Capítulo 22

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Estou a correr desalmadamente por todas as ruas de Portland, quando dou conta que o mais provável é ele estar à minha espera no parque de estacionamento, sítio onde o deixei para trás. Viro a direção para o parque na esperança de o encontrar e quando lá chego vejo que tinha razão. Em vez de estar dentro do carro está no chão com as mãos na cabeça e os cotovelos apoiados nos seus joelhos. Está um caco e bastante confuso, ou pelo menos é o que parece, ainda não consigo decifrar as suas emoções. Espero que um dia consiga. Começo a andar na sua direção e ele só nota na minha presença quando estou parada à sua frente há alguns minutos.

- Estou a ver que decidiste voltar. - O seu tom é distante e frio, mas ignoro.

- Desculpa, Tyler. Foi estúpida e parva por pensar que não confiavas em mim. Por pensar que não me amavas.

- Achas que eu não te amo? - interrompe-me. Merda, não era suposto contar esta parte.

- Não... sei lá... - Não sei bem o que lhe dizer e como explicar. - A princípio sim. Os meus pensamentos foram muito longe, para além da realidade. - Tyler levanta-se de repente, mas eu continuo. - Mas depois de falar com a mãe do Adam.

- Tu tiveste a falar com a mãe do Adam? - A voz mostra raiva, mas mesmo que a minha amizade com o Adam tenha terminado, não quer dizer que eu não possa falar com a Rachel, e por isso digo-lhe que sim.

- Como eu estava a dizer – continuo – os meus pensamentos foram longe demais, mas quando pensei realmente é que notei que fui uma cabra autêntica – o Tyler continua sem olhar para mim e isso deixa-me possessa. Pego no seu queixo para o fazer olhar para mim, mas ele afasta-se e continua a olhar para o horizonte. Mas que raio? - Desculpa por tudo. Tu não insististe comigo, mas eu insisti contigo e arrependo-me imenso. Por favor, desculpa-me – Tento tocar-lhe outra vez, mas ele afasta-se novamente. As lágrimas começam a brotar dos meus olhos. - Tyler, por favor. Eu amo-te - Em vez de ele dizer alguma coisa entra no carro. Fico confusa e quando vou a entrar também no carro as portas estão fechadas. - Tyler? - chamo-o e ele finalmente olha para mim. Os seus olhos azuis parecem tão tristes e vulneráveis e fico espantada quando vejo uma lágrima a cair pelo seu rosto bonito. O Tyler está a chorar?

Ele permanece dentro do carro com as portas fechadas e só passando alguns minutos é que ele abre o vidro do meu lado. - Preciso de tempo – o meu coração vai se partindo cada vez mais. Ele não me pode fazer isto, ele não pode me pedir um tempo.

- Tyler, por favor. Vamos falar sobre isto, num sítio calmo - mas ele anui negativamente. - Eu já pedi desculpa, que mais tenho de fazer? - Estou desesperada, não o quero perder. Não devia estar, mas sinto que já estou bastante dependente do Tyler. Ele vincou o meu coração de uma maneira que ninguém conseguiu fazer.

- Chega Katherine, cala-te por uma vez – O Tyler ainda está a chorar, vendo bem estamos os dois. De repente ele liga o carro e arranca. Mas o que está ele está a fazer? Começo a correr atrás dele e a gritar o seu nome – Tyler! TYLER! PARA! - mas ele não para. Deixou me para trás. Deixou-me sozinha. Deixou-me, tal como eu o deixei ainda há uns momentos.  

With(out) you (português)Onde histórias criam vida. Descubra agora