenhuma, sinceramente nem sei como é que lhe provoco aquilo. - O que estás pra aí a matutar, Kath? - porra, ele conhece-me. Encolho apenas os ombros como resposta e ele puxa-me para me deitar no seu peito. - Conta-me querida. - Sinto um calafrio quando ele me chama querida. Sou capaz de me derreter toda apenas com as suas palavras. - Kath. - Sei que ele não vai descansar até lhe contar por isso é melhor dizer agora.

- É só que eu não tenho experiência e nem sei como te provoco isso. - Aponto para... lá - Para além do mais tu tens muita experiência e já tiveste com muitas raparigas muito melhor que eu. - Tento tapar a minha cara no seu peito mas o Tyler pega no meu queixo, fazendo me fitar os seus olhos.

- Já estive com muitas raparigas, é verdade. Mas nenhuma conseguiu eu ficar de tesão apenas me tocando nos cós das minhas boxers. - Olho para ele, não acreditando. - Acredita em mim, Kath. Ontem foi igual. Podes não ter experiência nenhuma, mas nunca me vim tão rápido como na noite passada. Para além do mais, a partir de agora vais apanhar mais experiência. - Ganho borboletas na barriga, perante essa ideia. Tyler beija-me na testa e olha para o fundo da cama. - Ora, o que temos aqui?

Levanto-me e vou buscar o prato e os copos. - Não temos muita comida, mas espero que gostes. - lanço-lhe um sorriso e ele lambe os lábios como forma de dizer que está cheio de fome. Em poucos momentos já temos os pratos limpos. - Uau, Kath. Estava tudo ótimo. - digo-lhe que não cozinhei nada e ele ri-se. - Pois é desculpa, na verdade, eu sou um cozinheiro ótimo. Os meus ovos cozidos estão no ponto - finge que tem uma coroa na mão e mete-a em cima da cabeça. Atiro-lhe com a almofada e ele fica sério por uns momentos. Merda, será que estou a abusar do seu humor? Começo-lhe a pedir desculpa, mas ele começa-se a rir e puxa-me para cima de si. Ajeita o meu cabelo para trás da minha orelha e sorri, um grande sorriso. - Amo-te, Katherine. - logo de seguida dá-me um leve beijo. - Vamos arrumar e continuar a nossa viagem. - digo-lhe que o amo e começamos a arrumar as coisas.



- Muito bem, quem queres ir visitar primeiro? - A música está um bocado alta, por isso baixo um bocado o volume. Não tenho muita gente para visitar em Portland, só os pais do Adam, a minha melhor amiga e o meu avô. E pensando melhor, os pais do Adam estão fora de questão e se for visitar a Mia, tenho a certeza que ela vai começar a chorar e a dizer que tem saudades minhas. Não é que eu não tenha dela, mas é que não me apetece estar com ela agora.

- Vamos apenas falar com o meu avô. Falar com ele sobre o meu passado e isso. - Tyler mete a sua mão na minha perna. Sorrio-lhe, tentando lhe mostrar que estou bem, que estou preparada. Mas será que estou realmente? 

With(out) you (português)Onde histórias criam vida. Descubra agora